domingo, 21 de março de 2021

The Lazarus Effect (2015)

Uma equipa de cientistas produz um soro que tenciona prolongar a vida de pacientes em coma de modo a permitir mais tempo à intervenção médica. O soro funciona como um desfibrilhador, mas a nível cerebral. No decurso de experiências em laboratório com animais mortos, os cientistas conseguem ressuscitar um porco por breves instantes. De seguida ressuscitam um cão.
Acidentalmente, uma das cientistas da equipa morre electrocutada. E a seguir vocês já sabem o que acontece.
“The Lazarus Effect” é uma salada de clichés que me lembrou de dois filmes em particular: “Flatliners” / “Linha Mortal”, de 1990, um clássico em que os cientistas se submetem a experiências de quase-morte cada vez mais prolongadas de modo a investigarem o que existe para lá dela, e “Pet Sematary”, em que se pergunta: o que é que as pessoas estão dispostas a fazer para trazerem um ente querido da morte? Tudo!
Depois de ressuscitarem o cão, os cientistas observam que o seu comportamento não é normal. Primeiro que tudo, o cão tinha cataratas à data da morte e estas agora estão curadas. A princípio o cão mostra-se apático, mas torna-se cada vez mais agressivo. A sua actividade cerebral é extraordinária, muito acima do normal.
Um dos personagens (interpretado por Evan Peters, bem nosso conhecido de “American Horror Story”) sugere que se abata o cão antes que ele vire Cujo, numa referência descomplexada a Stephen King.
Mas claro que não fazem isso, e quando a cientista morre acidentalmente, com o soro ali tão perto, o noivo dela, e líder da equipa, nem pensa duas vezes e ressuscita-a.
Até aqui o filme estava a ser interessante, admito, não obstante a falta de originalidade. A premissa continha algo de filosófico, os próprios cientistas questionavam as suas escolhas éticas, falava-se da morte como o fim da vida biológica mas colocava-se a hipótese da sobrevivência da alma.
E depois descamba em todos os clichés possíveis e imaginários de um filme de terror previsível de reduzido orçamento, já a pensar na sequela que ninguém quer ver.
A sério, era necessário que os olhos da ressuscitada ficassem negros como os dos demónios de “Sobrenatural”? É que já nem provoca efeito de choque. Fiquei desiludida, confesso. Esperava mais deste filme que até não começa mal.
O enredo de “The Lazarus Effect” está demasiado explorado: o personagem que volta dos mortos “diferente”, inevitavelmente maléfico. O original seria que fosse malvado e voltasse bonzinho.
Este é um filme que se vê bem, sem expectativas e sem pensar muito. E também não há mais nada a dizer sobre ele.

14 em 15



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