sábado, 21 de dezembro de 2019

"Solstício" com envio grátis

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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

“Nepenthos”, novo livro de D. D. Maio

Sinopse
Num gesto de encoberta bondade, o jovem imperador salva uma rapariga da ignomínia na taberna da vila. Devia ter sido inconsequente, mas o encontro muda para sempre as suas vidas.


Acaso, escolha ou destino?

Reena deseja morrer. Serva órfã, presa de abuso em menina e forçada à prostituição desde jovem, há muito que o desespero lhe sussurra ao ouvido. A súbita oferta de uma vida melhor no castelo do imperador não é o trabalho digno que teria almejado, mas dá-lhe esperança de vir a conquistar uma humilde posição de criada. No castelo, Reena experimenta uma liberdade que nunca lhe tinha sido permitida e recorda sonhos de rapariguinha, de um amor e de uma família. Mas sucessivos envolvimentos românticos, fracassados, tornam a lançá-la na escuridão da derradeira escolha. Por muito que tudo ainda melhore, conseguirá alguma vez resgatar-se a si mesma desse inimigo oculto no âmago da sua alma?
Eric, o imperador, já desceu demasiado baixo. Enraivecido por uma infância de abandono, endurecido por um passado de guerra, envereda voluntariamente pelos nefastos caminhos de que talvez não haja regresso. Um último passo na direcção errada desmorona o homem de pedra que já não o quer continuar a ser. Mas não será demasiado tarde para mudar?
Tão afastados nos extremos do destino, Eric e Reena partilham difíceis veredas na busca da longínqua felicidade que não lhes parece reservada. Para ambos, nenhuma felicidade poderá ser vulgar.


“Nepenthos” é um drama em Low Fantasy, pesado e realista, por vezes desconfortável, mas com bastantes tons de romântico.


Disponível brevemente. 


Mais informações e excertos:
https://ddmaio.blogspot.com



segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

NOS4A2 / Nosferatu


Ao contrário do que o título indica, não é uma série de vampiros. Também não é um anúncio à NOS [eheh, não resisti]. O título é um trocadilho como se usa nas matrículas americanas. Lendo as letras em inglês temos algo como NOS-four-A-two, que soa quase a “nosferatu”. Não é um trocadilho muito bom e na minha opinião é um daqueles títulos que parecem giros em teoria mas que na prática nos levam a pensar em tudo menos no tema da história. Eu pensei, sinceramente, das primeiras vezes que vi o título, que ia ser uma série de espionagem e que NOS4A2 era um código qualquer. ("NOS4A2" é um livro original de Joe Hill.) Felizmente tive curiosidade em perceber que raio significava aquilo porque a série é interessante. Mas na minha opinião é um título francamente mau, e daqui não saio.
Também é um título mau pela razão óbvia que já referi: não é uma história de vampiros, pelo menos no sentido tradicional. É uma história sobre pessoas com poderes psíquicos (a que a série chama “criativos fortes” e que eu também acho uma designação péssima, por isso aqui vou só chamar-lhes “criativos”) que podem ser usados para o bem ou para o mal. Charlie Manx, o vilão, usa os seus dons para fazer muito mal. Este “criativo” descobriu uma maneira de usar os seus poderes para viver para sempre: alimentando-se de almas de crianças, que, uma vez “sugadas”, se tornam uns monstros pálidos de longos dentes. Mas não vampiros, porque comem a carne das suas vítimas. Manx é que chama nosferatu a si próprio (a petulância!) ao usar o tal NOS4A2 na matrícula do carro. Manx é velho, muito velho. Nunca é dito ao certo mas dá a entender que tem pelo menos 100 anos, se não mais. E é um “criativo” mais poderoso do que todos os outros que já o tentaram travar até ao momento. Para começar, Manx criou um espaço ficcional, mas real (é preciso ver para compreender), chamado Natalândia (Christmas Land), que usa para atrair as crianças. Esta Natalândia, baseada em temas natalícios e fofinhos, é um local sinistro a lembrar o filme “Nightmare Before Christmas”. Ora, eu odeio o Natal e deu-me gozo. Aconselho vivamente a toda a gente que também odeia o Natal.
Charlie Manx tem outra ajuda sobrenatural, um carro com vida própria, tipo “Christine”, que aprisiona pessoas no banco de trás e se conduz sozinho. Este carro deve ser o elemento mais sinistro de toda a série. Penso mesmo que o “nosferatu” é o carro porque é dentro e através do carro que as almas são sugadas e o espírito vital é transferido para Manx. Por motivos que não são explicados, a vida de Manx está “ligada” ao carro e quando o carro é atingido Manx fica às portas da morte. Chatices de viver para sempre a qualquer custo.


