domingo, 30 de julho de 2023

Reginald The Vampire (2022 - ?)

No mundo de vampiros da Anne Rice é proibido criar um vampiro muito novo, ou muito velho, ou que não seja suficientemente atraente. Parece vaidade mas na verdade é por questões práticas: um vampiro jovem e atraente tem mais probabilidades de atrair uma vítima para se alimentar.
Não é o caso de Reginald. Reginald é um jovem obeso, careca, sem grandes atractivos, embora seja esperto. O seu objectivo era ir para a faculdade mas acabou por se empregar num trabalho frustrante numa cadeia de lojas de batidos. Reginald tem uma grande paixão por uma colega de trabalho, Sarah, mas nem tem coragem de se declarar. Uma noite, nas traseiras da loja, pede a Deus que o ajude. É então que Maurice, um vampiro e cliente regular na loja de batidos, tem pena dele e o transforma. Maurice tem um grande coração mas esquece que a comunidade de vampiros não aceita Reginald por não o julgar atraente (nota-se muito a influência de Anne Rice nesta série). Chamam-lhe inclusive o “vampiro gordo”, algo de inconcebível no modelo de estética do vampirismo. Para se livrar dele, o conselho de vampiros decide submetê-lo a uma Avaliação a que nenhum vampiro sobreviveu antes. O pior é que se Reginald não passar nesta Avaliação não será ele o único a morrer: Maurice, Sarah, e todos os que lhe são próximos morrerão também. Mas Reginald tem um super-poder. Os vampiros são capazes de “glamour”, isto é, de encantar/hipnotizar os mortais para esquecerem ou fazerem algo que lhes seja mandado, mas o glamour não funciona com outros vampiros. Reginald, extraordinariamente e sem explicação, tem o poder de encantar outros vampiros, o que o torna ainda mais um alvo a abater.
Baseado nos livros "Fat Vampire" de Johnny B. Truant, “Reginald The Vampire” pretende ser uma série cómica mas não foge aos momentos tristes. Não a achei muito engraçada, para ser franca. Gostei muito mais das passagens dramáticas, nomeadamente a história de Maurice (e Mike, já agora, de que temos vislumbres contados pelo próprio). No entanto, e desculpem o spoiler, a prova decisiva da tal Avaliação foram as maléficas Pinças Impossíveis: aquelas máquinas das feiras em que se tenta apanhar um peluche com aquelas pinças que não servem para nada. Confesso que me ri. Pior tortura não existe.
“Reginald The Vampire” não é uma grande série mas serve de entretenimento ligeiro a quem gosta de vampiros.

ESTA SÉRIE MERECE SER VISTA: 1 vez

PARA QUEM GOSTA DE: vampiros, Vampire Chronicles da Anne Rice

 

domingo, 23 de julho de 2023

The Shallows / Águas Perigosas (2016)

