Este filme foi uma grande decepção para mim. Como o nome indica a acção passa-se durante o confinamento do Covid-19, e por alguma razão (talvez a sinopse) eu estava convencida de que ficar em casa, no isolamento e no silêncio das ruas vazias, ia despertar qualquer entidade sobrenatural. (Mas a ler as críticas descobri um filme semelhante que talvez me interesse. A ver vamos.)
“Safer At Home” envereda um bocadinho pela ficção científica/distopia, mas não fiquem já entusiasmados. O filme parte do princípio de que as variantes de Covid iriam ser cada vez mais mortíferas e transmissíveis, o que coloca os nossos personagens em confinamento há mais de dois anos no que já se tornou um estado policial. Mas isto passa de raspão, não interessa senão no fim.
Nem era preciso o Covid para pôr este grupo de amigos numa festa no Zoom, como prova outro filme bem mais interessante, “Unfriended: Dark Web” (“Desprotegido: Dark Web”) de 2018.
O enredo é precisamente esse. Um grupo de amigos reúne-se via Zoom para celebrar o aniversário de um deles. Entretanto alguém arranjou Ecstasy para todos tomarem. A princípio tudo corre lindamente, até a droga começar a actuar. Tudo indica, pelos sintomas, que talvez o comprimido não fosse Ecstasy mas qualquer mistura com anfetamina. Alguns dos amigos sentem-se mal, outros eufóricos, outros agressivos. Um casal de namorados a viver juntos desata a discutir. Durante a discussão, a namorada cai acidentalmente. O namorado julga que ela está morta. Ninguém no Zoom viu que não foi ele quem a empurrou, porque estavam todos distraídos, mas o espectador viu perfeitamente que foi um acidente.
É aqui que o filme se torna estúpido. Nenhuma daquelas alminhas pensa em chamar sequer uma ambulância. Entram todos em pânico, especialmente o namorado. Mais idiota ainda, o namorado decide fugir do apartamento, como se um corpo pudesse ser abandonado assim sem que ninguém desse por nada, no que só posso concluir que foi um efeito da droga. Ao mesmo tempo, um dos amigos do Zoom decide meter-se no carro e ir ter com ele (para quê?). As estradas estão desertas. Num instante são perseguidos pela polícia. O final do filme quer entrar em coisas da vida real por isso temos algo semelhante ao que deu origem ao Black Lives Matter, só que aqui é apoucalhado em todas as formas e feitios (o gajo não obedeceu à polícia umas quatro vezes, ainda sob efeito da droga).
Em retrospectiva, não diria apenas que o filme é estúpido, mas que as personagens são ainda mais estúpidas.
Completamente a evitar.
9 em 20
Sem comentários:
Enviar um comentário