terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Midsommar / Midsommar, o Ritual (2019)

Este foi um dos filmes mais aterradores que vi nos últimos tempos, se calhar porque podia mesmo acontecer. Um jovem casal, Dani e Christian, decidem visitar um festival de verão tradicional da Suécia na companhia de colegas de universidade de Christian, todos estudantes de antropologia. O convite vem de Pelle, um colega sueco que lhes promete uma experiência inesquecível numa comuna hippie e isolada da civilização onde o Solstício de Verão é celebrado à antiga. Quem conseguiu ver a porno-turtura de “Vikings” já está a adivinhar o que vai sair daqui. Quem não conseguiu, aconselho a que não veja este filme também.
A princípio é tudo “rosas”, sol da meia noite e muitas drogas, muitas delas naturais, e trajes brancos com grinaldas de flores. No entanto, alguns “pormenores” ao canto do écran começam a dar-nos a sensação de que algo está muito errado. Por exemplo, um urso numa jaula minúscula. Quando os turistas perguntam a Pelle o que é aquilo, a resposta é um encolher de ombros: “É um urso”. E a mesma resposta é casualmente dispensada sempre que os recém-chegados fazem perguntas sobre aspectos inquietantes da festividade.
Não quero estar aqui com spoilers, mas o que mais me aborreceu foi o facto de estes estudantes de antropologia serem tão ignorantes (até mesmo idiotas) quanto ao que se estava a passar. (Na Europa é proibido manter animais selvagens em cativeiro, muito menos numa jaula minúscula, por exemplo.) Outro jovem da comunidade também estava a estudar fora do país e traz com ele um casal de britânicos, igualmente estudantes. Assim que a festividade começa a envolver suicídios rituais, os britânicos, chocados, decidem ir-se embora, mas fazem tal escarcéu, em vez de fugirem sorrateiramente, que não vão longe.
Já os americanos deixam-se convencer de que aquilo a que estão a assistir é uma forma de vida (e morte) alternativa e decidem mesmo basear a tese de curso na festividade. Tanta credulidade só tem uma explicação, a duplicidade de Pelle, membro da comuna hippie, que se fez passar durante anos por um estudante normal e evoluído quando o seu objectivo era recrutar convidados (vítimas) para o ritual. É natural confiarmos em alguém que nos parece igual a nós e que em nada nos faz pensar que pertence a um culto pagão radical.
Sem mais spoilers, há alguns conselhos que podemos tirar disto tudo, alguns dos quais eu já aplico na minha vida há muitos anos e ainda aqui estou:
1) nunca se ponham numa situação em que vão para um local tão remoto que dependam de transportes alheios para sair de lá
2) nunca tomem drogas / álcool ou algo que vos faça perder a lucidez nessa situação remota onde não conhecem a maioria das pessoas
3) se as coisas começam a meter sacrifícios de sangue, fujam
4) fujam sorrateiramente
5) quando as coisas começam a cheirar mal é porque há merda da grossa

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