Este é outro filme para recomendar aos amigos antes de irem para a praia.
Moral da história: nunca façam surf numa praia deserta, nunca nadem numa praia deserta, nunca se afastem para lugares desertos, e tudo aquilo que a mamã e o papá disseram para não fazerem: não façam!
Nancy é uma estudante de medicina a quem a mãe morreu de cancro recentemente. Na tentativa de a homenagear e fazer o luto, Nancy procura uma praia deserta no México para fazer surf onde a sua mãe tirou uma fotografia quando estava grávida. A praia é remota e de difícil acesso (ninguém lhe consegue dizer o nome do sítio), mas com a ajuda de um mexicano simpático Nancy consegue lá chegar.
A primeira coisa que faz é saltar para a prancha e começar a surfar. Dois surfistas locais já estão na água e explicam-lhe que na maré baixa um dos rochedos fica à mostra, como uma ilha, para que Nancy tenha cuidado com os baixios. Isto passa-se a poucos metros da areia, por isso não parece muito perigoso. Entretanto faz-se tarde e os dois surfistas vão para casa, mas Nancy decide ficar para apanhar uma “última onda”.
Sozinha, descobre uma carcaça de baleia em que ninguém tinha ainda reparado. Atrás da carcaça vêm os necrófagos, e um tubarão enorme (mas mesmo enorme!) que considera que Nancy está no seu território. Por essa indelicadeza, vai atrás dela e dá-lhe uma bela dentada na coxa. A dentada é muito realista e repulsiva.
Nancy consegue escapar para o tal rochedo, onde uma gaivota ferida também procurou abrigo, mas o rochedo só vai estar fora de água até à maré cheia. Entretanto o tubarão não pára de rodear o rochedo.
Nancy tem as bases de medicina para usar os brincos como pontos (espero que sejam de ouro ou podiam causar uma alergia muito grave) e o casaco de mergulho como ligadura para estancar o sangue, mas sabe que precisa de ajuda imediata ou a gangrena vai instalar-se. Dia e noite, não contente com a carcaça de baleia, o tubarão não pára de a rodear. De manhã, quando os dois surfistas regressam, não acreditam nos avisos de Nancy para não se meterem na água… e são comidos também. Ninguém sabe onde Nancy está. Agora é um duelo entre ela e a besta das águas.
Devo dizer, achei algumas passagens bastante irrealistas. Depois de algumas tentativas de Nancy para afastar o tubarão, parece que este já estava a agir por “vingança pessoal”. O que, de certa forma, vem na tradição deste tipo de filmes “homem vs tubarão”, mas nunca deixa de ser forçado. O fim, então, é mesmo inacreditável. Mas pelo menos a gaivota safa-se, que é o que interessa.
Tirando o irrealismo de algumas partes, se virmos o filme sem grande espírito crítico, “The Shallows” é daquelas histórias de sobrevivência de roer as unhas e torcer pela heroína. No fundo, acaba por ser mesmo isto: mulher vs tubarão, inteligência vs força bruta, criatura da terra vs criatura do mar. E funciona. Nunca conseguimos respirar fundo do princípio ao fim. Mas um bocadinho mais de realismo não teria custado muito, acho eu, embora em detrimento do espectáculo.

14 em 20

 

domingo, 16 de julho de 2023

Dexter: New Blood (2021)

[SPOILERS! Aconselho os fãs de “Dexter” a só lerem este artigo depois de verem a série porque vai haver spoilers do princípio ao fim.]

“Dexter: New Blood” foi feito, admitidamente, porque muitos fãs não gostaram do fim da série original que terminou em 2013. Eu devo ter sido das poucas pessoas que efectivamente gostou do final, Dexter com a irmã morta e envolta num lençol branco, qual fantasma, contra o céu negro da tempestade, o último “corpo” que Dexter amargamente depositou no mar alteroso antes de conduzir o barco Slice of Life mesmo para o meio do furacão.
O que enfureceu mais os fãs foi que Dexter sobreviveu e assumiu uma identidade falsa para passar a viver como lenhador. Não sei o que é que os fãs queriam em vez disto, talvez que Dexter fosse castigado? É caso para dizer “cuidado com o que se deseja”.

