terça-feira, 30 de janeiro de 2024

The Forest / A Floresta (2016)


Sara desconfia que algo de muito errado se passa com a sua irmã gémea Jess, a trabalhar no Japão, quando esta deixa de atender o telefone. Sara parte para o Japão, onde lhe dizem que a irmã se embrenhou na floresta Aokigahara, também conhecida pela Floresta dos Suicídios tendo em conta que é um local onde as pessoas vão para porem termo à vida. (Esta floresta e os suicídios são factos verídicos, o que levou ao boicote do filme em alguns lugares, e que eu acho uma parvoíce. A arte também serve para mostrar a realidade e não é segredo para ninguém que os japoneses têm uma cultura muito própria em relação ao suicídio.) Esta floresta foi igualmente usada em tempos para algo ainda mais sinistro: durante “a fome”, era onde as famílias iam abandonar os velhos e os doentes, para os deixar à morte. Não é de estranhar que o folclore do local tenha medo dos fantasmas da floresta, acreditando que estes se aproveitam da tristeza das pessoas que lá penetram, especialmente à noite, levando-as, através de visões e argumentos destrutivos, a matarem-se.
Sara fica muito preocupada porque a irmã Jess tem um historial de tentativas de suicídio e decide ir procurá-la à floresta, onde esta foi vista pela última vez. A intenção era ir sozinha, mas conhece um repórter australiano que a apresenta ao guarda florestal Michi, que frequentemente caminha pela floresta à procura de corpos.
Como acontece nestas coisas, Sara acaba por se perder de ambos e tem de enfrentar os fantasmas sozinha, sem nunca desistir de procurar a irmã.
Achei a premissa muito interessante e acredito que se fazia daqui um melhor drama do que outra coisa qualquer. Como filme de terror, “A Floresta” é mediano, senão mesmo abaixo disso. É um daqueles filmes que vivem de sustos fáceis (as caras feias que aparecem subitamente, os gritos inesperados, etc, etc) que já ninguém suporta. Também recorre muito a visões que “afinal eram um sonho”, levando-nos a perceber que não há nenhuma verdadeira ameaça senão na cabeça da protagonista. A nível de uma base substancial que meta medo e nos leve a pensar no filme sozinhos no escuro, esta simplesmente não existe. (A não ser, talvez, que nos percamos numa floresta gelada à noite sem luz nem mantimentos nem agasalhos, mas aí teríamos mais com que nos preocupar do que com fantasmas.)
Foi um filme decepcionante, que se vê e se esquece. Esperava mais desta premissa.

12 em 20

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