sábado, 2 de janeiro de 2010

The sky's gone out

Tive um sonho fantástico, tão assustador quanto belo, se tal coisa é possível. Sonhei que o sol, o céu, as nuvens, toda a luminosidade, desaparecia. Mais propriamente, o céu foi sugado para qualquer ponto no universo que, visto da Praça do Comércio, parecia situar-se atrás de Almada. Nem posso descrever o espectáculo pavoroso de tal acontecimento. Não estava vento nem ruído, simplesmente se via o céu ser puxado e desaparecer, até que tudo se tornou noite. Estava tanta gente a observar o fenómeno que temi o pânico das multidões, mas nada disso aconteceu. As pessoas ficaram a observar, confusas, e depois dispersaram, sem saber como o explicar.
Ficou apenas a noite. Era sempre noite e estava sempre lua cheia, e o suave luar era a única luz que existia. (Depois de acordar percebi que este sonho não podia ser científico. A parte de estar sempre lua cheia faz sentido, porque não havendo Sol a terra não se interpõe entre este a Lua, não formando quartos; por outro lado, não havendo Sol, a Lua não é iluminada de todo, pelo que não poderia haver luar. O meu sonho quer pouco saber de pormenores científicos!) Via-se no céu permanentemente nocturno outros planetas, como se a camada de gases que separam o nosso planeta do universo tivessem definitivo desaparecido, e conseguíssemos ver o sistema solar. Tudo isto, pensando bem, é aterrador. Mas as pessoas estavam calmas, e iam para a praia, debaixo do luar, levando com elas outras lanternas suaves, enfeitiçadas pela suave e azulada luz da Lua, sem saberem se era dia ou noite porque era sempre noite.
Essa luz, essa luz branda e fantasmagórica, faz-me lembrar os contos de Tolkien sobre a luz das estrelas, que era a única luminosidade existente na Terra Média quando acordaram os Elfos, e se passaram por isso a chamar "filhos das estrelas".
16.11.09

1 comentário:

Vítor Mácula disse...

o curioso é a retirada do dia tornar tudo mais ameno e sereno, ou pelo menos é a impressão que dá na leitura (no sonho não sei ;) abraço, Katrina