Serial killer em abstinência
Na primeira cena da nova série, Dexter está a correr numa floresta deserta e coberta de neve, com uma caçadeira, atrás de um veado branco, um animal lindo e majestoso de focinho negro que parece saído de um conto de fadas. A princípio pensamos que o objectivo é caçá-lo, mas com o decorrer dos episódios percebemos que Dexter faz esta corrida atrás do veado todos os dias, aproveitando a mira telescópica da espingarda para o observar. O objectivo é aproximar-se cada vez mais até conseguir ganhar-lhe a confiança.
Ficamos também a saber que Dexter já não é lenhador. Mudou-se para uma terrinha de interior onde trabalha numa loja de caça e pesca a vender armas, isco e facas de mato, o que é mesmo o emprego ideal para ele, e agora dá pelo nome de Jim Lindsey. Como um alcoólico em abstinência, Dexter conseguiu controlar os seus impulsos homicidas e já não mata ninguém há 10 anos. Isto é-nos revelado pelo novo “fantasma” que o acompanha, já não o pai adoptivo e mentor Harry mas nada menos do que a sua irmã Debra. Debra tornou-se a sua consciência, o reflexo dos seus medos e a sua maior antagonista quando Dexter ameaça querer ceder aos instintos que o levaram à fuga.
Mas voltemos à simbologia do veado, um animal carregado de mitologia desde tempos imemoriais. (Os amantes das lendas arturianas vão perceber isto muito bem.) Quanto mais penso nisso, mais me parece que a corrida matinal atrás do veado é para Dexter uma exibição de poder e auto-controlo: o poder de matar a qualquer momento e não o fazer, o dominar dos instintos.
É claro que toda esta pacatez não podia durar. Um miúdo rico e privilegiado (e responsável por um “acidente de barco que matou 5 pessoas”) está de férias na terrinha e decide ir caçar. Para mal dos seus pecados, mata o veado branco mesmo à frente de Dexter. Isto já seria o suficiente para enfurecer o serial killer reformado, mas o facto de o parvalhão caber no Código ainda ajuda mais. Dexter quebra o jejum de 10 anos, tão impulsivamente que nem planeou como se livrar do corpo. Isto é tenso e recorda-nos daquilo que a gente gostava em Dexter: o perigo constante de o descobrirem.
Aqui esteve mesmo muito próximo porque Dexter está destreinado e deixa um rasto de sangue. Para além disso, é namorado da chefe de polícia lá do sítio, Angela, talvez pela excitação do perigo ou pelo acesso à esquadra (mas ela também é muito gira, juntando o útil ao agradável).
Dexter ainda não se tinha livrado do corpo quando lhe bate à porta um espectro do passado: o seu filho Harrison, agora adolescente. Harrison vivia com Hannah na Argentina mas esta morreu e ele foi enviado para os Estados Unidos onde andou recambiado de lar de acolhimento em lar de acolhimento. No entanto, Harrison descobriu uma carta que Dexter enviou a Hannah, explicando a sua decisão de não se juntar a eles na Argentina. Hannah diz a Harrison que Dexter morreu, mas a carta tem remetente (o que é estranho para um serial killer que não quer ser encontrado, muito embora ninguém ande atrás dele porque toda a gente pensa que o Bay Harbour Butcher é o falecido Sargento Doakes), o que permitiu a Harrison seguir a pista do pai. Harrison está muito zangado por ter sido abandonado, mas acima de tudo quer respostas. A princípio Dexter nega ser o pai dele, mas acaba por mudar de ideias e aceitar a paternidade de braços abertos.
Esta nova série gira em torno dessa tentativa de pai e filho restabelecerem a relação, especialmente quando Dexter percebe que Harrison pode ter herdado também o “Passageiro Sombrio”.
Ao longo dos episódios, Harrison consegue arrancar ao pai toda a verdade. Ao mesmo tempo, Dexter percebe que talvez tenha de ensinar o Código ao filho por muito que o fantasma de Debra (a sua consciência) o tente dissuadir.

Final incoerente
Não vou explicar o enredo todo, mas existe mesmo um serial killer a operar há 20 anos na pequena cidade. Entretanto, Dexter e Harrison já estabeleceram uma ligação tão estreita que o adolescente aceita a verdade sobre o pai e até o acompanha na matança ritual do tal serial killer, aparentemente acreditando que “matá-lo é salvar vidas”.
Aqui é que o fim se espalha ao comprido, na minha opinião. A chefe de polícia, namorada de Dexter, conseguiu descobrir a sua verdadeira identidade e desconfia mesmo que Dexter é o Bay Harbour Butcher. Na sequência de um homicídio local, Angela prende Dexter. Dexter sabe que as provas que ela tem são fracas, mas se Angela começar a esgravatar há o sério risco de descobrir algo que realmente o incrimine. Para fugir da esquadra, Dexter tem de matar um dos polícias, que é também o treinador de wrestling na escola de Harrison.
O plano de Dexter é fugir com o filho e desaparecer novamente, e pede a Harrison que se encontre com ele exactamente onde o veado foi morto. (Os amantes das lendas arturianas já sabem onde isto vai dar…) Aqui é que não faz sentido nenhum. Ainda dois dias antes Harrison tinha assistido ao ritual de Dexter, embora com algum desconforto no fim mas em total concordância com o pai e disposto a fugir com ele. Quando Dexter mata o treinador de wrestling, que Harrison só conhecia há duas semanas, se tanto, e mal, Harrison acusa o pai de matar um inocente e dá-lhe um tiro?! A sério? Não! Não é credível. Não havia laços emocionais com o treinador para causar isto. Ainda se Dexter tivesse matado alguém importante para Harrison, como a mãe, a madrasta ou a tia, mas um gajo qualquer, uma personagem secundária? Não. Como uma pessoa normal, Harrison podia ter ido à polícia. Se Dexter fugisse sozinho, Harrison podia lavar daí as suas mãos. Tudo menos matar o pai, especialmente quando a série toda se passou a estabelecer uma relação tão próxima entre eles. É incoerente com o desenvolvimento do personagem e feito apenas para causar choque.
Se Dexter tinha mesmo de morrer, que pusessem outra pessoa a matá-lo. A namorada, por exemplo, ou um polícia qualquer. Nunca o filho a matar o pai. Eu não acreditei neste fim, um fim muito pior do que o da série original, e admito que não queria ver Dexter morrer. Admito que queria que Dexter se regenerasse, e este final deixou-me triste (para além de indignada com a incoerência).
Dexter sempre foi um psicopata complicado, capaz de sentir empatia e amor (o que coloca imediatamente a questão: será que Dexter é mesmo um psicopata?), que tem uma consciência e sente culpa. Isto sempre nos foi dito pelas suas interacções com os fantasmas Harry e Debra e o seu constante e característico monólogo interior. Nesta última série, Dexter superou o egoísmo inicial, e nem fez o que era melhor para ele em termos práticos, e tentou ser o melhor pai que sabia. Não merecia ser morto pela única pessoa por quem sentiu amor incondicional. Não sei o que é que a série queria com isto. Se queria chocar só conseguiu irritar. Até Mordred tinha melhores motivos para matar Artur.


