domingo, 16 de dezembro de 2018

Poseidon / Aventura do Poseidon (2006)


Vi o primeiro “Poseidon” quando era miúda e foi daqueles filmes que me marcaram para toda a vida. De roer as unhas do princípio ao fim. Agora já não roo as unhas, mas este “Poseidon” de 2006 causou-me quase o mesmo efeito do primeiro.
Remake do filme de 1972 ("The Poseidon Adventure"), a história é igual: na véspera de Ano Novo, o cruzeiro de luxo Poseidon é atingido por uma onda gigante que vira o navio ao contrário. Um grupo de pessoas, apesar de desaconselhadas pelo capitão, decide encontrar a saída pelas hélices, que agora estão a descoberto. Entretanto, os passageiros e tripulação que se mantiveram onde estavam, à espera de socorro, são tragados pelas águas e pelos incêndios.
Classificado como filme-desastre, “Poseidon” tem elementos de puro terror: sobreviventes a tentar escapar de um ambiente hostil em que a morte espreita a cada esquina. Não deve haver cenário mais espectacular e aterrador do que um grande navio virado ao contrário, a encher-se de água, rodeado de mar profundo. (Excepto talvez um ambiente ainda mais hostil: uma nave espacial no espaço.) Depressa o percurso se torna opressivo e escuro, desorientador, e todos os perigos espreitam os sobreviventes: cabos eléctricos em carga, explosões, mobília e máquinas aos tombos, as grandes hélices ainda a trabalhar, e, nunca esquecendo, a água a subir cada vez mais depressa atrás deles, garantindo que não há retorno.
Não há tempo para respirar neste filme. É uma corrida desesperada até à única saída possível.
Tenho apenas uma queixa a apontar sobre o fim. Depois disto tudo, os sobreviventes têm à sua espera um salva-vidas aberto e em perfeitas condições, exactamente onde precisam dele. Curiosamente, é também o único salva-vidas que se vê em redor do navio. Isto é demasiado conveniente [quase um deus ex machina] e rouba algo do heroísmo que os sobreviventes demonstram até esse momento. Não custava nada terem feito com que houvesse mais dificuldade em chegar ao salva-vidas e teria sido o fim perfeito.
A última cena, em que vemos o navio vir à tona, virar-se, erguer a proa e por fim desaparecer na sepultura das águas profundas, é tão aterradora quanto bela. Para ver isto é que muita gente fez fila para o “Titanic”.

Por que é um filme bastante bem feito, de prender a respiração do princípio ao fim,

16 em 20


Sem comentários: