domingo, 19 de janeiro de 2020

The Twilight Zone / A Quinta Dimensão (2019)


Quem não se lembra da velhinha Twilight Zone, que nos inícios da nossa televisão passava à tarde e me punha a dar voltas à cabeça sobre qual seria a Quinta Dimensão uma vez que eu só conhecia três? As histórias eram interessantes, às vezes inquietantes, oscilavam entre a ficção científica e o terror, e o final tinha sempre uma reviravolta inesperada.
Infelizmente, não posso dizer o mesmo desta nova Twilight Zone de 2019. Apenas dez episódios e muito pouco inspirados. Desde o primeiro, percebemos que esta série é extremamente politizada e vende a agenda dos Democratas norte-americanos. Não é que a agenda não me agrade, mas a série é demasiado óbvia, quase panfletária. Por exemplo, um miúdo de 12 anos que é eleito presidente dos Estados Unidos e que só faz o que lhe dá na gana. Ora, quem será, quem será?… Outro episódio em que só falta gritarem, de cartazes em punho: black lives matter! Outro todo ele dedicado ao movimento #metoo. Outro que fala de imigrantes e dos horrores da deportação. E por aí fora, tudo do mais anti-Trump possível, sem qualquer subtileza.
Até o meu episódio preferido, “The Blue Scorpion”. A princípio até fiquei espantada que o episódio não estivesse a vender uma mensagem qualquer. É a típica história de um objecto amaldiçoado, neste caso uma pistola, com as particularidades de que ninguém a encontra, é a pistola que encontra a pessoa, e que a pistola tem de ser guardada num sítio iluminado porque (ela, a pistola) tem medo do escuro. Muito interessante e promissor. O seu proprietário mais recente fica obcecado por ela. Primeiro, a pistola aterroriza-o. De seguida, domina-o. O homem adora a pistola. Não vou dizer qual é a reviravolta, mas quando finalmente o homem se consegue livrar da pistola esta acaba por “encontrar” dois miúdos que andavam à pesca. Ah, lá está a agenda! Mais subtil, desta vez, mas para bom entendedor é o que basta.
Outros episódios conseguiram fugir um pouco ao panfleto político: "The Comedian", "Nightmare at 30,000 Feet", "A Traveler", "Six Degrees of Freedom", mas todos a arrancar com uma boa premissa que acabou sempre desaproveitada. Já o episódio “Blurryman” não teve mesmo pés nem cabeça.
Esperava muito mais desta edição actual de The Twilight Zone. Mas, mesmo sem a política à mistura, os episódios foram fraquinhos (embora poucos, o que ainda torna mais estranho que sejam fracos) e sem o efeito de choque da série original.

2 comentários:

Ligeia Noire disse...

Lembro-me bem dessa série, infelizmente, muitas delas sofrem do mal da lavagem de cérebros. Deixei de ver televisão, em parte, por causa do lixo que passa... Não nos esqueçamos que a maior parte dos canais de televisão e jornais americanos são propriedade de democratas ou personalidades de esquerda. Quando, em todos os meios de comunicação social, só se da a conhecer um lado da novela, não se pode decidir se se mata os esfola..
Ser-se de esquerda ou direita ou republicano ou democrata,ou o diabo a quatro é escolha livre de cada um, ambos têm ideais louváveis e reprováveis mas usarem os media para veicularem as mensagens, bem parciais e erróneas, pelas quais se pautam, e que colocam uma nação do avesso, com cada um a puxar pro seu lado, não ajuda ninguém. But bread and circuses.... Nunca se viu disto na era do Obama, onde ele mesmo, o próprio presidente, apelou a que se votasse na sua preferida, a senhora mafarrica em carne e osso. Vivo nos EUA e tenho a dizer que a qualidade de vida melhorou imenso desde que o senhor que se escolheu odiar ganhou as eleições, damo-nos ao luxo de escolher de entre 4 ou 5 propostas de trabalho e há mais empregadores que empregados. Coisa impensável em Portugal. Sem falar, que pela primeira vez, não tenho de pagar 300 ou 500 dólares de penalização por não ter seguro de saúde que não cobre despesas algumas, AKA obamacare.
Tenho o estatuto de residente actualizado e legal desde o dia que entrei neste continente, pago os meus impostos e finalmente tenho seguro de saúde e contribuo para o deles, sem querer politizar este comentário ainda mais, se emigras para um qualquer país, fá-lo considerando e respeitando as leis deles ou então fica em casa. A vida é dura em qualquer sítio, se se abrirem as portas e se deixar entrar bezerros, cavalos e burros, é mais uma casa sem pão onde todos berram mas ninguém tem razão.
Sim, estou de acordo com muito do que o Trump fez, faz e diz, é uma lufada de ar fresco, neste antro de "career politicians". Claro que isso não o exclui de outros problemas ou imperfeições que obviamente tem.

katrina a gotika disse...

Em relação a Trump, acho que é um sociopata narcisista que não devia estar à frente de nada, muito menos dos Estados Unidos. Desprezo a táctica que o elegeu, conseguindo colocar os americanos uns contra os outros de forma tão radicalizada que não se sabe quando é que esta divisão vai (ou se ainda pode) ser sanada. Isto não é de um líder.
Por outro lado, não é caso único. Veja-se o que se está a passar no Reino Unido, a mesma divisão insanável.

Quanto à economia. A economia mundial está numa fase da crescimento que se segue à recessão. Trump apenas está a beneficiar disso. Na verdade, nenhum líder mundial tem o poder de controlar isto sozinho. São os mercados que ditam isto tudo, e os mercados são artificiais. Aqui em Portugal a economia também está em expansão. Mas não te preocupes, há-de chegar à bolha, e depois a bolha rebenta e vem a recessão, e depois a retoma, e assim sucessivamente. E quem se lixa é sempre o do costume.

A minha crítica a esta série é que estavam mais interessados em passar mensagens políticas do que em fazer bons episódios que valessem por eles próprios. O único que escapou, e por isso foi melhorzinho, foi o que mencionei: "The Blue Scorpion".