Parece que o franchise "Insidious" não pára de lucrar. Esta é outra prequela do primeiro "Insidious", mas também é uma sequela de "Insidious: Chapter 3", e já há outra sequela a caminho com a mesma família do filme original, que, coitados, parece que não se conseguem livrar da assombração.
A sinopse de "Insidious: The Last Key" promete que a médium Elise Rainier vai enfrentar a maior assombração da sua vida, e eu não acreditei porque já sei do que a casa gasta, mas neste caso enganei-me redondamente. Elise Rainier vai mesmo confrontar-se com o maior fantasma da sua vida e da sua infância: o seu pai. E logo isto confere a este "Insidious: The Last Key" um nível dramático que nunca existiu nos filmes anteriores em que um dos personagens recorrentes era um demónio chifrudo (ausente aqui, talvez graças ao deus Pan).
O filme começa com um flashback à infância de Elise. Logo de início, viviam numa casa contígua a uma prisão, onde cada vez que um condenado era executado na cadeira eléctrica as luzes davam sinal. Já em criança, Elise tinha o dom de falar com os mortos. A sua mãe considerava-a especial, mas o pai não gostava nada daquilo e submetia Elise a grandes tareias para a levar a dizer que não via fantasmas nenhuns e fechava-a na cave como castigo por ela insistir na verdade. Como se não bastasse, um dia Elise é enganada por um demónio a abrir uma porta, o que resultou na morte violenta da sua mãe e no aumento da brutalidade do seu pai. Por fim, não são os demónios quem expulsa Elise de casa, é ela própria, já adolescente, que foge da violência a que o pai a sujeitava.
Muitas décadas depois, quando Elise já tem a companhia dos dois caça-fantasmas Tucker e Specs (que neste filme não são tão embirrantes como nos anteriores mas continuo a não lhes achar graça nenhuma), Elise recebe o pedido de ajuda de um dono de casa desesperado que é atormentado por fenómenos sobrenaturais. A casa onde ele reside é precisamente a mesma onde Elise cresceu, mas apesar do passado traumático ela não hesita em ir lá.
Aqui começa a parte do filme de que os espectadores mais impacientes não vão gostar. Durante uma boa meia hora Elise e os caça-fantasmas não fazem outra coisa senão andar pela casa a detectar presenças. Estas cenas de "detecção" costumam ser as minhas preferidas, porque já sabemos que eles vão encontrar qualquer coisa. Mas, desta vez, o que eles encontram é tão inesperado e perturbador que me fez cair o queixo, e já considero este o melhor "Insidous" que já vi. Segue-se uma morte não sobrenatural e realista, e juro que nunca mais vou olhar para um armário da mesma maneira.
Mas para quem pense que "Insidious: The Last Key" é só drama da vida real, o último terço do filme leva-nos para território mais "familiar", em que Elise tem de ir mais uma vez ao "Longínquo" para enfrentar o demónio que, aparentemente, lhe matou a mãe e que foi responsável pela violência do seu pai. Este demónio tem chaves em vez de dedos, o que podia ser simbólico das chaves que abrem as portas aos demónios de infância.
Na verdade, este podia ter sido um grande filme se esta faceta dos demónios/chaves/traumas de infância tivesse sido explorado como deve ser, mas a partir deste momento "Insidious: The Last Key" cai na mesma lengalenga dos "Insidious" anteriores: demónios monstruosos, sustos, Elise como super-heroína no plano astral. Que pena. Eu até estava a gostar.
Mesmo assim, como já disse, este pode muito bem ter sido o melhor filme do franchise todo e estabelece Elise Rainier como a personagem principal da saga, sem sombra de dúvidas.
13 em 20
terça-feira, 11 de novembro de 2025
Insidious: The Last Key / Insidioso: A Última Chave (2018)
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