terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Whiteout / Inferno Branco (2009)


Já tinha visto este filme há alguns anos e lembrei-me logo disso devido a uma certa cena de nudez algo cómica e difícil de esquecer que acontece no princípio. (Não, não é a gaja no duche, que era completamente dispensável e puramente dirigido à audiência masculina.)
Carrie é uma polícia norte-americana destacada para um complexo de pesquisa científica na Antártida, onde já passou vários invernos seguidos. Finalmente decide voltar para casa, mesmo antes da noite polar, quando aparece um corpo em circunstâncias estranhas. Tudo indica que é um homicídio. Após anos de monotonia, Carrie decide ficar e apanhar o assassino.
“Whiteout” é um filme que deve muito a “The Thing”, nem que seja pelo cenário e pela sensação de isolamento, claustrofobia e desconfiança. Basta dizer que a história começa num avião russo, em 1957, em que os tripulantes se matam uns aos outros por algo que levam na carga. Da primeira vez que vi o filme fiquei frustrada porque não saiu de lá um extraterrestre que os comesse a todos, embora nada na narrativa me levasse a concluir isso excepto as semelhanças iniciais com o filme de John Carpenter. Efectivamente, não é um filme de terror, é apenas um policial passado no Pólo Sul.
A crítica destruiu este filme (se calhar ficaram tão frustrados como eu) mas, mesmo ao segundo visionamento, não desgostei, embora já não me lembrasse nada de quem era o culpado. É verdade que algumas cenas durante o nevão na parte fulcral tornam difícil de perceber quem é quem e quem está a fazer o quê. Só se vê um véu de neve a voar ao vento, vultos à distância, e todos vestidos com parkas semelhantes, ainda por cima. Admito, foi confuso.
 “Whiteout” não mudou a minha vida, não houve aqui nada que me fizesse lembrar o filme para todo o sempre (excepto aquela cena de nudez inicial, que tem a sua piada), e ensinou-me pouco *, mas de modo geral é um filme agradável de ver. As críticas acharam o fim previsível, mas, novamente, não posso concordar. Não estava mesmo à espera daquilo. Aconselho a quem gosta de um bom policial, mas quem viu “The Thing” deve logo deixar as expectativas à porta.

13 em 20

* Minto. Se três pessoas vão a passear no Pólo Sul deserto e uma delas cai dentro de um buraco no gelo, é melhor descer só um para a ir buscar enquanto o outro fica cá em cima à espera, não vá dar para o torto e alguém precisar de ir pedir ajuda. Agora já sabem: duas pessoas num buraco instável é mau. Todas as pessoas a descerem voluntariamente ao buraco instável é estar mesmo a pedi-las. Mas aposto que este mesmo pensamento me passou pela cabeça da primeira vez que vi o filme.


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