domingo, 12 de junho de 2022

Deliver Us From Evil / Livrai-nos do Mal (2014)

Quem já me conhece deste blog sabe como eu gosto de exorcismos, possessões, padres caídos em desgraça e outros diabos. “Deliver Us From Evil" (do mesmo realizador de “The Exorcism of Emily Rose”, Scott Derrickson) é outro filme do género, supostamente baseado em acontecimentos reais, com tudo o que se pode esperar deste tipo de coisa: alguém entra em contacto com o que não deve, abre a porta a uma entidade diabólica e acaba possuído. Neste caso são três militares no Iraque, que, no decurso de uma missão, descobrem uma caverna de culto demoníaco onde não deviam ter entrado.
Quem já viu “O Exorcista” e suas sequelas sabe o que isto significa, e não se pode dizer que o filme seja original. Afinal, estas coisas da possessão e do exorcismo seguem uma determinada ordem com regras próprias, “identificadas” desde há séculos, e não há muito por onde “inovar”.
Mesmo assim, o filme consegue momentos bastante tensos, como uma jovem mãe possuída que atira o filho de dois anos ao recinto dos leões do jardim zoológico (que por sorte estavam presos) e o comportamento dos próprios leões, que parecem ter “respeito” ao possesso.
Isto dá arrepios na espinha porque é bíblico. Pedro, no Novo Testamento, chama ao Diabo “o leão rugidor”. No Velho Testamento, Daniel é atirado aos leões mas estes não lhe tocam porque o profeta está protegido por anjos. O leão, tal como o dragão, sempre fez parte desta mitologia demonológica e cristã. Todos os animais do jardim zoológico estavam agitados, mas ver leões comandados por uma entidade maléfica é de pôr os cabelos em pé. (Afinal, não são apenas os anjos que “fecham a boca” aos leões, como no caso de Daniel. Para quem se interessa por estes assuntos, é significativo.)
Também aprendemos (não sei se é realmente canónico ou inventado) que o exorcismo tem seis fases. Achei interessante. Sempre gostei de saber mais sobre o ritual em si.
“Deliver Us From Evil” é um filme para quem gosta do género. Não há muito mais a dizer nem eu desejaria contar. Os amantes de exorcismos e possessões não vão sair daqui desapontados, mas não é de esperar um “Exorcista”, nem sequer um filme tão bom como “The Exorcism of Emily Rose”.

15 em 20 (pelos leões)

 

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