"Enid" é a biografia da escritora Enid Blyton. Os mais velhos lembrar-se-ão da adaptação à TV de "Os Cinco" e os mais novos lembrar-se-ão do Noddy. Ambos criação de Enid Blyton, prolífera autora de livros infantis e juvenis.
A princípio foi estranho ver Helena Bonham Carter neste papel. Associo sempre a actriz a papéis góticos, principalmente nos filmes de Tim Burton, ou em papéis em que é mais ou menos vilã. Afinal o papel até não diferiu muito porque segundo o filme a mulher era uma megera. Enid Blyton, ao que parece, gostava mais de receber o correio das crianças que a liam do que das próprias filhas. Mas o filme adverte que os acontecimentos foram romanceados.
Não há muito para dizer deste filme, pouco pretensioso e feito para a televisão. A única coisa que se pede de um filme biográfico é que o seja, e neste aspecto fez o que lhe competia.
Enid Blyton, no filme, perante a separação dos pais ainda na infância, aprendeu a refugiar-se no mundo encantado da infância de onde sempre iria tirar inspiração para os seus livros. Achei muito interessante, porque para escapar à minha infância infeliz eu fiz exactamente o contrário: desde muito pequena, procurei sempre o trágico e o assustador. Talvez para me convencer de que as coisas eram más mas se tivessem lobisomens e vampiros ainda seriam piores? Ainda hoje, só um bom enredo de terror me consegue abstrair de tudo.
Enid é um filme simples para quem se interessar por conhecer a vida da autora. Gostei e recomendo.
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