sexta-feira, 10 de dezembro de 2004

O dia depois de amanhã (The day after tomorrow)



O efeito de estufa do planeta faz com que os glaciares derretam, libertando água doce para o oceano. O equilíbrio milenar de água doce/água salgada faz com que as correntes oceânicas se mantenham estáveis e perpetuem o clima equilibrado que existe no planeta. A partir do momento em que há um desíquilibro, estas correntes modificam-se e o planeta regressa a uma nova Idade do Gelo. No filme, tudo isto acontece numa questão de dias.
É um dos melhores filmes catástrofe e de ficção científica que tenho visto nos últimos tempos.
É também um alerta, como o seu predecessor (?) "O dia seguinte" ("The Day After"), que dramatizava o futuro após o holocausto nuclear. Os mais velhos devem recordar-se. (Assim como do filme de origem britânica "A Teia".) Talvez a escolha do nome ("O dia depois de amanhã") não seja inocente de todo.
Talvez "O dia seguinte" tenha projectado nas mentes mais alheadas o que seria o horror do inverno nuclear. Talvez até tenha mudado o mundo. Pretende-se o mesmo com este "O dia depois de amanhã". Não importando se está extraordinariamente bem feito, mas até está, o que se salienta é que à semelhança de "O dia seguinte" é a estupidez do Homem que provoca a sua extinção.
A cena que escolhi para ilustrar o filme (a estátua da Liberdade coberta de neve na nova Idade do Gelo) também não é original e remete-nos para o clássico "O Planeta dos Macacos" em que Charlton Heston, na sua tentativa desesperada de encontrar a nave que o fizesse regressar à terra, se depara com a praia de Nova Iorque onde jazia, quebrada, a mesma estátua da Liberdade, e onde o herói percebe que afinal nunca deixou o seu planeta mas que o seu planeta já não lhe pertencia.
Histórias de aviso. Histórias de alerta.
Espero que este filme ajude a mudar o mundo, mais uma vez.

15 em 20. Altamente recomendado.

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