Este é outro filme para recomendar aos amigos antes de irem para a praia.
Moral da história: nunca façam surf numa praia deserta, nunca nadem numa praia deserta, nunca se afastem para lugares desertos, e tudo aquilo que a mamã e o papá disseram para não fazerem: não façam!
Nancy é uma estudante de medicina a quem a mãe morreu de cancro recentemente. Na tentativa de a homenagear e fazer o luto, Nancy procura uma praia deserta no México para fazer surf onde a sua mãe tirou uma fotografia quando estava grávida. A praia é remota e de difícil acesso (ninguém lhe consegue dizer o nome do sítio), mas com a ajuda de um mexicano simpático Nancy consegue lá chegar.
A primeira coisa que faz é saltar para a prancha e começar a surfar. Dois surfistas locais já estão na água e explicam-lhe que na maré baixa um dos rochedos fica à mostra, como uma ilha, para que Nancy tenha cuidado com os baixios. Isto passa-se a poucos metros da areia, por isso não parece muito perigoso. Entretanto faz-se tarde e os dois surfistas vão para casa, mas Nancy decide ficar para apanhar uma “última onda”.
Sozinha, descobre uma carcaça de baleia em que ninguém tinha ainda reparado. Atrás da carcaça vêm os necrófagos, e um tubarão enorme (mas mesmo enorme!) que considera que Nancy está no seu território. Por essa indelicadeza, vai atrás dela e dá-lhe uma bela dentada na coxa. A dentada é muito realista e repulsiva.
Nancy consegue escapar para o tal rochedo, onde uma gaivota ferida também procurou abrigo, mas o rochedo só vai estar fora de água até à maré cheia. Entretanto o tubarão não pára de rodear o rochedo.
Nancy tem as bases de medicina para usar os brincos como pontos (espero que sejam de ouro ou podiam causar uma alergia muito grave) e o casaco de mergulho como ligadura para estancar o sangue, mas sabe que precisa de ajuda imediata ou a gangrena vai instalar-se. Dia e noite, não contente com a carcaça de baleia, o tubarão não pára de a rodear. De manhã, quando os dois surfistas regressam, não acreditam nos avisos de Nancy para não se meterem na água… e são comidos também. Ninguém sabe onde Nancy está. Agora é um duelo entre ela e a besta das águas.
Devo dizer, achei algumas passagens bastante irrealistas. Depois de algumas tentativas de Nancy para afastar o tubarão, parece que este já estava a agir por “vingança pessoal”. O que, de certa forma, vem na tradição deste tipo de filmes “homem vs tubarão”, mas nunca deixa de ser forçado. O fim, então, é mesmo inacreditável. Mas pelo menos a gaivota safa-se, que é o que interessa.
Tirando o irrealismo de algumas partes, se virmos o filme sem grande espírito crítico, “The Shallows” é daquelas histórias de sobrevivência de roer as unhas e torcer pela heroína. No fundo, acaba por ser mesmo isto: mulher vs tubarão, inteligência vs força bruta, criatura da terra vs criatura do mar. E funciona. Nunca conseguimos respirar fundo do princípio ao fim. Mas um bocadinho mais de realismo não teria custado muito, acho eu, embora em detrimento do espectáculo.
14 em 20
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