segunda-feira, 4 de outubro de 2004
"Lost Souls", Poppy Z. Brite [actualizado]
Serviu este pequeno teste para me criar vergonha e escrever finalmente uma pequena crítica a "Lost Souls", de Poppy Z. Brite.
Ghost é um personagem do livro. É um puto novo, vocalista de uma banda, que passa a história pedrado, a dormir no carro, no lugar do morto. Deve ser por esta sua última faceta que me calhou a mim a sorte. Mas esqueçam. Ghost não é assim tão importante. Nem sequer é um vampiro.
Depois de lerem esta pequena crítica, podem ir fazer o teste e no fim escolher a opção "ver todos os resultados possíveis" para conhecerem melhor as personagens. Serviu para me refrescar a memória porque eu já não me lembrava.
Poppy Z. Brite é considerada a nova Anne Rice. Mas aqui entre nós, é como comparar Dead Can Dance com Enigma. Parece, mas não é. E, no entanto, não deixa de ser interessante. Mas que não haja dúvida, Poppy escreve para góticos e escreve suficientemente bem para lhes atingir as carteiras.
É "curioso" que os últimos livros de Anne Rice também acabem por seduzir a mesma camada juvenil. Quando o próprio Lestat o diz... “You could call me a Goth, I think” ...
O bom predador conhece os hábitos da presa.
"Lost Souls"
É uma história de vampiros. Os vampiros de Poppy Z. Brite são um pouco mais humanos do que os de Anne Rice. Por exemplo, reproduzem-se sexualmente e não através do sangue. Só que ao nascerem, os pequenos vampiros causam a morte da sua mãe por hemorragia fatal.
De resto, tudo começa em New Orleans (olha a novidade) quando um grupo de três vampiros, um deles mais velho e por isso o chefe (Zilla), visita o bar de outro vampiro, ainda mais velho, de nome Christian.
Aí conhecem uma jovem (gótica, obviamente) com quem Zilla se envolve. Desse encontro resulta a gravidez da jovem. Christian sabe que essa gravidez será o fim da rapariga mas mesmo assim, ou talvez por isso mesmo, decide acolhê-la em sua casa.
Efectivamente, ela morre ao dar à luz o pequeno vampiro, a quem Christian baptiza de Nothing. Contudo, Christian decide dar à criança a oportunidade de viver uma vida humana e vai propositadamente abandoná-la à porta de um casal estéril ao acaso, muito longe de New Orleans.
A história recomeça quando Nothing, já um adolescente, descobre que os seus pais são adoptivos e parte à procura da sua verdadeira natureza, algures em New Orleans, algures perto de Christian. Antes mesmo de encontrar o seu protector, depara-se sem querer com o verdadeiro pai e os seus dois amigos. Zilla recebe-o como companheiro e amante, sem fazer ideia de que é o seu filho. O desfecho é dramático.
Semelhanças com os vampiros Riceanos: a cidade de New Orleans, a beleza e juventude eternas, o sono diurno e a vida nocturna.
Diferenças: o modo de reprodução (o vampiro desenvolve-se num útero, nasce e cresce como o humano, mas causa a morte da mãe durante o parto), a vida sexual activa, a capacidade de ingerir certos alimentos e álcool (que vai desaparecendo à medida que o vampiro envelhece), a possibilidade de passar por humano toda a vida até ao momento em que descobre o gosto do sangue e deixa de conseguir escapar à sua verdadeira natureza.
Não existe em Poppy Z. Brite uma verdadeira mitologia. Em "Lost Sousls", não se explica a origem do vampirismo. Simplesmente se conta uma história.
Pessoalmente, penso que a autora exagera nas alusões sexuais que são muito, mas MUITO, explícitas.
Mas, resumindo e concluindo, acho que qualquer amante do vampirismo não se vai arrepender de ler a história. Não esperem muito. Esperem apenas uma boa história.
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