terça-feira, 21 de novembro de 2023

The Lost City of Z / A Cidade Perdida De Z (2016)


Todos gostamos de filmes de exploradores, mas eu prefiro os antigos, aqueles que se faziam à aventura sem GPS, sem helicópteros de resgate, sem qualquer contacto com a civilização, muitas vezes sem saberem para que lado era o Norte (em “The Terror”, por exemplo, as bússolas enlouquecem no campo magnético do Árctico).
Esta é uma história real. Em 1905, Percival Fawcett, major do exército britânico, não tem muito para mostrar em termos de carreira quando é enviado pela Royal Geographical Society para cartografar a fronteira entre o Brasil e a Bolívia, importante para a exploração de borracha em plena selva amazónica. Durante a expedição, Fawcett descobre artefactos e esculturas antigas que o convencem da existência de uma cidade escondida na selva.
De regresso a Inglaterra, Fawcett é ridicularizado por considerar que haveria uma civilização amazónica mais antiga do que a ocidental (embora os seus pares conhecessem os Incas, os Astecas e os Maias desde o tempo dos conquistadores, pelo que esta questão não colhe grande argumento) mas consegue financiamento para uma segunda expedição.
Percival é casado com Nina e tem um filho que mal conhece devido à longa ausência. Nina insiste em acompanhá-lo desta vez, mas Percival recusa. Na minha opinião, com toda a razão. A viagem é extremamente perigosa, os exploradores correm risco de vida, e um dos elementos do casal tem de ficar a tomar conta das crianças já que não parece haver outra família que os substitua. Na altura, não havia destino mais infernal do que ser órfão. (Não existe destino mais infernal do que ser órfão.)
A expedição é um fracasso e Fawcett tem de regressar. Entretanto começa a 1ª Guerra Mundial e é mobilizado para a frente, onde é promovido.
Ainda obcecado com a cidade perdida de Z, Fawcett regressa ao Amazonas graças ao financiamento de vários jornais da especialidade (segundo o filme). Desta vez leva consigo o filho Jack, que passou tão pouco tempo com o pai que agora só quer acompanhá-lo para todo o lado. Ninguém sabe como terminou esta última expedição. Ambos desapareceram sem deixar rasto.
O filme dá-nos várias hipóteses, nenhuma delas definitiva. Mesmo conhecendo o fim da história, recomendo “The Lost City of Z” a todos os amantes de exploradores pioneiros, mesmo aqueles que nunca regressaram.

14 em 20

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