ESTA SÉRIE MERECE SER VISTA: 1 vez

PARA QUEM GOSTA DE: Dexter, serial killers

 

domingo, 9 de julho de 2023

Aristides de Sousa Mendes - O Cônsul de Bordéus (2011)

Aqui há uns tempos houve um programa de televisão que promoveu a eleição do maior português de Portugal. O voto era por chamada telefónica de valor acrescentado, o que significa que quem vota mais vezes (e tem posses para o fazer) consegue ganhar.
Quem se lembra deste episódio infeliz recordará que acabou num empate entre António Salazar e Álvaro Cunhal. (Tipo os comentários do Observador…)
Eu votei neste homem, Aristides de Sousa Mendes, sem dúvida o maior português do século XX. Como cônsul de Bordéus durante a Segunda Guerra Mundial, Sousa Mendes emitiu 30 mil vistos de passagem para Portugal contra as ordens do regime, salvando, inclusive, 10 mil judeus. Por isso é hoje reconhecido pela comunidade judaica como um Justo Entre as Nações (gentios que arriscaram suas vidas durante o Holocausto para salvar vidas de judeus do extermínio pelo nazismo), o que não é para todos.
Esta é a história de como Sousa Mendes ignorou as directivas de Salazar, obedecendo antes à sua consciência extremamente católica (ironicamente). Uma das cenas mais tensas do filme é quando o cônsul recebe um telegrama directamente do Professor Salazar, e mesmo assim persiste em passar vistos a eito, até não poder mais, inclusive numa mesa de café, já os alemães invadiam a França. Com isto, Sousa Mendes salvou 30 mil vidas.
É claro que desconheço os pormenores da intimidade do cônsul (interpretado por Vítor Norte), mas o filme dá a entender que numa primeira fase Sousa Mendes acreditava que Salazar ia “compreender”. O que lhe aconteceu foi acabar a vida na miséria.
O filme é maioritariamente contado através da perspectiva de um miúdo judeu que sobreviveu graças a Sousa Mendes. É interessante, mas roubou-nos muito do que aconteceu depois ao cônsul caído em desgraça.
Ficou na ruína e na miséria… e depois? Aristides de Sousa Mendes tinha 14 filhos, era rico. O que significa a ruína para um homem destes? Vou fazer o papel de advogado do Diabo e vou ser muito directa. Ser generoso, quando se é rico, quando nunca se passou privações na vida nem se sabe o que isso é, quando sempre se teve mansão onde morar e criados a servir, não é a mesma generosidade (nem a mesma miséria) de quem nasceu pobre e tem de fazer das tripas coração para sobreviver. Não estou de modo algum a diminuir o heroísmo de Sousa Mendes, mas o que significou a ruína para ele, exactamente, e para os filhos dele? Foram impedidos de estudar por falta de posses? Acabaram como carpinteiros, cerzideiras, mecânicos, cozinheiras? Passaram fome? Faltou-lhes roupa para vestir? Passaram frio de inverno? Esta foi a parte do filme que eu queria ter visto e que não foi abordada. Bastavam uns 10 minutos no fim, até menos. Uma reflexão do protagonista sobre o que fez e o que perdeu também seria interessante.
Este ainda não foi o filme sobre Aristides de Sousa Mendes que eu queria ter visto, mas é melhor do que nada.

