domingo, 28 de fevereiro de 2010

Dor

Disse a uma colega das minhas dores nos joelhos. Ela deu-me a entender que a dor era psicológica e que eu a podia controlar se eu quisesse.
Apeteceu-me perguntar-lhe: "E se eu te der um murro psicológico na cara?"
Graças a Deus, ou talvez não, controlei-me. Por pouco.
Há gente tão estúpida!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Pensei que o passado se tinha apagado da minha memória. Quando ouvi a música desses dias lembrei-me de tudo como uma avalancha.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Vampiros à portuguesa: TVI papa SIC e cospe-lhe os ossinhos

"Destino Imortal" (não arranjei foto melhor)



Não tive oportunidade de ver a estreia dos episódios de "Destino Imortal" (TVI) e de "Lua Vermelha" (SIC), mas gravei-os e assisti com todo o interesse. "Destino Imortal" estreou antes, e ouvi críticas desfavoráveis, pelo que preferi experimentar primeiro a tal "Lua Vermelha". O momento era de emoção. Pela primeira vez na vida ia "ver e ouvir" vampiros portugueses, em Portugal, a falar português. Não estava à espera de uma série de adolescentes. Nunca gostei de séries de adolescentes, nem quando eu era adolescente, e não é agora que me vou dar ao trabalho de ver aquela seca. Se lá havia vampiros, não os vi, e perdoem-me a ironia, pelo fim do primeiro episódio já era para se ver um vestígiozinho da história, não? Havia para lá uns putos betos vestidos de preto (era mais cinzento) com ares de qualquer coisa, mas de vampiros muito pouco. Fiquei com a sensação de que a SIC também queria fazer um "Morangos com Açucar", e ao saber que a TVI ia avançar com vampiros decidiu optar pela "rica fórmula" (a que os media portugueses chamam "sinergia" para não admitirem que o seu nome é "bosta") do "dois em um" (colégio de adolescentes + vampiros), mas fez uns "Morangos sem Sangue" que não interessam ao menino Jesus. Vou ver mais um ou dois episódios, por curiosidade, e se continuar assim fecho a torneira da paciência.

-- Depois de escrever estas linhas tentei ver o segundo episódio. Não consegui chegar ao fim. Apaguei naquela parte em que o "s'tor" fala de ligas metálicas. Como já disse, nem nas alturas do meu liceu suportava ver outros liceus! Fechou a torneira. Intragável. --

Admira-me que a SIC tenha decidido dar isto às 21h, quando a TVI arranca com "Destino Imortal" às 6 da tarde. A série da SIC é tão para criancinhas que bem podia passar às 10 da manhã, na programação infantil. "Destino Imortal" sofreu críticas, de gente bem habituada a vampiros "a sério", mas certamente que ainda não tinham visto "Lua Vermelha". Depois de "Lua Vermelha" até "Destino Imortal" parece uma grande produção!
Diga-se a verdade, as expectativas eram baixas (mas tão baixas, tão baixinhas!) que fiquei agradavelmente surpreendida. Não é grande elogio, bem sei, e ser-se "razoável" porque a concorrência é "medíocre" não é nada de jeito. Não sei até que ponto o argumento é copiado (dizem-me que sim), mas como produção nacional (não inovadora, simplesmente "decalcada") a coisa não ficou má de todo. Direi mesmo que está bem adaptada à realidade nacional, o que nem sempre é bom mas aqui até resulta, com aquela cena da camponesa aos gritos e as ovelhas a fugir cobertas de sangue, ou os GNRs a encontrar corpos degolados em Sintra. Até o barzinho e os gótico-metaleiros que os frequentam não são completamente mal apanhados. Foi engraçado ver um pseudo ritual satânico. À hora que passou deve ter chocado algumas famílias. (Hihihi!) Rogério Samora no papel de vampiro fez-me lembrar António Banderas interpretando "Armand" (embora muito mais velho) e tudo o que recorde o vampiro "Armand" é de aproveitar. Justiça lhe seja feita, a série pretende ser inteligente, não é como a vampira Valentina de quem o pai/criador (?) diz abertamente "tens 200 anos mas continuas uma burra". Conheço gente assim, sim senhor. Bem apontado. As próprias aulas universitárias de mitologia e história medieval são interessantes, e bastante invulgares de ouvir em português - e bem podiam fazer uma série com elas. Tenho a certeza que a maior parte das pessoas que viram aquilo nunca tinham ouvido falar de Lilith. Talvez aprendam qualquer coisa e não fiquem burras toda a vida.
Em suma, é uma série que se vê (o râguebi é que era de evitar -- aliás, o que é que se passa com ambas as séries e o râguebi, é alguma coisa do "Twilight"?...), e uma série "que se vê" já é alguma coisa como primeira tentativa no género. "Destino Imortal" não vai longe, não senhor, mas talvez abra a porta para algo de realmente inovador.
A nossa produção artística no campo da ficção sobrenatural, em geral, quer na literatura, na televisão ou no cinema, é de uma pobreza miserável. Gostava de ver as coisas mudarem. Primeiros passos, como "Destino Imortal", na TV, ou "Coisa Ruim, no cinema, podem ser o princípio da mudança. Espectadores não faltam, e bem se encharcam de produção internacional. Porque não produção nacional, se esta for de qualidade? A qualidade é a única coisa que falta.

-- Depois de escrever estas linhas vi também o segundo episódio de "Destino Imortal". Afinal a coisa foi bem mais longe do que eu pensava. As interpretações melhoraram, os diálogos são elevados. Sim senhor, convenceram-me! Parabéns!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Caspian "Tertia" (2009)

Para não dizerem que nunca ouço música nova... Não é bem verdade que não ouça, a verdade é que ouço e não gosto, e sou bastante impermeável a novas influências, o que ainda diz melhor deste álbum dos Caspian porque estou a escrever precisamente para incentivar uma audição.
Os Caspian são uma banda americana de post-rock. Confesso que até virem a Portugal, em Outubro do ano passado, nunca tinha ouvido falar, nem deles nem sequer de post-rock. Por curiosidade, visitei a página e gostei do que ouvi. Gostei mas não me convenci. Desde Outubro que ando a "digerir" o álbum "Tertia", sempre de pé atrás, até que finalmente entrou. Estranha-se mas entranha-se. Desde aí tenho ouvido muitas bandas semelhantes mas nenhuma com este toque de melancolia, como por exemplo no início de "The Raven", ou com a beleza contida de "Of Foam and Wave". Não ajuda ser uma banda simplesmente instrumental, pelo menos aos meus ouvidos sintonizados para a necessidade de uma voz. Talvez demore a entrar, (e talvez a princípio pareça tudo igual, como me pareceu a mim) mas aconselho vivamente a tentativa a quem gosta das nossas sonoridades. Vale a pena o esforço. E vale a pena ficar atento a esta banda.

Alguma informação na Last FM