Aqui há uns tempos perguntaram-me o que achava da recente explosão de fóruns e comunidades góticas na internet. Pensei muito sobre o assunto. (Já não pensavas que respondia, pois não?... Mas isto de ser uma "gurua" tem que se lhe diga, e se houve coisa que aprendi ao longo destes -- vergonha!!! -- vinte anos de cena gótica é que nunca é demais ser comedida nas palavras e cautelosa nos juízos.) Em especial, perguntaram-me o que pensava sobre o fórum Comunidade Gótica Portuguesa que, a bem ou a mal, conseguiu ultrapassar os primeiros e difíceis anos de vida -- geralmente, tenho observado, estas coisas aparecem e desaparecem em questão de meses.
Vamos então por partes.
A internet, já o disse aqui, nesta última década, veio trazer ao movimento gótico uma visibilidade que nunca tinha tido. Passámos dos fanzines clandestinos e dos cartazes (fotocópias) afixados nas paredes do Bairro Alto, e do antes crucial "boca em boca", para a era das redes sociais, dos blogs, dos fóruns, dos flyers cuidados e transmitidos por email, e, porque não dizê-lo, passe a publicidade, aos portais dedicados a promover os eventos relevantes à cena, como o nosso Pórtico. Tudo isto é muito mais eficaz do que os meios antigos, até porque a informação chega mais longe, até ao pobre e único gótico de Alguidares-de-Baixo, se porventura lá houver algum.
Vamos então ao fenómeno do fórum Gothik.PT, auto-intitulado "Comunidade Gótica Nacional". Para começar, e digo-o com uma certa tristeza após vinte anos disto (na verdade já são mais de vinte anos), não há comunidade gótica nenhuma, pelo menos em Portugal. Desconheço, infelizmente, a realidade dos outros países, mas aqui, definitivamente não existe tal coisa. O que existe, isso sim, é uma quantidade de gente que vai aos bares, e aos eventos, e às festas, e aos concertos, e que são sempre os mesmos, e cada vez mais novos, e cujas caras todas conhecemos de vista. O que aconteceu aos mais velhos? A verdade é esta, eles existem, e por esta altura já conhecem o que podem encontrar na internet, mas não andam por aí online. A partir de uma certa altura, a realidade da vida: emprego, filhos, supermercados, trânsito, não se compadece com horas em chats e fóruns. Muitos, também, são apenas os nostálgicos, que só saem de casa com o seu velhinho casaco de cabedal quando há um concerto de uma velha glória dos anos 80, e pararam por aí. (Digo cabedal porque esta gente deixou a cena nos anos 90 e nunca chegou a conhecer o PVC.) Tomem atenção, vê-los-ão nos concertos.
Ora, nunca houve e não me parece que vá existir nenhuma "comunidade". Talvez o futuro me venha a provar errada mas duvido. Pelo que tenho observado, e também não é a primeira vez que o digo, 95% das pessoas abandona o estilo aos vinte e poucos anos, quando dizem "já estou farto disto". Se eu tivesse um euro por cada vez que ouvi esta frase!!! É por isso também que não acredito em góticos "menores de 25 anos", e aqui também já o disse.
Mas não vou comentar a presunção de chamar a um fórum com meia dúzia de participantes regulares "comunidade nacional". Chamem-lhe o que quiserem. O verdadeiro teste é o do tempo. Veremos quanto dura.
Algumas pessoas criticaram a obsessão pelas fotografias, e pelos meetings, e -- como evitá-lo -- pelo objectivo de engate que se transpira em sites deste tipo. O que dizer? Quem o expôs preto no branco foi o Klatuu/Lord of Erehwon, quando respondeu (noutras palavras que não cito) que fazem muito bem em aproveitar a idade que têm porque esta não se repete e agora é que é. Avançando.
No movimento gótico, meus amigos, sempre houve o "grupinho dos populares". É mesmo assim, como nos liceus americanos. Não preciso de dizer quem são. Reconhecem-se à distância porque são sempre os mais exagerados nas roupas e na maquilhagem, para provarem que são realmente góticos. Na internet não podia ser diferente. "Nós é que somos, os outros são poseurs, blá, blá, blá". Ironicamente -- o que eu me tenho rido! -- acabam por ser estes os primeiros a dizer "estou farto disto". A maioria dos membros dos "grupinhos populares" que conheci ao longo dos anos pode ser encontrado hoje no Lux, ou quejandos, ou casou e assentou e já nem sequer sai de casa. Muitos ainda guardam nostalgia mas a grande maioria já nem se identifica com o movimento gótico e diz que foi uma fase da juventude.
