terça-feira, 7 de novembro de 2023

Godzilla: King of the Monsters / Godzilla II: Rei dos Monstros (2019)

O título em português confundiu-me. Se este é o 2º qual é o 1º? Já são tantas Godzillas!
Pelo contexto, uma vez que esta Godzilla começa exactamente onde o filme de 2014 acaba, com Godzilla a abandonar Los Angeles, depreendi que o 1º devia ser esse. Mas é mais complicado. Neste “Godzilla: King of the Monsters” aparecem imagens de King Kong, que eu só percebi depois serem de “Kong: Skull Island” (2017), e mesmo assim não tenho a certeza porque não vi, e as coisas complicam-se ainda mais. Não sei se gosto do rumo que este “aglomerar” de monstros icónicos está a levar. Está a lembrar-me muito os produtos de super-heróis (Super-Homem, Batman, Homem Aranha, e até já estou a ficar enjoada).
Por enquanto, “Godzilla: King of the Monsters” ainda não enveredou por esse caminho, embora apareçam muitos monstros novos. Tantos que não consegui dar conta deles todos. Mas já lá vamos.
O filme começa com duas forças da natureza:
1ª força da natureza: Godzilla, a abandonar Los Angeles.
2ª força da natureza, Vera Farmiga, no papel de Emma Russell.
Para minha agradável surpresa, o filme conta ainda com outra jovem força da natureza: Millie Bobby Brown (a Eleven de “Stranger Things”) no papel de Madison Russell.
A história continua onde o filme de 2014 a deixou. Godzilla conseguiu salvar o mundo dos monstros MUTOs (nunca cheguei a perceber o que raio eles eram), mas deixou destruição para trás. Uma das vítimas foi precisamente o filho da cientista Emma Russell, que decide fazer algo pelo planeta. Mas não a coisa mais acertada. Junta-se à causa do ecoterrorista Alan Jonah (Charles Dance), um fundamentalista que decide acordar todos os Titãs.
Para quem não viu o filme, vou explicar com calma. Godzilla não é o único monstro (ou Titã, como lhe chama a fundação Monarch, que já os investiga em segredo há décadas). Há muitos mais, e a Monarch monitoriza-os atentamente. A cientista Emma Russell trabalhava com a Monarch e sabe exactamente onde eles estão todos, em hibernação. O primeiro monstro que Russell e Jonah decidem acordar é precisamente o arqui-inimigo de Godzilla, o monstro de três cabeças Ghidorah. Mas, como adjuvante, Godzilla tem Mothra, uma traça gigantesca. A fundação Monarch quer salvar os Titãs e o exército quer destruí-los (não sem razão).
Isto já começa a ficar complicado e a parecer parvo, contado assim. Mas Emma Russel e Alan Jonah acreditam que os Titãs vão repor a ordem natural antes que o Homem consiga destruir completamente o planeta, não importa a que custo humano. Madison Russel, filha de Emma, é enganada quanto a isto, julgando que o acordar dos Titãs não vai causar a destruição que já se adivinha enquanto os monstros lutam entre si, e revolta-se contra a mãe.
Não há mais enredo do que isto, na verdade, e a partir daqui assistimos a um desfilar de monstros que nunca chegamos a conhecer muito bem (mal os vimos!) que surgem de todos os pontos do planeta e causam destruição a mando de Ghidorah. Porque é que Ghidorah os comanda? Não posso revelar, nem é muito claro qual deles existia na Terra há mais tempo, Godzilla ou Ghidorah, mas o certo é que agora ambos se vão ter de bater pelo estatuto de rei dos Titãs.
Desta vez as lutas entre monstros estão muito mais bem concebidas do que no filme de 2014. Ainda há falhas e CGI demasiado rápido para o apreendermos, mas fazendo rewind conseguimos perceber quem matou quem e como. Lamento não termos conhecido melhor Mothra, que ainda me pareceu a monstra mais fofinha e inofensiva, surgindo apenas para auxiliar Godzilla.
E neste filme, finalmente, ficamos a saber onde mora Godzilla! Mas ninguém me tira da cabeça que Godzilla é uma fêmea que surge das profundezas para proteger o território que também é o seu lar. Um macho já tinha destruído o planeta todo. Godzilla, rainha dos monstros!
Gostei muito mais deste filme do que o de 2014. Até as personagens humanas, apesar de bidimensionais à mesma, têm alguma profundidade que faltava às do filme anterior. Vera Farmiga faz o papel de vilã, tal como Charles Dance, mas são vilões com boas intenções, com uma agenda fundamentada. Mesmo que os fins justifiquem os meios.
Em suma, um enredo e personagens muito mais sólidos e cenas de acção mais perceptíveis. Uma Godzilla muito melhor.

SPOILER
Já depois dos primeiros créditos, temos mais segmento de filme com notícias de todo o mundo a informar que os monstros despertados de hibernação começaram a restaurar o planeta: a floresta tropical aumentou, áreas arborizadas apareceram no deserto do Sara, os oceanos ficaram menos poluídos. Confesso que me vieram lágrimas aos olhos. Se estamos à espera de uma Godzilla que nos salve, estamos bem lixados.

13 em 20


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