Este terceiro “episódio” de “Sei o Que Fizeste no Verão Passado” não é mau de todo tendo em conta o género. Mas a verdade é que eu já não sei o que eles fizeram no verão passado original, muito menos na sequela. Filmes completamente esquecíveis.
Nesta continuação, um grupo de adolescentes no último verão lá da terrinha, antes de irem às vidas deles para a universidade e novos empregos, decide pregar uma partida. Lêem no jornal o que aconteceu antes, e um deles veste-se de assassino, com o gancho e tudo. (Este gancho é mesmo o original, encomendado no Ebay como é moderno, o que vai ser importante mais tarde.) O objectivo é pregar um susto aos visitantes de uma feira de verão. Um dos jovens é o filho do xerife, que é bastante bom com o skate. O assassino mascarado persegue o skater até ao telhado de um prédio, de onde este salta com uma manobra monumental. A amparar-lhe a queda estariam alguns colchões colocados na rua. E, ora bem, a partida era só isto. Mas acontece que alguém retirou os colchões e o desgraçado estatelou-se e morreu.
A princípio o grupo de jovens nem quer acreditar. Era só uma partida. Nenhum deles desviou os colchões nem sabem quem foi. Mas de repente a nova realidade fala mais alto. Todos os adolescentes têm grandes perspectivas fora da cidadezinha e não lhes convém nada verem-se envolvidos num processo judicial em que teriam de provar a sua inocência, ou pelo menos a sua falta de intenção de matar alguém, ainda por cima sendo a vítima o filho do xerife. Afinal, foi um acidente azarado, ou eles assim pensam.
Dentro em breve, começam a aparecer os fatídicos avisos: SEI O QUE FIZESTE NO VERÃO PASSADO. A princípio os jovens pensam que é o xerife que está a vingar a morte do filho, mas depressa descobrem algo mais sinistro. O assassino voltou, embora tenha morrido no segundo filme. Isto significa que agora o assassino é sobrenatural! Tentam matá-lo com facas, tentam matá-lo com tiros… E ele não morre. É uma espécie de Michael Myers (“Halloween”) vingativo. Quando finalmente lhe vêem o rosto, então não é a cara chapada do Freddy Krueger (“Nightmare on Elm Street”)? Ouviram bem: Michael Myers com cara de Freddy Krueger. Pior é impossível.
Tendo tudo isto em consideração, e que agora o assassino é sobrenatural, estou abismada em como não fizeram mais filmes da série. É verdade que já não existe nada de original para explorar, mas isso nunca impediu sequelas atrás de sequelas.
Já era tempo de alguém fazer a versão portuguesa desta saga. “Eu sei que tu sabes que eu sei que tu sabes que eu sei o que fizeste no verão passado”. Cenário: Assembleia da República. O enredo seria uma mistura com “Final Destination”, em que os deputados receberiam avisos sinistros para não se aproximarem do parlamento, mas, ainda assim, seriam lá atraídos um a um, para serem chacinados de diversas formas e feitios nos corredores escuros da assembleia deserta à noite. Não vou dizer quem eu escolheria para ser a Final Girl para não parecer tendenciosa.(Sim, tem de haver uma Final Girl. É uma das regras. Mas em alguns casos a Final Girl também morre no final, fazendo jus ao título. Fica à vontade do realizador.) E pronto, foi a minha fantasia cinematográfica para alguém aproveitar.
Em suma, é um filme que se vê bem, sem grandes expectativas, e que agradará a quem conhece os dois primeiros.
12 em 20
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