Nada disto é novo e nada disto vai acabar. É como as marés, enchem e vazam. É como a lua, enche e mingua.
O que é de facto novo, e digno de reflexão, é um outro fenómeno bem mais recente e a necessitar de análise urgente. Nestes últimos dez anos, como dizia, tenho notado que graças à internet há gente cada vez mais nova a chegar ao movimento, e a ter acesso a temas, e conversas, que pelo seu teor adulto não são para a sua idade. Falo de pessoas com menos de 16 anos, até com menos de 13 e 14. São putos que têm um computador, cujos pais se calhar nem sabem ligar ou desligar, que não têm o menor controle parental. Nasceram por cerca de 1995, ou depois, e chegam à cultura do movimento gótico muito mais cedo do que alguns de nós poderia imaginar no nosso tempo. Têm acesso aos conteúdos, e sabem mais do que nós sabíamos, mas não têm capacidade de compreender certas questões que até para os adultos permanecem um mistério. Digo que é urgente pensar nisto porque é um fenómeno novo mas imprevisível, e cabe aos mais velhos -- não aos putos que mal chegaram à adolescência, mas a nós, os que andam nisto há muito tempo e temos idadezinha para sermos responsáveis -- cabe a nós "guiar" estas crianças (porque são crianças) não digo para fora do movimento, porque obviamente eles já cá estão (pelo menos no mundo virtual, sem dúvida que estão) e não se vão embora porque os mandam, mas no sentido de preveni-los dos perigos que correm e a desviá-los subtil e veementemente do que não é para a sua idade. Eis um desafio novo e carregado de responsabilidade de que nós, os mais velhos, não nos podemos furtar, até porque somos os únicos que lá estão. Muito carinho para com estas pessoas! Podem muito bem nunca vir a ser góticos (sabe-se lá o que vão ser), mas se aos 12, 13, 14 anos já pensam nas sombras e na morte, algo de errado se passa com eles, e necessitam de toda a compreensão que, muito provavelmente, e para não fugir à tradição, não é em casa que encontram.
25 comentários:
Concordo com a essência do que escreves. Porém, se não há comunidade é porque as pessoas não se esforçam por isso...
Meetings onde o propósito é o engate a meu ver é uma parvoíce. Sejam novos ou velhos, não há desculpa possível.
"O verdadeiro teste é o do tempo. Veremos quanto dura." Mais importante que a duração é a intensidade do projecto e os sonhos alcançados... Nada é eterno... Mas enquanto estivermos aqui façamos como diz o Fernando Pessoa. Põe quanto és, no mínimo que fazes...
Sobre os góticos menores de 25 anos... talvez haja várias fases, desde o aspirante, ao noviço... qui ça... Porém não deixam de ser "góticos", ou de pelo menos estar a caminho de tal..
Todos nós já passamos por um início e na altura desejamos ter um guia, uma palavra de orientação....
Ora, auto intitulados "Góticos" que estão na cena para o engate ou para o sexo.... esses com essas atitudes não são góticos, nem têm valores para tal, são oportunistas e pessoas sem escrúpulos...
Concluindo, há "góticos" que não o são, e há góticos que o são mas não o exteriorizam.
Saudações!
Acabo no que o Peculi já disse das comunidades. Duvido que na sociedade brasileira tenhamos algo diferente do que tens ti.
Entretanto, tento acrescentar-te algo com isso.
Tenho 15 anos. Apesar de não ser gótica é certo que abrigo-me forasteira nessa mesma cabana e tenho amigos que se ela encontrassem fariam o mesmo. Da mesma forma sei de muitos que 'já pensam nas sombras e na morte' a serio mas que duvido que realmente partirão para algo a mais.
Acredito que o que se passa é que as crianças são expostas cada vez mais cedo aos problemas da família e do mundo e assim como disseste, temos acesso aos recursos da internet. A inocência tem se perdido cada vez mais adiantada, mas as crianças não estão de todo preparadas para isso.
Não penso que seja algo que os adultos possam arrumar. Particurlarmente, não é compreensão o que procuro.
