quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

The Glow (2002)

"The Glow" passou recentemente na tv portuguesa e é daqueles filmes discretos e despretenciosos que entretém e merece alguns comentários.
A história é simples e recorda outros filmes de terror. Um jovem casal é convidado por um grupo de idosos a viver num luxuoso apartamento num condomínio fechado a preço muito vantajoso. Uma oportunidade difícil de encontrar e ainda mais de recusar. Este grupo de idosos depressa começa a parecer uma seita, cultuando uma obsessão com o bem estar estar físico, a ginástica, a alimentação saudável. E muitos batidos cor de rosa...
A jovem esposa, que fuma às escondidas, começa a sentir-se desconfortável nesse ambiente que de tão "saudável" se torna opressivo, e que a está a separar cada vez mais do marido, um grande adepto do fitness que partilha das manias dos anfitriões. Mas depois do desaparecimento súbito do casal de inquilinos que os antecederam, ela começa a investigar e a descobrir factos assustadores sobre o grupo de idosos que a princípio pareciam tão bem intencionados. Periodicamente, estes alugavam apartamentos a outros casais, jovens e sem família, que acabavam por desaparecer sem deixar rasto. Mais. Todos os idosos do condomínio estavam de facto muito bem conservados. Todos tinham mais de 100 anos.
Ninguém acredita na sua tentativa de expor os senhorios como assassinos, o que lhe vale quase o internamento por loucura. (Esta parte, curiosamente, assemelha-se às cenas mais carismáticas de "Rosemary's Baby", de Roman Polanski, e o espectador dá por si à espera de descobrir que o marido também está feito com os velhos, mas não é o caso.)
Afinal, o batido cor de rosa não é de morango... mas de sangue. Um dos idosos, médico reformado, descobriu no sangue dos jovens a substância necessária à prolongação da vida, e o destino dos inquilinos era a sangria. Os bondosos velhinhos eram, na verdade, modernos vampiros.
É um filme de que não se deve esperar muito, excepto pela presença de Portia de Rossi, actriz bastante conhecida da série "Ally McBeal", num papel muito diferente.
Duas morais se podem tirar desta história tão velha como o "Capuchinho Vermelho". Primeira: quando a esmola é grande, o pobre desconfia. Segunda: a obsessão pela saúde é tão doentia como um regime fascista (os americanos que o digam).

12 em 20 pelo entertenimento.

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