Tropecei nesta série quase por acaso, lá muito escondida depois de The Walking Dead, como se a Fox tivesse vergonha de a mostrar ou não acreditasse que American Horror Story valesse audiências por si própria. Bem, tem sido um dos meus "prazeres envergonhados" mas também não é assim tanto caso para ter vergonha. Ao longo das cinco temporadas que já vi (há uma sexta), a série evoluiu e ganhou uma qualidade que talvez nem os próprios criadores esperassem da sua estreia, American Horror Story: Murder House.
Não comecei por ver a primeira temporada, a que só assisti recentemente. Caí de pára-quedas na segunda, "Asylum". E devo dizer que durante dois ou três episódios fiquei de boca aberta sem saber o que pensar. "Hospício" é um bom título, porque tudo aquilo me parecia uma doidice de uma mistura sem pés nem cabeça, um esmagador exagero de histórias e sub-histórias de terror, como se fosse a obra de alguém a quem tivesse sido dada oportunidade de fazer uma única série, e essa apenas, e tivesse querido meter tudo lá dentro: um hospício de freiras nos anos 50 (coisa já por si bastante assustadora, mesmo sem os choques eléctricos e os castigos corporais), uma história de lésbicas, uma ninfomaníaca, um psiquiatra serial killer, uma freira possuída pelo Diabo, um médico nazi fugido da Europa que faz experiências com os pacientes, e como se isto tudo não bastasse, e até acho que me estou a esquecer de qualquer coisa, extra-terrestres que vão e vêm e abduzem e devolvem quem lhes apetece! Uma salada russa de horror! Mas afinal a loucura era propositada.
Não comecei por ver a primeira temporada, a que só assisti recentemente. Caí de pára-quedas na segunda, "Asylum". E devo dizer que durante dois ou três episódios fiquei de boca aberta sem saber o que pensar. "Hospício" é um bom título, porque tudo aquilo me parecia uma doidice de uma mistura sem pés nem cabeça, um esmagador exagero de histórias e sub-histórias de terror, como se fosse a obra de alguém a quem tivesse sido dada oportunidade de fazer uma única série, e essa apenas, e tivesse querido meter tudo lá dentro: um hospício de freiras nos anos 50 (coisa já por si bastante assustadora, mesmo sem os choques eléctricos e os castigos corporais), uma história de lésbicas, uma ninfomaníaca, um psiquiatra serial killer, uma freira possuída pelo Diabo, um médico nazi fugido da Europa que faz experiências com os pacientes, e como se isto tudo não bastasse, e até acho que me estou a esquecer de qualquer coisa, extra-terrestres que vão e vêm e abduzem e devolvem quem lhes apetece! Uma salada russa de horror! Mas afinal a loucura era propositada.
American Horror Story: Asylum
American Horror Story é mesmo assim, um estonteante desfilar dos horrores e mitos e traumas que se alimentam do psiquismo americano profundo. O que explica o nome da série e acaba por ser o fio condutor entre temporadas. É curioso também como tão ao gosto americano estas histórias acabam sempre por ter um final feliz em família, nesta vida ou na outra. (Se vir mais uma família a enfeitar a árvore de Natal, vomito!)
American Horror Story: Murder House
A segunda perplexidade que me causou esta série aconteceu na temporada seguinte, "Coven", com uma história de bruxas rivais (as finas e as pobres, que é como quem diz, a feitiçaria das brancas e o vodu das pretas...) em New Orleans. (Onde mais poderia ser?... Se isto tem a ver com o universo da Anne Rice ou se é o universo da Anne Rrice que tem a ver com isto, desconheço. Nunca me interessei pela saga das bruxas de Anne Rice.)
American Horror Story: Coven
A segunda perplexidade, dizia eu, é que muitos dos actores são os mesmos da temporada anterior a interpretar papéis completamente diferentes. Não é comum, e passada a confusão inicial o espectador habitua-se, mas este é um método muito próprio do teatro que denuncia a ambição da série. Uma ambição plenamente conseguida com grandes exibições de Jessica Lange, Kathy Bates, Denis O'Hare (que eu praticamente só conhecia de True Blood) e os outros actores mais jovens e/ou menos conhecidos que encontraram aqui uma grande oportunidade.
Admiro particularmente os momentos irrepreensíveis de Jessica Lange, a mesma que em 1976 era considerada apenas uma sex symbol para figurar na mão de King Kong. Com lucidez e ironia, esta senhora tem aproveitado magistralmente a sua idade em extraordinários papéis a tender para as divas acabadas de Hollywood nos tempos áureos das grandes estrelas de cinema. Como é que era aquela linha, "Mr. DeMille, estou preparada para o meu grande plano!"?... Jessica Lange nunca esteve tão preparada para o seu grande plano. Tem tido vários em American Horror Story e não consigo decidir em qual das personagens gostei mais dela. Ver esta mulher actuar é um prazer por si só. (Quem me dera ser assim quando tiver aquela idade!...)
Cada temporada tem o seu tema, e é natural que cada tema provoque maior ou menor agrado. Gostei da primeira temporada, "Murder House", que vai brincar com os mitos da casa assombrada e do Frankenstein louco (o médico, não o monstro), entre outros, tentando um pouco fazer lembrar os filmes sobre o bebé-Anticristo (Rosemary's Baby, The Omen), mas não se aventuraram muito por aí. Já não gostei tanto da quarta temporada, "Freak Show", porque não acho graça à ideia em si, e não gostei de toda aquela violência entre pessoas de carne e osso em que o sobrenatural quase não aparece. Não é o meu género de terror.
