domingo, 10 de setembro de 2023

Jurassic World / Mundo Jurássico (2015)


Tive muito medo de ver este filme, não por causa dos dinossauros, mas porque precede "Jurassic World: Fallen Kingdom”, que me pôs doente. E ainda estou doente. Logo, advirto que vi este filme anterior como uma espécie de prequela que ainda me deixou mais doente. Quem preferir pode ler primeiro a crítica à sequela, visto que há temas que lá foram abordados e não vão ser repetidos.
O principal tema é o da ganância, logo seguido do desrespeito para com a Natureza. Depois da tragédia do Parque Jurássico, uma grande corporação toma conta da ilha Nublar onde monta um verdadeiro parque de diversões com dinossauros: o Mundo Jurássico. Famílias inteiras visitam as instalações, onde são convidadas a ver um Tiranossauro Rex a despedaçar uma vaca viva para entretenimento geral, não obstante o aviso aos pais de que “a cena seguinte” poderá impressionar as crianças mais sensíveis? Impressionar? Era caso para traumatizar para toda a vida! (Eu ainda estou traumatizada por ver ratinhos vivos nas jaulas das cobras do Jardim Zoológico!)
O Mundo Jurássico tornou-se uma atracção de feira para toda a família, não muito diferente de um jardim zoológico temático. A dessensibilização é tanta que já ninguém presta muita atenção aos dinossauros como criaturas antes extintas. Tornaram-se banais.
Neste âmbito, para aumentar os lucros, os directores do Mundo Jurássico decidem criar uma nova atracção: uma mistura, feita em laboratório, de Tiranossauro Rex e raptor, mas em tamanho muito maior. Chamam-lhe Indominus Rex, uma criatura que nunca existiu na natureza.

 
Entretanto, um grupo de alguns raptores são monitorizados pelo seu tratador Owen, com quem desenvolveram uma relação de imprinting desde pequenos. Desta forma, obedecem-lhe, ou mais ou menos. Uma companhia militar já anda de olho nisto na “esperança” de treinar raptores como arma de guerra. Um destes raptores é a fêmea Blue, que vamos conhecer melhor na sequela. (Por isso é que vão buscar o Owen no filme seguinte, ah!) Sabendo o que se passa depois, eu chorei. Chorei mesmo. Mas neste filme a tragédia ainda está longe.
Ou melhor, a verdadeira tragédia. A outra, a previsível, está mesmo a espreitar. Como animal inteligente que é, a fêmea Indominus Rex consegue enganar os humanos e fugir da jaula. É o massacre, o pânico, o fim do Mundo Jurássico como atracção circense.
“Sim, devemos deixar morrer estes magníficos animais”, diria o jurássico Professor Malkom no filme seguinte. A começar pelos animais que criaram um super-predador que nunca deveria ter existido, talvez?
“Mundo Jurássico” segue a linha dos Parques Jurássicos anteriores, não inova muito e resolve as coisas mais ou menos da mesma maneira. O tema novo é a ganância, que será amplamente explorado na sequela, esta sim mais pesada em todos os sentidos. Por enquanto, aqui, a moral da história ainda é a de que o Homem não se pode arrogar a dominar a Natureza a seu bel-prazer. O ser humano acredita que roubou o fogo dos deuses mas não é tão esperto como se julga.
Admito que este filme não me teria causado o mesmo impacto (chorei!) se não tivesse visto a sequela primeiro. Assim, não sei se estou a ser completamente imparcial. Se calhar este filme não é tão bom como me pareceu. Mas, em termos de efeitos especiais, os dinossauros são do melhor que há.

13 em 20

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