A QUEDA
Quando eu sinto
que as asas se partem
e aterramos em
queda livre, risco de vida,
pergunto-me a
razão da existência,
porque voamos
tão alto e depois caímos,
e ainda que a
culpa não seja nossa
e nos culpem
pela culpa que não temos,
de que modo
podemos fugir?
Como voltar ao voo
visando as nuvens
diz-me, meu
amor, as alvas asas,
como levantá-las
levemente
sem medo de
voltar a cair?
Desta vez nada
existe lá em baixo
que amortize a
nossa queda tenebrosa
a não ser o
manto materno da morte.
O amor, para
nós, só o amor
ampara a
amargura de existir.
3-10-1988
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