Nick Cave tem um projecto novo chamado Grinderman.
Podem ouvir a canção de que vou falar Aqui.
Este post não é apenas sobre os Grinderman e como eu acho que pela amostra têm potencial para mais uma série de clássicos. Nick Cave está melhor do que nunca.
A música chama-se "no pussy blues" e é mais uma vez Nick Cave a explicar às mulheres a essência do ser masculino, no seu pior e no seu melhor, como só ele pode fazer. (E também os Violent Femmes, nos seus melhores momentos.)
Às vezes, Nick Cave até compreende as mulheres, se bem que ao de leve. Para compreendeer as mulheres eu aconselharia Miranda Sex Garden. Ou a alma gémea de Nick Cave, PJ Harvey.
O que faz de Nick Cave um homem extraordinário é essa capacidade de descrever as suas necessidades ao sexo oposto (geralmente os homens não têm capacidade verbal para tanto) e fazê-lo com poesia!!! Às vezes chocante por ser tão honesto, mas eu gosto de honestidade. Gosto que um homem me diga "eu preciso de sexo" em vez de andar às voltas e voltinhas e a amuar e a arranjar discussões "around the bush", como se diz em americano e não tem nada a ver com o presidente. Como é maravilhosa uma boa dose de honestidade, principalmente se vem com poesia atrás. Palavras para quê? Gosto muito dele.
Ainda me lembro daqueles 50 euros que custaram o concerto dele no CCB, concerto a que eu não pude ir. Há quem precise de sexo, há quem precise de dinheiro. E depois, como nota fora do contexto, quem é que pensa em sexo quando tem a barriga vazia e o gás está caro para tomar banho todos os dias e...
Onde isto foi parar. Parar é a palavra de ordem. Paremos.
24 comentários:
Já a tinha ouvido uma vez, mas sem compreender a letra. Vou ter de a ver escrita.
Para ti há uma diferença entre a essência de "ser masculino" e "ser feminino"?
Os homens não «precisam» de sexo... Não passa de mitologia feminina. As mulheres é que não funcionam sem o dito... mas adoram autoconvencer-se de que não.
Ng funciona sem o dito. É uma necessidade tão natural como tantas outras. Muitos nórdicos e anglo-saxões evitam (v)ir para países de tradições cristãs (se n houver conterrâneas em nº suficiente) pq sabem que vão ter q penar. Por outro lado o homem português é um parvo e nada discreto. Do género comi esta e tal - e difama até n poder mais a pessoa. Mas quem comeu quem? Ele não foi de certeza. Enfim... Mentalidades! A música em si sinceramente n gostei, muito noisy :/.
Gotika, parar só se for de pensar no mal do mundo, no mal dos outros, no nosso mal :))) quanto ao sexo, é uma forma de expressão, legítima, como muitas outras... nao se conjuga com precisar, é antes o fruto de uma expressão.
JAJAJAJAJAJA!!!
Eu cá acho que ambos os géneros só pensam no sexo e na morte e em algo posterior que a ambos estes polos se conecta e cuja tensão pretende resolver... Mas isso é uma espécie de obsessão minha, um pré-conceito... Quanto aos 50 euros, pois, também o John Cale no mesmo lugar foi laureado com tal quantia... Para ambos, o cavernas e o calejado, foram os únicos concertos seus em Portugal que não fui ver (exceptuando para o primeiro aquelas coisas festivaleiras, contra as quais não tenho pré-conceito mas...) Eles devem ter repensado os seus públicos alvos ou whathever, a Diamanda já é mais barata...
E quanto à barriga vazia e ao gás e etc... penso que há quem descarregue ou carregue esses problemas no sexo. E outros até, na morte, mas esta é mais discutível...
Abreijo.
Pois, caledonia. Não percebeste.
Goldmundo:
Para ti há uma diferença entre a essência de "ser masculino" e "ser feminino"?
Há.
As letras são fantásticas. Há uma frase ou outra que não percebo mas posso garantir-te que, ao contrário do que o título pode levar a crer "depressão de falta de cona", a poesia é lindíssima.
Acho que só Nick Cave consegue fazê-lo. E os Violent Femmes. Mais ninguém.
Este é de facto um tema interessantíssimo. Quando eu tento explicar às pessoas que os homens sao muito simples, tem um botão on e off, elas não querem acreditar (o horror, o horror!) e eles sentem-se ofendidos. Mas é de facto assim. On, off. On, off.
Eu aceitei a coisa. Amar é aceitar o outro como ele é, não é tentar tornar os homens menos sexuais e as mulheres mais sexuais.
Pensem nisso.
Vítor:
Há muito tempo conheci um rapaz só via internet que tinha por hábito despedir-se com abreijos. Desde aí nunca mais ouvi a expressão. Mas não me parece que fosses tu, pois não?...
Peculi:
Muitos nórdicos e anglo-saxões evitam (v)ir para países de tradições cristãs (se n houver conterrâneas em nº suficiente) pq sabem que vão ter q penar.
E se forem vegetarianos, também passam fome.
Penso que não, Gotika. Eu uso sempre o meu maculado nome ;)... e só net-navego desde 2005. Mas há já alguma gente a net-saudar com abreijos. Talvez tenha sido esse rapaz o inventor de tal... Abreijo ;)
Ah:
"Amar é aceitar o outro como ele é, não é tentar tornar os homens menos sexuais e as mulheres mais sexuais.
Pensem nisso."
Bolas... ok, vou pensar nisto. Mas sou muito sensível à tomada de assumpção feminina da sexualidade, isto é, às gajas que dizem e vivem: A minha cona também tem fome, abaixo os cintos de castidade interiorizados... Claro que isto é feito no granel da revolta e da repressão... Mas há uma ligação entre um certo feminismo e a pornografia, que não é ocasional mas de fundo.
Há aquele argumento natural que associa a gravidez a um certo sedentarismo e recatamento sexual; e o acto masculino de engravidar como nómada sexual. Desenvolvimento da espécie: o macho engravida o maior número de fémeas, que protegem a sua gravidez particular. Mas a cultura é também superar (não anular) a "primeira natureza".
Isto é um assunto com o seu quê de delicado...
Caledonia, o que eu percebi é que as rosas floriram de madrugada.
O "on-off" é no sentido de "mastiga e deita fora chiclete?" Meu deus, ao que isto chegou.
Peculi, agora a sério:
. Muitos nórdicos e anglo-saxões evitam (v)ir para países de tradições cristãs (se n houver conterrâneas em nº suficiente) pq sabem que vão ter q penar. Por outro lado o homem português é um parvo e nada discreto. Do género comi esta e tal - e difama até n poder mais a pessoa. Mas quem comeu quem? Ele não foi de certeza. Enfim... Mentalidades!
Não concordo com o que dizes. Afinal Nick Cave é anglo-saxónico e queixa-se do mesmo. Aliás, ele próprio se converteu ao cristianismo a sério há poucos anos, quando deixou a droga (os 12 passos dos NA e isso tudo). "The Boatman's Call" é sobre essa conversão. Por isso não acredito que as mulheres latinas, de tradição mais, digamos, conservadora, sejam assim tão diferentes das outras. Pelo menos, já não. Só esta questão dava um post, um post que não me apetece fazer porque seria "too close for comfort".
Quanto à gabarolice do macho latino, também não acredito que o outro macho seja menos gabarola. Talvez o faça de maneira mais discreta, talvez não dê tanto nas vistas que se está a gabar porque não é tão bem visto em sociedades em que tradicionalmente as mulheres são menos mal vistas por dormirem com mais homens, mas por conversas que tenho tido pelo mundo... é tudo a mesma coisa.
O "on-off" é no sentido de "mastiga e deita fora chiclete?" Meu deus, ao que isto chegou.
Não. É como os homens funcionam: on ou off. Como os interruptores. E o mais giro é que funcionam assim em tudo.
Há um cartoon muito engraçado sobre isso, e até muito famoso; pena não o teres visto e percebias tudo.
JAJAJAJAJAJAJAJAJAJAJAJAJAJAJAJA!!!!!!!!
Olha o Lorde en ON :P
Os homens não conseguem perceber o que as mulheres querem dizer com isso porque não percebem o que é ter mais do que um botão. Lamento.
Ainda bem que não nasci homem e não queria ser homem nem que me pagassem, chiça! Ser mulher é ter mesmo tudo.
Bolas, Gotika… eu pensar pensei… mas é um pouco confuso… Tu achas mesmo que todos os homens são on/off, ou chamas femininos aos que não são ?… Não falo por mim, porque verdade seja dita, tenho muito de on/off, e qualquer constância é um combate… Mas… Olha… Até porque os combates por certas constâncias me são muito importantes… Quererá isto dizer que luto para ser feminino… Olha que isto… ;)
Não estou para aqui a querer confundir as águas… eu penso que percebo e vivo qualquer coisa como o que tu dizes… acho curioso dizeres que o feminino tem a completude do humano… essa só a li agora, e vou digeri-la… Mas como já disse, este é um tema delicado… Há muita exclusão de aspectos concretos e reais das pessoas, quando ou se absolutizamos o real em categorias abstractas com que o escalpelizamos, e à realidade vivida das pessoas… Obrigar alguém a ser ou não ser feminino ou masculino pode ser terrível… E isso às vezes começa logo na infância, e há muita dor por aí… e confusão de si… Não me refiro apenas aos aspectos mais evidentes ( ?) como por exemplo na homossexualidade, mas mesmo em todos nós…
Talvez eu anseie que o real não se esgote nos modos com que se nos apresenta, nem o que somos nos modos como existimos ;)
Abreijo
PS: Mesmo no Lord, para além do "on" há o "Erewh", bolas :P
És tão típica, caríssima.
Eu acho que tenho só meio botão.
Meio botão?... Bolas... E isso liga e desliga?... Bem, não?... É que se o faz é um botão... Ou...? Que raio... ;) A meio gás?... Pois... Eu cá ando um pouco cansado de ligar e desligar, faz isto e agora faz aqueloutro indica a vida, ora bolas, mas afinal de que trata tudo isto de andar aqui?... Dão-me meia vida e anseio de infinda vida... Olha qu' isto... E vêm-me estes com o masculino e feminino, com o liga e desliga, a vida, o sexo, a morte... Pois bem, a partir de agora nada de botões: uma alavanca e um cacete, uma flor e um chicote, tudo bem embrulhado e decidido e aberto à pergunta... Qual pergunta?... Essa mesmo.
PS: Abreijos.
Falar sobre homens com homens é um diálogo surdo. Principalmente quando são muitos. Fazem muito barulho, todos em on.
Gotika a todo o post e comentários só tenho uma coisa a dizer: "tu tás lá miúda!"
Abraço
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