terça-feira, 10 de setembro de 2024

Fear of Rain / Os Medos de Rain (2021)

Rain é uma adolescente esquizofrénica que acaba de ter um episódio psicótico muito grave que a levou ao hospital depois de ter parado a medicação. De regresso a casa, já medicada, Rain continua a ter alucinações a ponto de não saber o que é real e o que não é, prova de que a medicação não seria a apropriada para o caso dela. Enquanto ainda tenta combater esta confusão, Rain convence-se de que a vizinha do lado (que também é professora na escola de Rain) tem uma menina raptada e presa no sótão. Mas será verdade? E se for verdade, alguém acreditará nela?
Sei que muita gente vai achar que “Fear of Rain” exagera os sintomas da esquizofrenia. Infelizmente não. Há vários tipos de esquizofrenia, dos mais funcionais aos mais graves (como este) e tenho um caso na família que observei de muito perto. A melhor maneira de explicar um episódio psicótico é a mistura da pior bebedeira com o pior pesadelo. No outro dia (isto é, depois de medicada) a pessoa não sabe o que fez, o que se passou, o que pensou, e, como neste caso, que coisas aconteceram mesmo ou que coisas fizeram parte da alucinação. Muitas vezes segue-se a vergonha e a depressão. Gostei que o filme tenha mostrado como os colegas da escola a ostracizavam. Afinal, quem é que se quer dar com “a maluquinha”? Rain faz um amigo novo, um aluno recém-transferido, e chega a duvidar se ele existe. Outra parte importante é o medo de ser institucionalizada. Rain conta as suas suspeitas sobre a menina raptada ao amigo novo, mas não se atreve a ir à polícia com medo de que a internem de vez (o que é uma grande possibilidade).
Infelizmente, percebi a situação com a mãe de Rain logo nos primeiros 30 minutos. Tenho muita experiência com este tipo de filmes, foi só somar dois mais dois. A verdadeira surpresa vem no fim.
Gostei de “Fear of Rain”, sinceramente. Não penso que o filme tenha querido ser um grande dramalhão sobre doença mental mas apenas um thriller da perspectiva de uma narradora não confiável. Como tal, funciona perfeitamente. Só lamento que aquilo que Rain observa com a menina raptada não seja mais extremo, tipo “Mentes Criminosas”, o que faria com que ainda acreditassem menos nela. Mas aqui já sou eu a ser sádica.

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