quinta-feira, 28 de julho de 2016

The Unborn / Espírito do Mal (2009)

 

Há muito tempo que não consigo fazer uma crítica a um filme de terror. Exactamente o mesmo tempo há que não vejo nada que mereça ser criticado. É verdade que cada vez é mais difícil produzir um filme deste género que seja completamente original e que cumpra o objectivo (terror = aterrorizar, assustar), mas não é também verdade que o objectivo é plenamente atingido em quase todos os episódios de The Walking Dead? Desconfio bem que os bons argumentistas se mudaram para a televisão: Breaking Bad, Lost, Wayward Pines, American Horror Story, Sobrenatural, só alguns nomes sem pensar muito. Onde os argumentistas estão muito melhor, na minha opinião. Não é estranho que dê por mim a preferir uma boa série a um filme medíocre de 90 minutos. Da mesma maneira que sempre preferi um romance de mil páginas a qualquer conto curto. Gostar de séries é uma sequência natural.
 The Unborn / Espírito do Mal também não merece grande crítica. Pelo menos fez algum sentido, que há muito tempo os filmes de terror que tenho visto nem se esforçam por fazer! A heroína começa a ser assombrada por um espírito errante que quer voltar ao mundo dos vivos e possuí-la. A primeira parte até é bem construída, promissora de algo interessante. Infelizmente, o filme perde-se muito depressa em sustos e gritos, e imagens de "meter medo" completamente previsíveis que acabam por não meter medo porque não têm consistência lógica em que se basear. Assim:


A rapariga grita muito, grita que se farta, grita demais, o fantasma grita quando a vê, as visões gritam também. Tive de baixar o som muitas vezes tal era a gritaria. As imagens de meter medo, como esta acima, faziam mais sentido na capa de um álbum de death metal ou coisa assim. E depressa o filme descambou num exorcismo, e aqui começou a desfilar a sucessão de clichés que toda a gente já viu um milhão de vezes. Até nazis o filme conseguiu meter! Dou-lhes um pontinho pela originalidade, ainda assim, porque supostamente foi um exorcismo hebraico. Não sei se foi ou não, só relato o que me venderam. (Mas nunca vi uma heroína gritar tanto durante um exorcismo sem que ninguém lhe estivesse a fazer mal nenhum. Este filme devia-se chamar "Screams", mas o nome já estava registado.)
Entristece-me dizê-lo mas este foi o menos pior filme de terror que vi em muitos anos. Pelo menos teve cabeça, tronco e membros, e entreteve-me durante os 90 minutos. Não é um filme de se que exija mais.

12 em 20


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