Foi você que pediu o regresso do gótico?
TENDÊNCIAS Adormecido durante quase vinte anos, o estilo gótico está de volta. Do rock para grandes multidões à Procuradoria-Geral da República portuguesa, passando pela irmã mais nova de uma estrela pop silicónica - o negrume, os ambientes taciturnos e as dores do crescimento já se fazem sentir. E não, isto não tem nada a ver com o mosteiro da Batalha nem com os Sisters of Mercy.
Ainda bem, porque este texto de Luís Guerra é um bocado alucinogénico, como verão no final. Para começar, quem esteve adormecido deve ter sido este senhor e fico-me por aqui.
Fala de seguida dos My Chemical Romance, "o porta-estandarte da nova 'vaga negra'", e do "realizador-cadáver" Tim Burton:
Burton alia um imaginário gótico não isento de humor a um fascínio pelos filmes de terror clássicos, como prova a homenagem ao desastrado Ed Wood.
É isto o "re-despertar" do movimento gótico? Tim burton? Que coisa tão nova.
Meu comentário: isto é mesmo de quem está por fora a falar do que não sabe. Enfim, é o jornalismo que temos.
Depois seguem-se as lolitas goth:
Do Japão chegam-nos os 'gadgets' mais inusitados, mas também tendências visuais cujo alcance ainda carece de explicação mais científica. (...) Trajes vitorianos, vestidos que se confundem com lingerie para matreirice de alcova, mas também artefactos aparentemente inocentes (ursinhos de peluche?! - não há um crucifixo, um morcego, nada?) fazem deste visual um sarilho tremendo para potenciais análises sociológicas.
Quando não se sabe nada do fundamental de uma coisa, fala-se do acessório.
A "irmã mais nova de uma estrela pop silicónica" refere-se a Ashlee, irmã de Jessica (não consta apelido), no artigo identificada como "estrela de 'reality-show' da MTV ('Newlyweds', sobre a sua vida de casada)", porque pinta o cabelo de preto e é aparentemente próxima de Robert Smith.
E depois é a cereja no topo do bolo:
O olhar da serpente Notabilizou-se pelo combate à corrupção mas foi afastada, em 2002, da Polícia Judiciária (...) Maria josé Morgado acompanha agora de perto as falcatruas da arbitragem e nem a tonalidade do apito (douradinho como um filete) consegue ofuscar o olhar desconfiado, matreiro e sagaz da magistrada de 55 anos (...) Nada, de facto, como um estojo de maquilhagem com a dose certa de sombra, rímel e lápis preto para impor respeito. "Moonspell", é favor começar a tirar notas.
Isto é de quem chuta prá veia. Não tenho mais comentários.
9 comentários:
"Do Japão chegam-nos os 'gadgets' mais inusitados, mas também tendências visuais cujo alcance ainda carece de explicação mais científica. (...) Trajes vitorianos, vestidos que se confundem com lingerie para matreirice de alcova, mas também artefactos aparentemente inocentes (ursinhos de peluche?! - não há um crucifixo, um morcego, nada?) fazem deste visual um sarilho tremendo para potenciais análises sociológicas."
Isto faz-me lembrar aquele decreto-lei... "proibida a venda de bebidas alcóolicas a menores de 16 anos ou a quem apresente anomalias psicológicas"(acho que era uma coisa deste género...), se ele soubesse o que representa o estilo visual kei, não dizia parvoíces...
Eu também não sei, mas não falo do que não sei.
Também... o que esperavas do Metro? É um jornal grátis, logo os jornalistas devem trabalhar de borla, porque só mesmo de borla é que se podem dar ao luxo de ter tipos que escrevem disparates destes...
"fazem deste visual um sarilho tremendo para potenciais análises sociológicas."
Bem eu sou sociologo, e sinceramente não percebo o que ele quer dizer com isto???
Hoje li esse mesmo artigo na Blitz. Se o Metro é de borla e para dar uma vista de olhos enquanto se anda de transportes públicos, já a Blitz é (supostamente) uma revista de música e cultura ligada à música, mas de certeza que não é o mesmo Blitz que metia Siouxsie Sioux na capa...
Realmente, o texto é de uma inanidade pegada... E bem preciso de ser góotico, que não sou. Então se saiu no Blitz, valha-nos São Sales! é porque, por muito que me custe, que custa, é mesmo a confirmação de que em certas coisas, antigamente é que era bom.
errata: ... e nem é preciso ser gótico, que não sou.
Eu até acho bem que falem do Gótico num jornal que só serve para limpar o cu quando se arreia o calhau no comboio!
É preciso é encher páginas mesmo que não digam nada...
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