sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Transmission encerra portas (corrigido e actualizado)

O bar Transmission encerrou definitivamente. O fecho foi anunciado ontem, nesta página do Facebook, e o adeus confirmado pelo "obrigado" do DJ Mário Rui Van Acker. Não é público que exista um novo projecto da mesma gerência.
O Transmission, na Rua de São Paulo, em Lisboa, abriu com o nome de Disorder (alguns factos aqui), e só em 2007 assumiu a designação com que permaneceu até agora. Mário Rui Van Acker é um DJ de referência na cena gótica/alternativa desde os anos 80, amplamente conhecido por passar música de vanguarda na Juke Box original (Bairro Alto, Rua do Diário de Notícias). Quando o bar mudou de orientação e clientela, Mário Rui prosseguiu a actividade de DJ em estabelecimentos sob a sua "gerência"*: Limbo (Bairro Alto), Juke Box (Rua da Fé, onde decorriam as famosas matinées) e Disorder (Cais do Sodré).
Esta outra página do Transmission foi sendo actualizada até à última passagem de ano.


* CORRECÇÃO
Como bem salientou uma leitora, desconheço se no caso do Limbo, tal como no caso da Juke Box na Rua da Fé, Mário Rui fazia parte da gerência no sentido legal, isto é, de sociedade comercial com outros gerentes. No contexto acima, leia-se "gerência" como liberdade absoluta para passar a música que entendesse, o que já não era possível na Juke Box original uma vez que a orientação comercial do estabelecimento mudou. Fica a correcção, e o pedido de desculpas pela imprecisão aos próprios e aos leitores.


ACTUALIZAÇÃO:
Nesta página do Transmission foi já manifestada a intenção de continuar noutro local.




10 comentários:

Fashion Faux Pas disse...

Dá sempre pena, saber destas coisas. Nunca fui gótica nem me senti parte integrante de uma qq comunidade gótica - como bem sabes - mas sempre ouvi esse género musical, e tinha amigos muito ligados á cena, e que ainda hoje em dia em termos musicais é o que ouvem e o que gostam - marido incluido, independentemente do termos deixado de frequentar ambientes nocturnos sejam deste ou de outro qq movimento, eu cansei-me da noite, é um facto, e a última x q fui ao Disorder e dei de caras com os skins até fiquei de cabelos em pé e não durei nem duas horas lá dentro até dizer ao marido que tinha de me pôr dali pra fora pois estava a ficar com falta de ar - fui metaleira nos anos 80 e tive uma pega memorável c uns skins na loja de discos q havia nos restauradores, não levei nos cornos não sei como... mas apesar de nos termos afastado da cena nocturna por completo, é sempre com pesar que sei destas noticias. POr curiosidade fui ler o teu post de 2008 - que me passou ao lado pois foi no ano em que nasceu o meu filho e confesso que nesse ano a internet e os blogs foram uma nuvem na minha vida eheheheh - e vẽ lá que eu estava convencida que o Limbo tinha sido de gerência da Teresa e não do Mário Rui... mas o que me deixou de cabelos em pé foi o que ali disseste: KGB.Pá, não posso crer, mulher!!!!!!!!!!!!!!!!!! Nós passamos grande parte da vida nos mesmo sitios!!!! Cum caneco, eu ia TANTO ao KGB!!! Tenho K7 de música das noites do K gravadas pelo dj, o Nuno Carlos!!! Lembro-me de que ele na altura namorava a Susana Chaves, actual editora de beleza da Vogue Portugal, e ela era mega ciumenta e uma amiga minha era apaixonada por ele! Lembro-me de a Cristina Homem de Mello parar por lá antes de ser actriz da TVI, e o Miguel Angelo dos Delfins tb. Lembro-me do Henrique, o porteiro, do Paulo Nery, da malta da Tournée... e lembro-me de tantas, tantas noites tão bem passadas lá, de dançar horas a fio, de quadirlhar com as minhas amigas e a minha irmã que nem idade tinha para lá entrar, mas entrava...garantidamente que as minhas noitadas no KGB foram das melhores, se não as melhores, superaram as minhas noites no Lusitano, na Juke e até no Rockworld de Manchester, onde tive noites memoráveis. É que as minhas noites no K, eu tinha o q? 16, 17 anitos, eram cheias de inocencia e boa disposição. E tu tb andavas por lá? Puta da vida é CHEIA de coincidências. Por favor, não me digas que estudaste no liceu de Algés!!! ;)

katrina a gotika disse...

