O professor Marcelo.
Durante a minha fase "debaixo da cama" não acompanhei o suficiente as peripécias da política nacional, excepto aquela história dos aumentos de renda (mas é melhor não pensar em coisas tristes) e... claro está... o "caso Marcelo".
Nessa altura apeteceu-me dizer aqui qualquer coisa mas ainda bem que esperei. Se tinha dúvidas, agora tenho a certeza. E direi porquê.
Vejamos.
O que disse Marcelo do governo? Que estava a agir pior do que o pior de Guterres.
Chocante? Qual quê! Muito pior disse Marcelo, por exemplo, ao destruir publicamente a imagem de Santana Lopes quando explicou por A + B que Santana lopes não tem perfil nem credibilidade para ser primeiro-ministro. (E não tem, mas isso é outra história.)
Aparece uma queixa à Alta Autoridade para a Comunicação Social, e Marcelo promete que fala disso "no domingo". Depois há o tal almoço que, supostamente, leva Marcelo a demitir-se - ou a ser demitido, depende da versão.
A partir daí nem mais um pio.
What's wrong with this picture?
Primeiro que tudo, o professor Marcelo não precisa do ordenado da TVI. A TVI é que precisava dele para manter as audiências de um jornal da noite que era comentado por toda a gente, desde o Presidente da República ao mecânico da esquina.
Segundo, qualquer televisão se esfolaria para contratar Marcelo! Se a TVI não quer, e eu não acredito que não quer, muito menos acredito que a SIC não queira. Isto sem meter a RTP ao barulho porque, se se trata porventura de um leilão de "quem dá mais", seria de facto má fé da minha parte a mera consideração de que a televisão pública gastaria o dinheiro dos contribuintes numa guerra de audiências. Não, isso não acontece neste país.
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Eu até acreditaria na hipótese da censura se as leis de mercado não ditassem que quem manda no governo são os grupos económicos e não é o governo que manda nos grupos económicos. (Era bom, era! Tá bem, tá!)
Além do que, há cerca de um ano li aqui, ainda a hipótese me parecia completamente absurda, que aquilo que de facto Marcelo queria mesmo, mesmo, mesmo, era tomar de assalto, não a presidência da república mas, isso sim, o PSD. Enfim, não acredito em tudo o que leio, mas confesso que não esqueci e que fiquei com a pulga atrás da orelha, a picar, a picar.
Por estas razões, e porque não acredito que haja poder neste país capaz de calar Marcelo durante todas estas semanas (tirando a Divina Providência, que não mora cá), pela primeira vez na vida vou concordar com Luís Filipe Menezes e a sua teoria de que o professor se atirou ao "tapete" e se "fez ao penalty".
Isto para se candidatar ou à presidência do PSD ou à da República. Tudo depende se o senhor prefere ser primeiro-ministro ou presidente.
Quando se chega à posição e estatuto de Marcelo Rebelo de Sousa, não é o "tacho" que conta. É a realização pessoal.
Ou, posso estar completamente enganada, pode de facto haver censura em Portugal a amanhã fecham-me o blog.
Mas... naaaaaaah!
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