Hoje tive de passar numa estrada... Não gosto nada daquela estrada. Já não é a primeira vez que encontro um gato atropelado. Mas sou obrigada a passar pela estrada. O de hoje ainda estava quente. Devia ter sido há pouco tempo, há muito pouco tempo mesmo. Estava deitado no asfalto, mesmo no meio da via, mas parecia vivo, adormecido e em dores... em dores nas quais morreu. O sangue estava derramado numa poça líquida de cerca de 30cm de largura, e ainda nem tinha coagulado. Os olhos estavam vidrados. Apalpei-lhe a barriga, não mexia. Peguei-lhe pelas patas da frente e coloquei o corpo, respeitosamente, na berma. Fiquei com a mão cheia de sangue. Tirei um lenço da mala e limpei-a. Não custa nada.
Não sei como é que há quem atropele um animal e continue a conduzir. Não sei como há quem volte a passar-lhe por cima até ficar tipo "tapete". São daquelas coisas que me repugnam.
E pronto, era só isto.
5 comentários:
Tudo devia iniciar na educação, no respeito pelo Ser
Isso levanta uma questão interessante, DarkViolet. Estando a criatura morta, o que significará o ser mais do que a terra calcada?
Talvez signifique, em casos como o da gotika, o respeito que sobrevive ao tumulo.
Na minha linha de comboio, por vezes encontram-se vários pedaços de animal. Uma série de textos que tenho chamados "A Metade Devorada" inspira-se nisso.
OI!
Nossa...lamento por ter presenciado issuh!
eu amo animais!!
num suporto ver animau sofrer!
gostey daki do seu blog!^^
Que haja alguém que se compadeça dos nossos corpos, ainda pulsantes e vivos, como tu te compadeceste do gato, já moribundo.
A altivez e elegância dos felinos merece respeito de todos nós, parasitas numa sociedade egoísta.
A ti, o meu respeito.
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