Apesar de tudo, ofendi-me por chamar-me criança... qual seria o significado de 'criança' atualmente? Crianças da minha idade já fazem escolhas tão importantes quanto de adultos.
Fica bem.
A Trin tem razao num ponto: "criança" vem de "criar"; como os antigos "criados" da nobreza, eram pessoas (OK, no fundo da hierarquia) que faziam parte de uma comunidade onde tinham o seu papel (melhor, pior, sorte, azar). Não há criados, não há crianças, não há comunidades, não há 'familias'.
Há outra palavra em português que vem dos tempos da idade média e que é engraçada: 'rapaz' (e 'rapariga'). Tem a mesma origem que 'rapina': deve ter sido nessa altura que apareceram os primeiros grupos de adolescentes...
As sombras e a morte fazem parte do mundo dos rapazes e raparigas? Sim, e outras coisas. Cada vez mais farão.
O que levaria, agora, ao 'gótico' e à sua comunidade. Ah, mas fica para amanhã.
Dark kiss, katrina
A minha opinião é a que se segue:
Comunidade não temos. E tomara! Góticos, só se fosse uma comunidade de cada um isolado. Onde muitos se juntam, escuta-se a risota das hienas. Cultura? Cultura temos. É inegável e fácilmente verificável.
Uma pergunta para meditar:
Onde, aqui, há cultura, porque não há a comunidade (não se negue que existe a estrutura ossea de uma comunidade)?
Há também disputas de idiotas, e abundam (mas não se pode dizer ainda que tenha chegado ao mesmo nível de agressividade que noutros meios - afinal, ainda somos góticos), nos quais a única coisa que se aproveita é serem mais ou menos amantes da estética e do conteúdo ou qualidade gótica.
O Gothikpt reúne um conjunto de pessoas que, por ordem:
1º querem foder
2º gostam de música
3º gostam de defender, uns, o gothic metal, e outros o gothic rock
4º nostálgicos
5º hum... curiosos
6º góticos , que são os putos que estão a acabar de começar e que são dos poucos (também há alguns entre os outros) capazes de despir as suas roupagens e sentir a atmosfera na pele, vestir o lume negro
7º gente que gosta de ler e de artes (fora da música), e há alguns de facto cultos.
O Gothikpt junta muita gente, então, como nesses casos é comum acontecer, as hierarquias surgem sempre de pernas para o ar.
As roupas, os populares, e a internet:
Se os que se vestem num estilo mais exagerado se querem afirmar, os que não se vestem num estilo mais exagerado são os primeiros a chamar aos outros de posers, está tudo atrás do mesmo osso, e é ridículo. Depois, eu seria o último a apontar o dedo às roupas exageradas, afinal, descendemos do Punk.
As criancinhas, bem...
Eu não estou nisto ha vinte anos, se bem que feitas as contas, e tendo começado aos 14, não falte assim tanto, e tenho de batalhar um pouco contigo nesta questão:
"cabe a nós "guiar" estas crianças (porque são crianças) não digo para fora do movimento, porque obviamente eles já cá estão (pelo menos no mundo virtual, sem dúvida que estão) e não se vão embora porque os mandam, mas no sentido de preveni-los dos perigos que correm e a desviá-los subtil e veementemente do que não é para a sua idade."
Quase parece que estamos a falar de toxicodependentes. Como se todos os góticos destruissem irremediávelmente a sua vida. Ou uma campanha biblica contra os vicios da Babilónia.
"mas se aos 12, 13, 14 anos já pensam nas sombras e na morte, algo de errado se passa com eles, e necessitam de toda a compreensão"
É preciso abrir os olhos para o nosso tempo e para o que se passa à nossa volta. Os miudos não vem outra coisa além de sombras, morte, sexo, drogas, carros, metrelhadoras. Liga a televisão, olha que toda a gente está a ver. E não é preciso chegar aos 12. Alguém lhes exlpica qual é o significado da morte e das sombras que entra pelas suas retinas e pelos seus ouvidos dia e noite? Bem, a cultura gótica tem um remédio para isso, e é um pacífico e ligado à calma da sabedoria (com os devidos soluços e solavancos, é claro).
É como, por exemplo, querer impedir um sujeito de ler ou até de contemplar:
Não leias, que isso enche a cabeça das pessoas de lixo.
E se não fazes a minima ideia do que se passa a tua volta, fecha os olhos, desde que a cabeça não estoire.
