domingo, 17 de setembro de 2023

Daughter of God / Exposed / Anjos e Sombras (2016)

Isabel, uma jovem de origem sul-americana a viver nos Estados Unidos, muito católica e devota, começa a ter visões de anjos. Casada com um militar a combater no Iraque, já não vê o marido há um ano quando de repente se encontra grávida. Quando este morre na guerra, Isabel acredita que a gravidez lhe foi enviada por Deus para a confortar pela perda. A família do marido, com quem ela vive, não acredita no milagre e expulsa-a de casa.
Ao mesmo tempo, o detective Galban investiga o homicídio do seu parceiro, um polícia conhecido por ser corrupto e brutal. Galban descobre que o colega tirou fotografias de vigilância a um ex-presidiário, cunhado de Isabel, em que esta também aparece, e desconfia deste e do gangue com quem este se associava, mas, de resto, durante quase o filme inteiro os dois enredos não parecem estar relacionados.
Esta é daquelas histórias que vivem do suspense e do mistério e a única coisa que posso dar como pista é que é um filme “psicológico”. Originalmente, o realizador Gee Malik Linton queria criar algo surrealista ao estilo de “Pan's Labyrinth”, mas o director discordou e editou o filme salientando antes o thriller policial que viria a chamar-se “Exposed”. Eu vi a versão “Daughter of God”, antes de mudar de nome. Se privilegiaram o thriller policial em vez da gravidez miraculosa, cometeram um grande erro. A gravidez miraculosa é o que nos faz ficar agarrados ao écran, até porque sabemos que Isabel não traiu o marido nem jamais o faria. Então, o que é que se passa aqui?
Devido a todas estas vicissitudes com o filme, a crítica foi implacável, mas as críticas acabam por ser ao filme reeditado, “Exposed”, e não ao original.
“Daughter of God” interessou-me do princípio ao fim e admito que só consegui conectar os pontos todos no final, quando tudo fez sentido.
Mesmo assim, este é um filme que parece longo e arrastado. Algumas cenas e sub-plots supérfluos podiam muito bem ser cortados sem se prejudicar o ambiente nebuloso de que o enredo precisa para nos fazer perceber que não estamos a ver um filme comum. Da primeira vez que Galban entra na esquadra, por exemplo, uma cena tão banal em qualquer filme do género, nota-se perfeitamente que existe uma coreografia de figurantes que se atravessam à frente da câmara como se tivessem realmente alguma coisa que fazer, quando se percebe que simplesmente surgiram do nada só para dar uma impressão de movimento. Há muito tempo não via uma cena tão mal feita. Levou-me a pensar que o filme era muito mais antigo. Outras cenas são igualmente desnecessárias e forçadas, especialmente no enredo do polícia. O que nos interessa aqui é a rapariga. Tudo o resto é para encher.

13 em 20

 

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