O Transmission, enfim, foi em muitos sentidos (e mesmo muitos sentidos) uma pena. No Facebook informam que o espaço foi vendido. O Mário Rui costuma mudar-se para outro lado. Vamos ver desta vez.
Na verdade, agora que falas nisso, não tenho a certeza se o Limbo era gerência da Teresa ou de ambos. Nunca perguntei. Pareciam tão próximos em termos de ideias e relacionamento, nem me passou pela cabeça. Se não eram sócios andavam lá perto. O Limbo nunca seria o Limbo sem o Mário Rui a passar música, tal como o Club Noir é engraçado mas não tem o Mário Rui. Enfim, coisas da vida. Ainda hoje penso que o Limbo foi o melhor espaço nocturno que frequentei. Tinha hambúrgueres e tudo. Tinha mesmo TUDO!!! Foi uma pena que o senhorio não tenha querido renovar o contrato, nunca se percebeu porquê porque a casa estava sempre cheia (e sem merdas).

Quanto ao KGB, de certeza que estamos a falar do mesmo espaço? Eu estou a falar de um espaço muito pouco conhecido, que durou muito pouco tempo, no Estoril, e que era 100% gótico. Ouvia-se Sisters of Mercy, Fields of the Nephilim, Mission, etc, a noite toda. Por isso é que valia a pena ir lá.
Agora deixaste-me na dúvida se por acaso esse espaço a que eu ia, no Estoril, se chamava mesmo KGB ou outro nome parecido e mais tarde confundi o nome. Naquela altura havia muitos bares com nomes soviéticos, estava na moda. Onde era o "teu" KGB? Não era, porventura, em Lisboa, e não passava música de dança? No máximo, de alternativo passava Cure?... É que agora que falas nisso acho que me lembro e também lá fui, mas não gostava nada de ir lá! :P Em que rua era o espaço de que falas?
É muito provável que seja eu que estou a fazer confusão mas até ao dia de hoje podia jurar que o espaço no Estoril também se chamava KGB.
Agora fiquei curiosa.

katrina a gotika disse...

Fui investigar e parece que não estava enganada. Encontrei esta página no Facebook: https://www.facebook.com/pages/AMIGOS-DO-BAR-KGB/235432023994
Afinal sempre era no Estoril! E era numa cave, sim senhor, com uma cortina. A minha dúvida, agora, é saber se estamos a falar do KGB antes ou depois de mudar de orientação musical, altura em que deixei de lá ir.

katrina a gotika disse...

A memória já não ajuda mas sei de certeza que ia lá em 1990 e deixei de ir quando o DJ da altura emigrou e a orientação musical mudou. Penso que só andei por lá um ano, ou nem tanto.

katrina a gotika disse...

Mint: Esquece os comentários acima. Já percebi a origem da minha confusão. Estava era a confundir o KGB com o Kremlin(!), bar de Santos ou da 24 de Julho (para esses lados), que esteve muito na berra nos anos 90 e para onde fui arrastada (e torturada por música infernal) pela malta com quem andava na altura. A origem da confusão são os tais nomes soviéticos que estavam muito na moda. Também chegou a haver uma Perestroika, onde também fui, e também não gostei. De repente, perguntei-me se o bar do Estoril se chamava mesmo KGB ou se era outro nome parecido. Já são muitos anos, lol!
Não faço ideia de quem era o DJ do KBG na altura em que eu ia lá, excepto que tinha um programa de música alternativa numa rádio pirata (como havia muitas naquele tempo, antes da XFM)e que decidiu emigrar. Pelo menos foi essa a razão que eu conheci para o ambiente mudar no KGB. Não sei se estamos a falar da mesma pessoa. Sei lá quem era a namorada dele, lol!
Na altura as minhas noites eram passadas noutros namoros. ;)

Obrigada por me teres alertado para a gerência (no sentido comercial e legal) dos bares que mencionei. Fica feita a correcção.

Fashion Faux Pas disse...

