Não sei o que se passa com esta nova edição de “The Twilight Zone”, mas o facto é que parece não ter impacto. Se na primeira temporada os episódios eram quase panfletários, tão preocupados com a mensagem política e social que estavam a tentar transmitir que as histórias acabavam por ser relegadas para segundo plano, já não podemos dizer isso da segunda.
Desta vez “The Twilight Zone” cingiu-se às histórias, mas nem por isso estas tiveram o impacto com que a velhinha “A Quinta Dimensão” de 1959, a preto e branco, ou até a edição de 1985, a cores, nos marcou para sempre. Serão as histórias menos boas? Seremos nós que já vimos tanta coisa que não é qualquer história que nos atinge? A verdade é que depois de cada episódio dei por mim a encolher os ombros, sem que me aquecesse ou arrefecesse.
Quase basta dizer que o meu episódio preferido foi “8”, em que o protagonista é um polvo assassino. Sim, leram bem, um polvo assassino, nem sequer um polvo gigante (embora bastante grande), mas muito inteligente. O episódio passa-se na Antártida, onde um grupo de cientistas estão isolados a estudar, supostamente, os efeitos das alterações climáticas, quando algo os começa a matar um a um. Este é um enredo à “Alien” e “The Thing”. Nunca me passou pela cabeça que o vilão fosse mesmo o polvo que os cientistas encontram escondido dentro de uma arca. Mas acontece que os cientistas, afinal, não estão ali com boas intenções. O que eles querem é apanhar o espécime para a indústria farmacêutica e coisas piores. Só que o polvo é mais esperto do que eles e lixa-os. E o pior é que nós aplaudimos. Existe uma cena perturbadora como há muito tempo não via. O polvo consegue camuflar-se de tal maneira que fica invisível em cima de um dos membros da equipa que acabou de matar. Foi arrepiante, confesso.
Algumas histórias têm o seu interesse, mas destaco também “You Might Also Like”, uma invasão extraterrestre pelos mesmos aliens do original “To Serve Man” que acaba por ser uma paródia pouco subtil ao consumismo.
Os outros episódios são francamente esquecíveis e se a série for renovada e a qualidade continuar assim, penso que vai ser a última crítica que faço a esta nova “Twilight Zone”.
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domingo, 18 de abril de 2021
The Twilight Zone / A Quinta Dimensão (2019, segunda temporada)
domingo, 19 de janeiro de 2020
The Twilight Zone / A Quinta Dimensão (2019)
Quem não se lembra da velhinha Twilight Zone, que nos inícios da nossa televisão passava à tarde e me punha a dar voltas à cabeça sobre qual seria a Quinta Dimensão uma vez que eu só conhecia três? As histórias eram interessantes, às vezes inquietantes, oscilavam entre a ficção científica e o terror, e o final tinha sempre uma reviravolta inesperada.
Infelizmente, não posso dizer o mesmo desta nova Twilight Zone de 2019. Apenas dez episódios e muito pouco inspirados. Desde o primeiro, percebemos que esta série é extremamente politizada e vende a agenda dos Democratas norte-americanos. Não é que a agenda não me agrade, mas a série é demasiado óbvia, quase panfletária. Por exemplo, um miúdo de 12 anos que é eleito presidente dos Estados Unidos e que só faz o que lhe dá na gana. Ora, quem será, quem será?… Outro episódio em que só falta gritarem, de cartazes em punho: black lives matter! Outro todo ele dedicado ao movimento #metoo. Outro que fala de imigrantes e dos horrores da deportação. E por aí fora, tudo do mais anti-Trump possível, sem qualquer subtileza.
Até o meu episódio preferido, “The Blue Scorpion”. A princípio até fiquei espantada que o episódio não estivesse a vender uma mensagem qualquer. É a típica história de um objecto amaldiçoado, neste caso uma pistola, com as particularidades de que ninguém a encontra, é a pistola que encontra a pessoa, e que a pistola tem de ser guardada num sítio iluminado porque (ela, a pistola) tem medo do escuro. Muito interessante e promissor. O seu proprietário mais recente fica obcecado por ela. Primeiro, a pistola aterroriza-o. De seguida, domina-o. O homem adora a pistola. Não vou dizer qual é a reviravolta, mas quando finalmente o homem se consegue livrar da pistola esta acaba por “encontrar” dois miúdos que andavam à pesca. Ah, lá está a agenda! Mais subtil, desta vez, mas para bom entendedor é o que basta.
Outros episódios conseguiram fugir um pouco ao panfleto político: "The Comedian", "Nightmare at 30,000 Feet", "A Traveler", "Six Degrees of Freedom", mas todos a arrancar com uma boa premissa que acabou sempre desaproveitada. Já o episódio “Blurryman” não teve mesmo pés nem cabeça.
Esperava muito mais desta edição actual de The Twilight Zone. Mas, mesmo sem a política à mistura, os episódios foram fraquinhos (embora poucos, o que ainda torna mais estranho que sejam fracos) e sem o efeito de choque da série original.
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