Amanhã, não sei.
Estou particularmente surpreendida pela compreensão demonstrada pelo meu patrão. Ele conhece mais pessoas assim. Que não tiveram um fim muito feliz...
Estou também admiradíssima pelo apoio da minha mãe. Isso, sim, é uma novidade. Parece que ela finalmente percebeu, reconheceu e conformou-se com o facto de que o seu bebé não era tão "perfeitinho" só porque tinha os dedinhos todos. Finalmente começou a perceber a natureza da DSPS e a reconstruir a minha vida nocturna desde a infância. É como se finalmente tivesse percebido o que sempre lhe esteve debaixo do nariz mas nunca quis ver.
De certa maneira, isto tem sido possível porque há cada vez mais casos de depressão e desordens associadas a saírem "do armário" na sociedade de hoje. O que antes não se falava, o que antes era vergonha, é hoje abertamente discutido.
Porque as pessoas disseram "não" e decidiram não se calar.
Porque já não se vai à bruxa porque alguém "lhes fez mal". Porque a sociedade evoluiu. Porque muito boa gente teve de engolir o mito de que as doenças neurológicas não são doenças quando o azar lhes aterrou na família. (Observei muitos casos desses.)
Entretanto, sinto que estou a perder qualidades intelectuais. Consigo aperceber-me da degenerescência que se apodera de mim há medida que os anos passam.
Ontem dei comigo a perguntar-me se isto será o princípio do fim.
A rosa começa em botão, depois floresce e resplandece, e por fim começa a murchar e definha.
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