A Trin é um exemplo de inteligência que caracteriza os nossos jovéns, e que não é tão comum encontrar fora da "subcultura".
Ou isso, ou o hip hop e roubar no bairro alto!
*jovens (etc)
Beijos. Vou passear nas ruas desertas da minha aldeia. Prática necessária e pontual para não descuidar o grau de Zelator na senda do gótico (estou a brincar). Mas vou sair daqui. Dorme bem.
http://www.youtube.com/watch?v=1qqDKPRXp2o
«Apesar de tudo, ofendi-me por chamar-me criança...»
Pois goza bem esse "insulto" que não vai durar muito tempo. Até me fazes sorrir.
Um dia, quando fores crescida, sorrirás também.
Quanto à palavra "toxicodependentes", caro Horned, não é de todo descabida. Repito: não é de todo descabida. Este é um meio em que as drogas quase que se auto-promovem. Não somos um grupinho de militantes cristãos "o corpo é o meu templo". E se tivesses perdido a quantidade de pessoas que eu vi serem devoradas por essas trevas estarias tão preocupado quanto eu. Alguns não morreram, mas estão cerebralmente mortos. Não sei o que é mais triste. Não me canso de dizer isto. É o aviso. Cada um faça o que quiser e que depois não se queixe.
Os putos que vêm parar ao gótico, no fundo, até têm mais sorte do que aqueles que andam à deriva, porque para os outros os grupinhos da adolescência diluem-se e ficam sem nada.
Bah.
O sofá-caixão acabou de me cuspir do sono. Falta mencionar as nossas insónias ahah.
Olha, no meu secundário quem não traficava era betinho, e no entanto eu era o único gótico, e não traficava. Lembro-me que num ano rapidamente se ficava queimadinho.
Desde que estou no meio gótico só vi isso acontecer a um dos nossos (braindead): por influência dos seus amigos skins.
Não saio muito, mas ainda saio o suficiente para reconhecer que estamos bem longe (pelo menos hoje) de ser um grupo de agarradinhos (se ainda falassemos do Punk, mas ficámos mais suaves). E tenho internet, sei utilizá-la melhor que os putos de 12 anos, e nunca me deparei em especial com esse tipo de indução ao consumo de drogas.
Todavia, podemos encontrar algo parecido nas revistas que explicam como gostamos de chupar sangue e fazer cócó nos cemitérios, para assustar as criancinhas.
P.S. eu estaria mais preocupado com a BDSM, que vai pondo ovinhos da Páscoa por estes lados - uma vez forniquei uma mulher gótica que tinha perdido uma mão nessa brincadeira e o corpo era tão colorido como o de um exótico animal africano. Ás vezes, o problema é quando o corpo é o nosso templo ;)
E vi um velhote de grande vigor, chamado Gilberto de Lascariz, auto-proclamar-se gótico (e na verdade, se a memória me serve, já ele falava para os góticos ainda estavam eles a formar-se nos 80) caçar sexualmente várias gothic chicks, maiores ou menores, e ensinar, directa ou indirectamente, alguns dos seus na arte de pescar "macacas". As pitas? Felizes da vida.
Duas coisas a tirar daqui: o mal do sr da bengala tinha outra raiz que não o gótico. Sobre o "mal" das raparigas, além das hormonas, já não se pode dizer o mesmo com tanta certeza.
O problema aqui estaria na subjugação de que elas sofriam, não no prazer que sentiam.
Isso (a parte delas, não a dele) não me preocupa tanto como seria de esperar. Não conheço substância alguma no que ainda nunca conheceu de verdade o desespero. E já que estamos numa de terminologia cristã, e citando Dostoievsky a citar não me lembro quem:
"É mais santo o homem que pecou e se arrependeu, do que o homem que nunca pecou"
É esse o meu ofício, não o arrependimento - que em tão pouco é diferente da cobardia -, note-se, mas o renascimento - que em tão pouco difere da consciência no seu raiar.
O sr da bengala entra aqui como uma segunda advertência, esta contra o satanismo tradicional, que gosta de nos caçar os rebentos.
Sim, com o tempo o uso de drogas (duras) tem sofrido um declínio, e ainda bem.
