domingo, 19 de março de 2023

Macbeth (2015)

Tomorrow, and tomorrow, and tomorrow,
Creeps in this petty pace from day to day,
To the last syllable of recorded time;
And all our yesterdays have lighted fools
The way to dusty death. Out, out, brief candle!
Life's but a walking shadow, a poor player,
That struts and frets his hour upon the stage,
And then is heard no more. It is a tale
Told by an idiot, full of sound and fury,
Signifying nothing.

in "Macbeth"


Confesso que não era fã de William Shakespeare até um dia ver a peça abreviada “Hamlet”. Nem era um filme nem nada, era só uma peça de uma hora e meia, toda a gente vestida em roupa moderna. Os diálogos foram reduzidos ao mínimo. E fez-se luz! “Hamlet” é a minha peça preferida.
Mas aqui não estamos a falar de “Hamlet” mas de ”Macbeth”, outra peça intemporal do Bardo. Uma peça amaldiçoada, cujo nome os actores não pronunciam nos bastidores porque dá azar.
Esta adaptação em forma de filme pode muito bem ser a introdução ao mundo de Shakespeare para quem não o conhece. A linguagem é arcaica, mas quase não se nota graças às interpretações que falam por si. Os diálogos foram reduzidos ao indispensável. A cinematografia é bela e trágica, como se esperaria. Gostei da cena famosa em que Lady Macbeth (a mulher ambiciosa que incentiva o marido a iniciar um reino de atrocidades) acaba a tentar lavar o sangue dos punhais com que este subiu ao trono através do assassinato. Gostei dos problemas de consciência que atormentam Macbeth, pelo menos a princípio, cada vez mais abandonados à medida que este mergulha no abismo. Gostei da culpa manifestada nos fantasmas que o perseguem por todo o lado.
Gostei principalmente das três bruxas, aqui tão etéreas como sombrias, que apresentam um mistério: nada de caldeirões, nada de gargalhadas. Uma delas traz um bebé ao colo. Uma criança (bruxa também) acompanha-as.
Recomendo a toda a gente que julga não gostar de Shakespeare.

18 em 20 (porque só faltou um bocadinho “assim”)


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