quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O caso

Quanto ao caso Freeport, calma lá convosco! Não é por um fulano vir dizer, num dvd manhoso, que um gajo recebeu luvas, que o gajo recebeu mesmo.
Eu também podia vir para aqui contar aquela história de como me encontrei certa noite numa esquina escura com o Histérico, o tal que fez uma licenciatura em part time porque é muito esperto e quem disser o contrário é por "inveja, e ciúmes" (...) "do sucesso do país!!!", ambos de volta de uma máquina de tabaco, e ele me pediu 50 cêntimos para um maço de mata ratos. Aflitinho da silva, sem fumar há não sei quantas horas, aproveitei-me logo ali e disse-lhe: "pá, até te dou os 50 cêntimos mas em troca vais alterar aquela lei do tabaco ridícula, para não estarmos aqui os dois a viver numa hipocrisia desmedida, e vais permitir que se estabeleçam salas só para fumadores de onde os não fumadores sejam corridos a pontapé!". E aflitinho da silva ele dizia "sim, "sim", e eu enfatizava: "Mas proibidos mesmo!", e ele "sim, sim", e eu: "E um grande pontapé do cú daquele gajo sinistro da saúde, o Francisco George, que só de o ver até fico doente!". E tudo isto em troca de 50 cêntimos. E podia vir para aqui dizê-lo, e é tudo mentira. Isto do diz-que-disse não interessa nada. Interessava era que a justiça funcionasse e não fosse preciso a vergonha, depois do escândalo que foi o caso Maddie, que mais uma vez o nome da nação fosse achincalhado lá fora, perante toda a Europa, e ainda me perguntam porque é que eu sou europeísta. Sou europeísta porque é preciso vir a justiça de um país europeu, neste caso a Inglaterra, pôr a descoberto o que a portuguesa enterrou sem lhe cheirar a nada, neste cadáver putrefacto em que este caso será, porventura, apenas a primeira larva a aparecer à superfície da carne podre, por excesso de bichos a mexer dentro da pele já carcomida, e o país se torne lá fora a anedota que as pessoas inteligentes já sabem que é... cá dentro. Não sei se é falta de inteligência ou uma terrível doença: a falta de cheiro.
Eu bem que tinha a sensação de que o ano de 2009 ia ser muito divertido mas não o imaginava mais do que a melhor britcom. Allô allô? Fala o primo do filho do tio?
Ele é o palhaço do Banco de Portugal, todos os dias a levar nos cornos do CDS (vai-te a ele Portas!), é o outro, o conselheiro de Estado, a desdizer o que disse o outro velhote vice-presidente do Palhaço (estará tão mal de saúde ou será a consciência, porque já ninguém acredita em nada do que dizem, porque onde não há culpados também não há inocentes), são os inteligentes bloggers deste país ainda a acreditarem no Pai Natal ou a fazerem que acreditam (onde não há culpados também não há inocentes), é a comédia do BPP e do BPN e do BCP, onde também não há culpados, só pessoas de bem, e as ameaças do costume com a crise. Crise, qual crise? A única crise que há de facto é a falta de vergonha. Corja de governantes e corja de ingovernáveis. Onde não há culpados também não há inocentes.

Para mais considerações sobre o cadáver, remeto para o post sobre o livro "A Morte de Portugal", de Miguel Real, onde está tudo dito e redito.
Agora é tempo de rir. Riamos pois que é tempo disso!

2 comentários:

H. Sousa disse...

Eu não dissera já que os «tios» é que mandam nisto tudo? Obviamente que incluí os tios de Sócrates, sendo ele tb. um grandessíssimo tio.

katrina a gotika disse...

LOL! Atrás de cada tio há sempre um tio ainda maior.