Este vilão anda a raptar crianças há quase um século (isto é, tendo em conta a data de lançamento do carro, mas ninguém nos diz que ele não começou antes) quando desta vez leva uma miúda ligada a outra “criativa”, Vic McQueen, que decide fazer-lhe frente.
Por vezes esta série toca perigosamente na treta dos super-heróis, Super-Fulano que tem o poder de fazer X, Super-Fulana que tem o poder de fazer Y, mas felizmente não cai completamente nisto. A série mantém sempre um bom nível de cenas perturbadoras, algumas bastante inesperadas como aquelas que incluem Bing, o ajudante de Manx, e que me surpreenderam pela perversidade sexual digna de um “Pshyco” numa série que é praticamente Young Adult de terror e em que a maioria dos protagonistas é adolescente.
Para além do terror e do sobrenatural, a história segue o drama bem mais prosaico da jovem Vic McQueen, que por si só valia uma série de outro tipo. Vic é filha de pais pobres e separados, ele mecânico de motas, a mãe empregada de limpeza. O género de pais que casaram muito jovens por causa da gravidez acidental e que nunca ultrapassaram esse ressentimento de abdicarem dos seus sonhos. Vic quer ir para a faculdade mas é difícil libertar-se desse ciclo de pobreza. Por exemplo, quer pedir um empréstimo para estudar mas nem sequer tem declarações de rendimentos dos pais porque ambos são pagos em dinheiro para se esquivarem aos impostos. Desta forma, Vic não consegue provar a sua necessidade de apoio. Para se candidatar ao empréstimo tem de falsificar documentos. Identifiquei-me com os problemas dela e o final deixou-me com um sabor amargo. Afinal, Vic não teve de desistir dos seus sonhos por causa do sinistro Charlie Manx ou devido a motivos sobrenaturais, mas por sua própria culpa. E tive pena. Queria mesmo vê-la entrar na faculdade e quebrar o ciclo, mas no meio disto tudo ela perdeu de vista os objectivos.
“NOS4A2” nunca é uma série tão arrepiante como podia ter sido e nunca me conseguiu arrebatar, mas vê-se com prazer (ou inquietação, neste caso). O terror nunca nos assusta mas a história vale mais pela dimensão humana do que por qualquer pseudo-nosferatu.
Deixo uma última nota à maquilhagem e aos efeitos especiais, esses sim verdadeiramente excepcionais, que conseguem convencer-nos de que Zachary Quinto é mesmo um velho centenário. Também gostei do truque em que a rapariga enfia o braço no saco das peças de scrabble e o braço parece mesmo desaparecer lá dentro. Até chega a fazer alguma impressão. E gostei de todas as cenas em que Vic atravessa a ponte, de mota, com os morcegos a esvoaçar e a imagem a inverter-se no écran. O tipo de cena que nunca mais se esquece. Nem que seja só por estes pormenores, é uma série que merece ser vista. Mas sem demasiadas expectativas.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Millennium 1 - Os homens que odeiam as mulheres (2010)


Mikael Blomkvist é um jornalista de investigação contratado por um milionário para descobrir o que aconteceu à sobrinha deste, a adolescente Harriet, que desapareceu misteriosamente nos anos 60. Com a ajuda da jovem hacker Lisbeth Salander, Mikael começa a aperceber-se de que o desaparecimento de Harriet se relaciona com uma série de homicídios cujo padrão esta descobriu. Mas a verdade é que o serial killer está mais perto do que a distância de quarenta anos levaria a crer.
Esta é uma mini-série sueca com uma sensibilidade própria e europeia e cenas de violência (especialmente sexual) que não se vêem neste tipo de thrillers nos filmes de Hollywood (excepto em raros casos, conhecidos exactamente por essa violência). Lisbeth é uma personagem carismática e misteriosa que merecia ser mais desenvolvida. De salientar que Lisbeth é interpretada por Noomi Rapace, a mesma arqueóloga de "Prometheus”, aqui analisado há pouco tempo, e como ela está diferente e mais bonita com mais alguns quilos em cima. Porque em “Millennium 1” a rapariga estava tão magra que eu não percebi logo se era um homem ou uma mulher. Às vezes as pessoas melhoram com o tempo, como o vinho.
Recomendo esta mini-série, diferente das de Hollywood, mas muito bem feita.