sábado, 26 de março de 2016

Battlestar Galactica (série TV)

Recentemente, fui engodada a ver a mini-série de 2003 e meia dúzia de episódios da primeira temporada da série de 2004 de Battlestar Galactica quando começaram a repetir no SyFy. Acho que esta série já passou entretanto num canal generalista (ou teria sido o Star Trek Nova Geração?) mas não vi nem quis ver. E ai de mim, porque é que eu me pus a ver isto?! Ainda há pouco tempo o disse aqui, até estremeço quando sei que vão fazer um remake de um filme ou série de sucesso. Não é que a série seja má (até porque temos de ter em conta que já é uma série com 12 anos!) mas o que eles fizeram ao original!!! Vi dois episódios e foi o que bastou para começar a torcer pelos Cylons! Sim, eu torço pelos Cylons!

Porque é que sempre que olho para esta imagem tenho a percepção de que se prepara ali uma orgia?...

Battlestar Galactica era simplesmente a minha série preferida em miúda. Refiro-me à série de 1978, que só passou aqui no início dos anos 80. Eu tinha uns 10, 11 anos. Ainda nem tinha uma televisão a cores! Ia a correr para casa da minha avó, depois da escola, aos sábados, porque ela tinha televisão a cores, só para ver a Galactica! Eu era FANÁTICA pela Galactica! Coleccionava todas as imagens que apanhava na TV Guia e nos jornais para o meu livro de recortes! Passava a semana na expectativa de ver a Galactica! Por isso não me venham cá com tretas, se alguém merecia uma Battlestar Galactica para adultos, era eu! Porque, convenhamos, a série original era para crianças. Reparem bem no requinte retro deste poster:

"Battlestar Galactica", 1978

E não me estou a queixar da surpresa de que Starbuck, nesta nova série, é uma mulher. É o que me rala menos. Mas outras pessoas poderão ainda suspirar por estes senhores:

Dirk Benedict "Starbuck" e Richard Hatch "Apollo" em "Battlestar Galactica", 1978

Todas as miúdas da escola tinham uma paixoneta assolapada pelo Starbuck! Mas eu não. Eu era a excepção. Eu gostava do Apollo, que era bonzinho, "certinho e direitinho" e bem comportado. Era a única miúda que gostava do Apollo! Sempre achei o Starbuck um gajo irresponsável, mulherengo, que passava as noites em bares a fumar e beber, um gajo com quem não se podia contar emocionalmente. A minha inclinação era toda para o outro, o responsável, o que casou com a Jane Seymour (a viúva "Serina") e adoptou o puto dela. Era um homem assim que eu queria para a minha vida, o meu ideal, porque eu também queria ser certinha direitinha, e era!, mas depois a vida trocou-me as voltas e transformou-me... num Starbuck! E como para doidivanas irresponsável só basta um, está tudo muito bem como está. As voltas que a vida dá!
De regresso à nova série. Passado o choque, até gostei de ver esta Starbuck no feminino! Possivelmente a melhor personagem desta versão de Batttlestar Galactica.
Porque os outros!... Ó deuses de Kobol, que gentinha mais má! Em todos os episódios que vi, até parece que há uma competição entre eles para ver quem consegue matar mais civis! "Estás com pena de ti própria porque mataste uma mulher e uma criança à frente do marido e do pai numa nave civil para lhes confiscares todos os recursos? Isso não é nada! Ainda ontem tive de explodir uma nave civil com umas 1500 pessoas a bordo só porque se desconfiava, nem se tinha a certeza, de que estava comprometida por Cylons! Por isso toca a levantar e seguir em frente e matar mais civis, muito mais civis!" E é isso que eles fazem. Aqueles militares hão-de conseguir dizimar a população civil mais depressa do que os Cylons! E agora já se percebe porque é que os Cylons se revoltaram! Eu também me revoltava!
Odeio, simplesmente odeio, aquela gente toda! Que os deuses de Kobol façam chover um dilúvio dentro daquela nave e que se afundem no espaço! Que os deuses de Kobol nunca permitam que aquela gente encontre a Terra! Que os deuses de Kobol os façam andar perdidos pelo espaço durante 40 anos e que no fim sejam engolidos por um buraco negro! Porque aquela gente era capaz de explodir a Terra sem provas nem certezas, bastava que alguém lhes dissesse que temos cá Cylons, e bum! Ó deuses de Kobol, protegei-nos desta gente! 

Quando ele é ela
O que me dói mais, porque as paixonetas da puberdade são muito a sério e doem, o que me dói mais, é que aquele impostor que se faz passar por Capitão Apollo não é nada o Apollo que eu conheci! Não é, não é, não é! Ela, a Starbuck, está fiel ao original, mas ele, que decepção! O meu Apollo nunca pediria ao Starbuck que ficasse para trás numa missão e se explodisse a si próprio com uma bomba nuclear! O meu Apollo não faria isso! Mais provável, o meu Starbuck ficava para trás contra a vontade do meu Apollo, e sem este saber, para ser um herói e poupar a vida ao amigo. Porque o meu Starbuck era assim. E este não é, não é, não é, este não é o meu Apollo!
Vou continuar a ver a série por puro e simples hate waching. Para quem não está familiarizado com o termo, significa isso mesmo, ver uma série só para odiar. É quase tão bom quanto ver uma série de que se gosta e foi assim que vi todos os episódios de "Under the Dome", que era tão mau que até me fazia rir de tão mau!
Que mais há a dizer de "Battlestar Galactica" 2.0? Adorava, adorava!, que a Starbuck fosse uma Cylon! Porque de toda aquela gente ela é única que parece minimamente humana, logo, deve ser uma máquina. (Ou todos eles são máquinas e ainda não sabem.) Honra lhes seja feita, é a única personagem imediatamente reconhecível da série original:



Quem diria, tantos anos depois, que um dia ainda ia ter uma paixoneta pelo outro, neste caso, pela outra! Cylon ou não, fofa, vem jogar comigo, e traz o charuto! Sem compromisso.


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