E de repente... VAMPIROS!!!
O que é o meu género, o que eu não consigo deixar de ver nem que seja para dizer mal... Os leitores frequentes já sabem.
Não era isto que eu esperava de American Horror Story: Hotel, e ainda nem vi metade da temporada e já estou a recomendar. Vampiros! Crianças vampiro! Se não vos convence, o primeiro episódio começa ao som de "Decades" de Joy Disivion, sim, Joy Division!, e mais tarde passa "Neverland" dos Sisters of Mercy, sim, Sisters of Mercy!, e mais alguns, e até "Bela Lugosi is Dead" dos Bauhaus! E vampiros! E crianças vampiro! E muito de Shinning:
Admiro particularmente os momentos irrepreensíveis de Jessica Lange, a mesma que em 1976 era considerada apenas uma sex symbol para figurar na mão de King Kong. Com lucidez e ironia, esta senhora tem aproveitado magistralmente a sua idade em extraordinários papéis a tender para as divas acabadas de Hollywood nos tempos áureos das grandes estrelas de cinema. Como é que era aquela linha, "Mr. DeMille, estou preparada para o meu grande plano!"?... Jessica Lange nunca esteve tão preparada para o seu grande plano. Tem tido vários em American Horror Story e não consigo decidir em qual das personagens gostei mais dela. Ver esta mulher actuar é um prazer por si só. (Quem me dera ser assim quando tiver aquela idade!...)
Jessica Lange em American Horror Story: Murder House
Cada temporada tem o seu tema, e é natural que cada tema provoque maior ou menor agrado. Gostei da primeira temporada, "Murder House", que vai brincar com os mitos da casa assombrada e do Frankenstein louco (o médico, não o monstro), entre outros, tentando um pouco fazer lembrar os filmes sobre o bebé-Anticristo (Rosemary's Baby, The Omen), mas não se aventuraram muito por aí. Já não gostei tanto da quarta temporada, "Freak Show", porque não acho graça à ideia em si, e não gostei de toda aquela violência entre pessoas de carne e osso em que o sobrenatural quase não aparece. Não é o meu género de terror.
American Horror Story: Freak Show
E de repente... VAMPIROS!!!
O que é o meu género, o que eu não consigo deixar de ver nem que seja para dizer mal... Os leitores frequentes já sabem.
Não era isto que eu esperava de American Horror Story: Hotel, e ainda nem vi metade da temporada e já estou a recomendar. Vampiros! Crianças vampiro! Se não vos convence, o primeiro episódio começa ao som de "Decades" de Joy Disivion, sim, Joy Division!, e mais tarde passa "Neverland" dos Sisters of Mercy, sim, Sisters of Mercy!, e mais alguns, e até "Bela Lugosi is Dead" dos Bauhaus! E vampiros! E crianças vampiro! E muito de Shinning:
American Horror Story: Hotel
Concebido para uma audiência gótica? Talvez. Mas não deviam tê-lo sido também "Murder House" e "Coven"? Porque é que só os vampiros é que têm direito a música gótica? Não sei. Já desisti de perceber o que é que as pessoas normais pensam dos góticos.
E por falar em pessoas normais, em "Hotel" tive a oportunidade de conhecer bem a cara à Lady Gaga. Acreditem se quiserem, não a conhecia, nunca a tinha olhado duas vezes, se já ouvi alguma das músicas dela não sei porque desconheço e não tenho interesse em conhecer, e se passasse por ela na rua não a conhecia. Mas agora conheço-a! E sei que sempre que olhar para ela é só disto que me me vou lembrar:
E por falar em pessoas normais, em "Hotel" tive a oportunidade de conhecer bem a cara à Lady Gaga. Acreditem se quiserem, não a conhecia, nunca a tinha olhado duas vezes, se já ouvi alguma das músicas dela não sei porque desconheço e não tenho interesse em conhecer, e se passasse por ela na rua não a conhecia. Mas agora conheço-a! E sei que sempre que olhar para ela é só disto que me me vou lembrar:
Lady Gaga em American Horror Story: Hotel
Não há ninguém que convença a senhora a vestir-se sempre de preto? Fica-lhe tão bem!
E era isto, e basicamente: vampiros, vampiros, vampiros. E crianças vampiro. E Denis O'Hare num espaventoso papel de bicha que ainda não sei se também é vampiro ou não. E Kathy Bates noutro fantástico papelão. O resto é o mesmo do costume, mas: vampiros, vampiros, vampiros! Este "Hotel" está cheio de vampiros!
Os fanáticos do género, se ainda não viram, já sabem o que têm a fazer.
E era isto, e basicamente: vampiros, vampiros, vampiros. E crianças vampiro. E Denis O'Hare num espaventoso papel de bicha que ainda não sei se também é vampiro ou não. E Kathy Bates noutro fantástico papelão. O resto é o mesmo do costume, mas: vampiros, vampiros, vampiros! Este "Hotel" está cheio de vampiros!
Os fanáticos do género, se ainda não viram, já sabem o que têm a fazer.
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