Ver este filme é sempre compará-lo ao clássico de H. P. Lovecraft, uma das poucas histórias do mestre que realmente me meteu medo. Conseguirá o filme fazer o mesmo?
A resposta, infelizmente, é não. Se calhar porque eu já sabia a história, se calhar porque Lovecraft vai criando todo um ambiente que se adensa e nos sufoca a ponto de acreditarmos na narração, se calhar porque o horror parte de pequenos indícios até chegar às revelações aterradoras.
A história é basicamente a mesma, se bem que nos dias de hoje: um meteorito cai em frente a uma quinta e coisas estranhas começam a acontecer. De seguida, o meteorito é absorvido pelo terreno, poluindo a terra e as águas.
Tentou-se fazer um terror moderno: o pai e a mãe que vão perdendo a cabeça, os animais que desaparecem ou, pior, os automóveis que não pegam e não deixam os protagonistas fugir quando é preciso.
O que me meteu mesmo medo, no original, foi o poço. O poço é um vampiro que seduz as pessoas e animais a lançarem-se nele sem que tenham vontade própria. Isto assustou-me, admito.
Aqui penso que a questão do poço foi subaproveitada. O filme focou-se mais na loucura do pai, tipo “The Shining”, e num horror gore desnecessário que toda a gente já viu.
Aconselho a todos a ler o original, datado e tudo, antes de ver este filme. O conto é mesmo muito mais assustador! Em suma, não desgostei, mas o mestre é o mestre.
Uma última nota: a rapariga da casa pratica Wicca com o Necronomicon. Durante anos julguei que o Necronomicon fosse um livro a sério. Não é. Não caiam na esparrela.
14 em 20
Sem comentários:
Enviar um comentário