Comecei a ir ao K no Estoril sim, na cave, sim, no final dos anos 80, e na altura o DJ era o Nuno Carlos. Entretanto o Nuno saíu e veio o Carlos, um tipo que andou tb no liceu de Algés nos tempos em que eu lá estudei, mas que n passava música tão boa qto o Nuno. Pós isso ainda lá andou o Henrique uns tempos a passar música e o Pedroso, mas deixei de frequentar por alturas de 92, quando comecei a ir parar mais ao Incógnito com o pessoal da minha faculdade. Fui ao Kremlin tb - detetstava aquilo - e ao Perestroika uma só vez, que chegou bem. Não sei pq o espanto de eu ir ao K, sempre gostei de música vanguardista e gótica, mas olha que das k7 que tenho gravadas pelo Nuno não tenho lá Fields - e bem que lhe pedi para passar, mas ele dizia ser muito a atirar para o metal. Sisters e Mission, e Bauhaus e Joy Division, e Jesus e Echo, isso tenho eu muito. ELe tinha o hábito de passar som consoante estava o tipo de público na casa, e eu adorava isso, era dançar a noite toda e cuscar tantoooooo, jazuz, que eu e as minhas troupes eramos cá umas cuscas. Sim, estamos a falar do mesmo KGB, garantidamente. Aquilo depois fechou, e foi vendido e passaou a ser uma pizzaria, D. Fromaggio. AInda há pouco tempo passei naquela rua, a esquadra da PSP era quase em frente e a gerencia oferecia sempre uma garrafinha de whisky ao comandante para o espaço estar aberto mais horas do que o devido loool

Fashion Faux Pas disse...

tanto o Nuno como o Carlos tinham programas na antiga rádio Marginal, assim como o Pedroso, penso eu. Era malta que circulava toda no mesmo meio, a rádio Marginal, a Tournée, o KGB...

Fashion Faux Pas disse...

E no Limbo só me lembro de ter o Jofre a passar música, looool, não me recordo do Mário Rui por lá. O Limbo era mesmo muito fixe, mesmo sendo que o Jofre gostava das cenas de gótico industrial - já eu não aprecio particularmente essa corrente - mas passava as noites a dançar, que era o que eu mais queria. Na Juke da Rua da Fé lembro-me de haver mais merdas de promessas de pancadaria que ficavam pela promessa por vezes, outras a cena azedava mesmo, principalmente cá fora, á saída, lembro-me que o grupo dos namorados das minhas melhores amigas de então estava sempre metido em confusões e porrada e picardias, o que a mim me fazia muita espécie. E lembro-me - pq tenho a puta da cicatriz a recordar-mo - de uma noite ter rebentado lá dentro na pista uma pega das grandes entre góticos e pessoal do BM - q até hoje ainda n entendi mto bem pq iam para lá - onde houve um jovem que lançou uma garrafa á cabeça de outro mas tinha tãooooo boa pontaria que a puta da garrafa me acertou foi a min, partiu-se-me no braço e ainda fiquei com um vidro espetado no cotovelo e vidros colados na cara e no cabelo... macacada de meia noite, foi das últimas vezes em q fui á Juke se n me engano, depois comecei a parar mais no Limbo que era BEM mais calmo nesse aspecto. E gosto eu de BM, imagina se não gostasse ahahahahaahh.

katrina a gotika disse...

Pois, não sei que raio de curto-circuito me aconteceu no cérebro para confundir o KGB com o Kremlin. Continuo a não me lembrar minimamente do nome do DJ do KGB na altura (sou péssima para nomes, embora me lembre da cara) mas vê lá que ainda me lembro do signo dele! :P Obviamente, não vou dizer aqui.
Antes do Mário Rui e da Teresa o Limbo chamava-se La Folie. Cheguei a ir lá ao fim da noite mas aquilo era techno, no máximo Cure, e claro que não gostava.
Nessa altura, 1990/91, também comecei a ir ao Incógnito, que tinha um ambiente muito gótico na altura, e parei por lá por muitos anos. Quando aquilo começou a ser mais música de dança (Happy Mondays, Blur, etc), deixei de ir.
Até por volta de 95/96. Acho que a Juke já tinha fechado na Rua Diário de Notícias e já era a Tertúlia (que desgosto que era passar por lá!). Houve um período em que o Mário Rui continuou a passar música num subúrbio qualquer e não havia absolutamente maneira de eu ir.
Foi uma fase muito má porque perdi o contacto com a cena e julguei que a cena tinha acabado. Tentei adaptar-me aos outros ambientes mas deprimiam-me. :P lol!
Só voltei ao ambiente gótico numa tasca que entretanto abriu ao pé do Tacão Grande, e finalmente abriu o Limbo. Depois de abrir o Limbo já não fui a mais lado nenhum. A tal tasca de que falo também já não existe mas olha que me safou muitas noites naquela fase em que não havia nada de jeito. Ficava-se lá até às 4 da manhã.
Agora estamos melhor servidos.

Unknown disse...

Tmb existia o Bauhaus no Monte Estoril