domingo, 3 de dezembro de 2023

Regression / Regressão (2015)

O Mal existe e o Diabo tem as costas largas.
Uma rapariga de 17 anos acusa o pai de abuso sexual, no que parece um caso vulgaríssimo. O pai assume a culpa, garantindo que a filha Angela “nunca mente”, mas ao mesmo tempo diz não se lembrar de nada. É chamado um psicólogo que tenta entrevistá-lo através de um método chamado regressão. Subitamente, tanto o pai, como o irmão da rapariga, que há muito saiu de casa, começam a recordar pormenores de rituais satânicos que incluem missas negras, mutilação, ameaças de morte, sacrifício de animais e bebés e até canibalismo.
O caso chega aos media e o pânico instala-se na sociedade. Pior que isso, o medo alastra também aos polícias encarregues do caso. O próprio detective principal, Bruce Kenner, começa a ter pesadelos vívidos com missas negras e rituais e decide usar sempre uma cruz e rezar, apesar do seu agnosticismo. Ao mesmo tempo, também ele começa a sentir-se vigiado por cidadãos sinistros que o olham fixamente em todo o lado, e recebe chamadas a meio da noite em que ninguém fala. Tudo isto o convence de que está realmente perante uma rede de cultos satânicos e que tanto ele como Angela correm risco de vida. A avó de Angela, por exemplo, que também não se lembra de ter participado em qualquer ritual, acaba por ficar tão convencida de ter sacrificado um bebé (como Angela diz que ela fez) que se atira da janela de casa.
O que me custa a acreditar é que este filme tenha sido realizado por Alejandro Amenábar, o mesmo realizador de “The Others”, um dos melhores filmes que já vi na vida. Se não tivesse lido, não acreditava. “The Others” é tenso e arrepiante do princípio ao fim, e mantém-nos no mistério até o decidir revelar. Nicole Kidman faz um dos melhores papéis da sua carreira, mas não vou culpar os actores pelo desastre que é “Regression”. Não, vou culpar mesmo a realização. Lamento, mas descobri tudo a meio do filme, numa cena que não vou mencionar para não cometer spoilers. A partir daí, seguiu-se apenas a confirmação das minhas suspeitas, ainda o detective andava a caçar diabos. O que me espanta mais é que é um filme de 2015, em que os espectadores (principalmente os espectadores deste género thriller / suspense) já não vão em qualquer cantiga ou sugestão.
Decepcionante é dizer pouco.

13 em 20


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