terça-feira, 11 de novembro de 2008

É doloroso ter sono de dia e não ter sono de noite. Os meus dias de vigília forçada arrastam-se como um pesadelo. E ninguém quer saber.
Ninguém quer saber.
E ninguém percebe.
Imagine o leitor normal, cujos ritmos de sono estão ajustados ao funcionamento da sociedade, que subitamente tudo se invertia. Perto da meia noite, uma hora, duas horas, começava normalmente a ter sono. Mas não podia ir dormir antes das 7 da manhã. Uma noite até passava. Agora imagine viver assim o resto de toda a sua vida. Sim, começava a doer. Sim, a sua cabeça deixaria de funcionar e o seu cérebro transformava-se em papa. Sentença perpétua.
Não sei se fui criada assim se é uma deficiência genética: mais um erro de Deus. Muitas vezes, ao pensar nisto, encontro nesta uma das melhores razões para morrer.
E ninguém, ninguém, percebe.