Há passos estranhos fora dos sentidos
o campo dorme na escura paz da alma
na seara dourada que a noite acalma
pássaros negros esvoaçam sem voos definidos.
Dias longos sem memória esquecidos e quebrados
Mais longos que a morte para trás repousam
Só interessa o momento em que os olhos ousam
Perder-se na escuridão dos terrores achados.
Parece que os passos se aproximam da porta
chamam calados sofrendo o sono cerrado
voam asas chorando a clamar ao céu alado
desesperando que a noite não dorme – está morta!
10-11-1988
Comentário: Este é daqueles que quase tinham ido para o lixo. Ainda bem que não foi. Pode parecer "tipo Florbela Espanca" mas não é bem. Eu também tenho experiência de searas.
1 comentário:
Não o acho nada Florbela. Gosto logo do inicio, parece que promete algo mais, um qq horror, um qq susto... que depois não se conretiza.
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