sexta-feira, 8 de novembro de 2013

“O Livro dos Espíritos” – Ricos e pobres

Para pensar.

Capítulo “Desigualdades sociais”

A desigualdade das condições sociais é uma lei da natureza? [pergunta]
– Não. É obra do homem e não de Deus.

Essa desigualdade desaparecerá um dia? [pergunta]
– Apenas as leis de Deus são eternas. Vós não vedes essa desigualdade se apagar pouco a pouco todos os dias? Desaparecerá juntamente com o predomínio do orgulho e do egoísmo, apenas restará a diferença do merecimento. Chegará o dia em que os membros da grande família dos filhos de Deus não se olharão como de sangue mais ou menos puro, porque apenas o Espírito é mais ou menos puro, e isso não depende da posição social.

O que pensar dos que abusam da superioridade da sua condição social para oprimir o fraco em seu proveito? [pergunta]
– Esses se lamentarão: infelizes dele! Serão por sua vez oprimidos: renascerão numa existência em que suportarão tudo o que fizeram os outros suportar.

Capítulo “Provas de riqueza e de miséria”

Porque Deus deu a uns riquezas e a outros a miséria? [pergunta]
– Para experimentar cada um de maneiras diferentes. Aliás, vós já o sabeis, essas provas foram os próprios Espíritos que escolheram e, muitas vezes, nelas fracassaram.

Qual das provas é a mais terrível para o homem, a miséria ou a riqueza? [pergunta]
– Tanto uma como outra; a miséria provoca a lamentação contra a Providência; a riqueza estimula todos os excessos.


Neste mundo tanto as posições de destaque quanto a autoridade sobre seus semelhantes são provas tão arriscadas e difíceis para o Espírito quanto a miséria. Quanto mais se é rico e poderoso, mais se tem obrigações a cumprir e maiores são as possibilidades de fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo uso que faz de seus bens e do seu poder. [Allan Kardec]


À luz da doutrina espírita, faz sentido que a riqueza se torne uma prova mais perigosa do que a pobreza. Quanto maior a fortuna (e quero incluir aqui também o poder), maior a responsabilidade. Maior o risco de explorar os outros, de falhar na solidariedade, de se cair no orgulho de se considerar que se é rico porque se tem mérito enquanto o pobre é pobre porque é estúpido ou inepto (nada mais errado, a pobreza é um ciclo, a igualdade de oportunidades não existe; a própria noção de igualdade de oportunidades é uma mentira inventada pelos ricos para justificarem o seu status social pois, ao convencer o mundo de que existe igualdade de oportunidades, só não é bem sucedido quem não tem mérito para o ser...).






Sem comentários: