quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

Os meus amigos e os inimigos deles

Ou... porque passo o fim de ano sozinha a maior parte das vezes.

Veio uma recente situação recordar-me do que dá ter amigos muitos diferentes uns dos outros.
Passo a explicar. Quando alguém tem diversos interesses na vida, e mesmo quando esses interesses parecem incompatíveis entre si, acontece que uma pessoa se move em diversos círculos do mundo, às vezes até mesmo entre classes sociais.
Desses contactos, aparecem inevitáveis amizades com quem se partilha do interesse comum. E até aqui tudo bem.
A porca torce o rabo quando, por alturas de festarola, uma destas criaturas de interesss diversos (para não dizer eu) decide juntar os amigos. E aí percebo - aliás, já percebi há muitos anos - que estes só têm uma coisa em comum, que é o facto de conhecerem determinada pessoa (para não dizer eu).
Certo ano, tive mesmo o dilema de escolher entre dois grupos.
À medida que os anos passam, os grupos com que me relaciono vão-se tornando cada vez mais numerosos e a variedade de amigos incompatíveis aumenta exponencialmente.
Isto é apenas uma constatação. Algo que acontece. Alguns de nós têm um grupo e pertencem a esse grupo durante toda a vida. Outros, dispersam-se. Eu sou dos que se dispersam.

Vem isto a propósito... Não, deixá-lo. Era só para dizer que estou habituada ao fenómeno e que o lamento e que o compreendo mas que nada posso - ou melhor, quero - fazer contra ele.

Eh bien. Como diria o vampiro Lestat, esse poço de sabedoria.

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