Confesso que começo a ficar farta de ver o mesmo enredo repetidamente, se bem que este filme de 2007 deva ter sido dos primeiros, nos últimos tempos, a usar o único sobrevivente num mundo apocalíptico.
E o filme é basicamente isto: um vírus modificado, inicialmente usado para curar o cancro, transforma as pessoas em monstros raivosos que não suportam o sol, vivem no escuro e comem os não-infectados. (Questiono-me: porque é que não se comem uns aos outros também? Porque é que nestes filmes os infectados querem sempre comer os não-infectados? Mas divago.)
Robert Neville, militar e cientista, é imune e aparentemente o único sobrevivente da cidade. Todos os dias faz emissões de rádio a tentar contactar mais sobreviventes, sem sucesso. Ao mesmo tempo, trabalha incansavelmente a procurar a cura para o vírus a partir das suas células imunes, também sem sucesso.
Entretanto, a cidade é agora uma selva urbana. Veados correm em bandos por entre os carros parados no meio da rua desde há três anos quando as pessoas estavam a tentar fugir da quarentena (só 15 dias, a princípio, prometeram-lhes; onde é que eu já ouvi isto?). De repente, aparece uma leoa que mata um dos veados. O leão e os leõezinhos aparecem logo a seguir. Isto foi muito interessante. De certeza devem ter sido animais fugidos do Jardim Zoológico na falta dos tratadores, ou assim suponho a presença de leões em Manhattan.
Robert Neville tem uma única companheira, a cadela Max. Os cães podem ficar infectados apenas por contacto, mas não por via aérea como as pessoas. É claro que o filme usou o pobre animal para nos partir o coração.
Neste momento aparecem mais sobreviventes, quando Neville já não julgava que existissem.
E depois as coisas tornam-se estranhas. Afinal os seres humanos infectados não ficaram tão imbecis e raivosos como os pintaram, o que arrasa todo o world building feito até então.
Cheguei ao fim do filme sem perceber o que este queria transmitir. As imagens do mundo apocalíptico, desértico e selvagem, são sempre tão arrepiantes quanto fascinantes. Mas depois de vermos uma catrefada de filmes e séries do género já não tem o impacto que deve ter tido em 2007. O enredo não conseguiu aguentar-se nas pernas. Sinceramente não gostei e já vi muito melhor a partir do mesmo material. A melhor cena é mesmo a dos leões. Não estava nada à espera.
13 em 20 (mais um ponto pelos leões)
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