Mas ainda bem que falas no outro caso, porque me esqueci aqui de referir a auto-mutilação. Não é preciso um curso especializado para saber que acontece mais nessas tenras idades. Já para não falar da tentação das tentações, o suicídio, que numa determinada e frágil idade se torna o escape para todos os males porque não se vê outra saída. Isto também é um mal da adolescência em geral, e não só da cena gótica, mas tendo em conta que nos chegam todo o tipo de pessoas, não custa nada dizer-lhes para esperarem mais uns aninhos antes de optarem pela "solução final", e se calhar as coisas até melhoram e o futuro até não é tão negro como nessas idades este parece.
Era exactamente a estes perigos que me referia.
Talvez aches este texto útil de alguma forma:
http://xibalbamannequins.blogspot.com/2010/01/aos-que-se-aquecem-no-frio.html
Eu sei que demora a surgir a palavra gótico, e que, olhando para trás, eu mais parecia um triste artista de circo lol
*
Grande texto, Horned. (Mais do que texto, grande experiência.)
Não sabia que tinhas um blog. Posso adicionar, ou é secreto?
Faça favor :p
Faz parte do crescimento passar por estas experiências, a nós (pelo menos a mim) custa-nos ver alguns jovens "sair" (e outros ficar) mas é mesmo assim, é, se quiseres, uma selecção natural.
Consola o facto de entre as entradas e saídas consigam ter tempo para ouvir pelo menos que cultura existe.
As "paredes" só servem para bater com a cabeça, como se aprende de outra forma?
Já está, Horned.
O mais importante é exteriorizar de forma criativa tudo o que está guardado lá dentro e que por vezes não se entende o porquê...agora comunidades não são o mais importante, até porque não sei até que ponto funcionaria isso...não sou gótico, sou um "híbrido" nasci no meio das duas culturas Punk/Gótica, curti a cena nos anos 80 e mais nada se compara...
Que se fodam os góticos! Eu só ainda me visto de preto por me ter tornado pastor Amish... LOL
Que se fodam os góticos!
Tenho a certeza de que o fazem, de todas as maneiras possíveis.
Cada Ser tem que progredir consoante o que o estimula a sentir o seu íntimo. Não se pode enquadrar um Ser em determinada caixa e deixá-lo lá nos seus limites. A "fuga" é a transparência do infinito, e as escadas que se percorre é feito da mistura de parâmetros que se constrói escavando o poço da vida. Deve-se conhecer o Eu, dar o manto às asas e flutuar os pedaços dos fragmentos que se apanham, se modelam, se constroem, tendo a convicção de estar no equilíbrio do tronco que cada um é. Persistir e deixar que os galhos sejam a imagem das raízes.
Cada Ser vive isolado, dá-se a quem se quer receber, e daí voltar a si mesmo. O grupo só pode existir se nele houver uma união, e que o respeito pelo Ser permaneça como Altar da evolução. Quando a hierarquia se estabelece, o grupo desmorona e cai no quotidiano da parte material, do momento inquieto em que se estabelece regras, e nelas se funde a desunião.
Tudo o que disse é genérico. Aplica-se a tudo o que foi estereotipado pelas classes para limitar o medo e controlar o Ser. Tudo é uma mistura, e o seu batimento é único, não gótico, punk, emo ou outra classe, mas sim a essência de Ser. O que progride no passado é a nostalgia de se dizer que se pode absorver, sendo a destilação um gemido do presente que faz estremecer o futuro, deste que haja convicção na árvore que cada um é, e não na ilusão de imaginar o que não se é.
Não sou gótico, nem punk,nem sou vocês, sou aquilo que quero ser... Sou muita xunga, sim, mas não sou um professor filósofo falhado nem sou politicamente falhado. É necessário ter a a noção de quem somos e como estamos. Venho para viver,sentir,aprender. Gosto de música e de emoções... Não gostaria de ser como vós... Podem por a capa que quiserem, não passam de tiazinhas que querem ser mais populares q a amiga
Nunca li tanto disparate pegado como acabei de ler.. os vossos pais devem estar orgulhosos com vcs xD
Entendo o teu ponto de vista, mesmo eu tendo 17 e recentemente ter entrado na subcultura gótica… mas oq eu vejo por aí são posers que dizem-se ser da comunidade alternativa mas na verdade só têm de alternativo a cor do cabelo, é revoltante! Quando veêm esses e-kids, o pessoal fica a babar-se todo mas quando veê um alternativo de verdade, dizem que somos má influência
Obrigada pela tua opinião, Anónimo de 2/12/22 05:17. E bem-vindo/a!
Enviar um comentário