sábado, 29 de setembro de 2018

Zero Dark Thirty / 00:30 A Hora Negra (2012)


“00:30 A Hora Negra” é a reconstrução realista da caça ao homem que resultou no assassinato de Osama Bin Laden em 2011. Baseado em testemunhos de pessoas envolvidas, acompanha os operacionais da CIA envolvidos na busca de uma década que terminaria em Abbottabad, Paquistão, onde o terrorista mais procurado do mundo se encontrava escondido.
O filme é isto e pouco mais do que isto. Quase um documentário. Os personagens nunca são aprofundados para além dos seus papéis profissionais. Se calhar porque se baseiam em pessoas reais, heróis americanos, e ainda era/é muito cedo para os mostrar como seres humanos? Talvez. O filme apresenta-nos os factos como eles se passaram, desde a tortura utilizada em prisioneiros nos anos de George W. Bush até à abordagem mais soft da administração Obama. Mas nunca se tenta moralizar o que vemos no écran. Não é esse tipo de filme. Este é um filme para quem quer conhecer mais pormenores do que realmente se passou em Abbottabad e como é que a CIA lá chegou.
É impossível não apontar as semelhanças com “Homeland”. Tal como na série, muito do jargão e técnicas de espionagem caem-nos em cima sem que ninguém os explique. Cabe ao espectador fazer o esforço de acompanhar. Se calhar não teria percebido tanto do filme se não visse a série. Assim, o filme pareceu-me quase um episódio de “Homeland”, apenas sem Carrie Mathison. Ou melhor, sem a Carrie Mathison bipolar, porque a protagonista, obcecada e frenética, lembra Mathison em tudo o resto.
Mas “00:30 A Hora Negra” não é um filme interessado em explorar personagens. É o que é, desde o 11 de Setembro à caça a Bin Laden e às pistas que levaram a CIA a encontrá-lo. Mesmo assim, esperava mais em termos factuais, nomeadamente as reacções das duas administrações da Casa Branca ao desenrolar dos acontecimentos. Sim, esperava ver os bastidores que conduziram a esta célebre foto:



O filme nunca nos mostra as presidências. Foca-se apenas na equipa de operacionais no terreno. Talvez seja muito cedo. Tenho a certeza de que ainda vamos ver uma melhor versão desta operação secreta, mais completa, por perspectivas mais humanas, quando tempo suficiente transformar as pessoas reais em personagens históricas. É uma questão de esperar.


(Este filme não tem nota porque não o encarei como entretenimento.)


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