14 em 20

 

domingo, 2 de julho de 2023

Tales of the Walking Dead (2022)

"Dee"

“Tales of the Walking Dead” não é um spin-off mas antes uma antologia de contos no universo Walking Dead não relacionados com as personagens originais excepto o episódio “Dee”, mais uma perspectiva sobre o passado de Alpha (líder dos Whisperers na série).

Evie/Joe
Joe é um survivalista que se barricou num bunker subterrâneo já preparado antes do apocalipse zombie com o seu velhinho doberman Gilligan. Tudo corre bem até que Gilligan é apanhado por zombies para defender o dono e a solidão torna-se demasiada para Joe suportar. Joe lembra-se então de conversas na internet pré-apocalipse com outra survivalista ferrenha que também tem um bunker e por quem ele nutria alguns sentimentos. No caminho encontra Evie, que igualmente está a fazer uma viagem para reencontrar o amor.
O episódio é mais engraçado do que romântico, mas fala sobretudo de amizades improváveis.

Blair/Gina
Este foi o episódio de que gostei menos. Uma patroa e uma recepcionista que se odeiam ficam presas num loop surreal no início do apocalipse zombie em que certos acontecimentos se repetem vez após vez até que ambas decidam cooperar. E é isto.

Dee
Considero “Dee” o episódio mais relevante porque nos fala mais de quem era Alpha (Dee) logo após assassinar o marido e ficar a viver com Lydia por conta própria. Percebemos aqui que a futura líder dos Whisperers não tem qualquer escrúpulo em matar, o que já sabíamos, mas o que não sabíamos é que lhe ocorreu matar a própria filha quando não a julgou capaz de sobreviver. Lydia não se apercebeu disto, pelo menos conscientemente, mas esteve perto. Não admira que a miúda tenha ficado tão traumatizada.
Descobrimos também que Dee não teve a ideia dos Whisperers, até isso foi roubado a outra mulher, a Alpha original. Vale a pena ver este episódio.

Amy/Dr. Everett
Dr. Everett é um daqueles especialistas em vida selvagem que decide estudar o Homo Mortuus (designação inventada por ele) como se fosse a nova espécie no topo da cadeia alimentar. Digamos que é um National Geographic Wild com zombies. A parte mais interessante do episódio é que na zona abandonada pelos seres humanos a natureza recupera e renasce (o que não é de estranhar). Amy faz parte de um grupo de sobreviventes que querem voltar a colonizar a área, com a feroz oposição do Dr. Everett que considera o ser humano a pior ameaça ao planeta que já existiu.
É um episódio interessante porque apresenta o apocalipse zombie de um ponto de vista ecológico.

Davon
Este é de todos o episódio mais confuso. Um homem acorda algemado a um zombie e a ser perseguido por homicídio. Uma vez que bateu com a cabeça, está amnésico e tem de reconstituir tudo o que se passou para se encontrar naquela situação, embora tenha a certeza de que está inocente. Da mesma forma, como ele, somos obrigados a reconstruir os factos, muitos deles fora de ordem e fruto da memória afectada do protagonista. Mas no fim compensa.

La Doña
“La Doña” foi o meu episódio preferido (tirando “Dee” por razões que se prendem com a série original), não tanto pelos zombies mas porque os protagonistas estão numa casa assombrada.
Um casal de sobreviventes pede abrigo a uma mulher com reputação de “bruja” (La Doña), que esta concede por uma noite, mas depressa um deles começa a insistir que fiquem mais tempo. A mulher manda-os embora e, na sequência de um acidente, bate com a cabeça na quina da mesa e morre. Não foi culpa de ninguém, e o casal decide apossar-se da casa, mas cedo começam a ser assombrados pelo fantasma da antiga proprietária que continua a querer expulsá-los. Foi refrescante ver uma história de fantasmas num universo de zombies e em que estes quase não têm importância.

Em suma, “Tales of the Walking Dead” é uma colecção de episódios especialmente para fãs, mas que poderá muito bem agradar a toda a gente, mesmo aos que não viram a série original ou os spin-offs.

 

ESTA SÉRIE MERECE SER VISTA: 1 vez

PARA QUEM GOSTA DE: The Walking Dead, Fear the Walking Dead, The Walking Dead: World Beyond, zombies