Mais uma adaptação do clássico de Charles Dickens. Confesso que fiquei muito surpreendida ao consultar o IMDB e verificar que deve ser um dos clássicos mais adaptados ao cinema e à televisão, já para não falar do teatro e outras formas de arte. O que é compreensível. Esta é uma das minhas histórias preferidas de sempre, que eu vi no filme de 1974 durante os meus anos formativos, e foi daquelas histórias que tiveram o poder de moldar a minha visão do mundo, personalidade e valores. Impressiona-me especialmente a figura trágica de Miss Havisham, que desistiu de viver no dia em que foi abandonada “no altar” e que adoptou a bela Estella para se vingar dos homens, fazendo desta uma mulher fria e sedutora que igualmente se encaminha para a desgraça.
Daquilo que me lembro do filme de 1974, era bastante mais sombrio e cínico. Tão literalmente sombrio, aliás, que até parecia ser a preto e branco embora não fosse. Tão cínico que dava a entender que Estella e Pip não ficavam juntos no fim, ambos compreendendo que o passado os tinha separado para sempre.
Esta adaptação de 2012, se posso dizê-lo, é mais optimista, ou melhor, menos pessimista, e parece-me que mais pormenorizada. Helena Bonham Carter é igual a si própria numa maravilhosa e tétrica Miss Havisham, Holliday Grainger (a Lucrécia de “Os Bórgia”) enche o écran numa Estella perfeitamente credível que conquista Pip desde a infância de ambos.
Não deve haver uma adaptação de “Great Expectations” que me desagrade e esta não é excepção.
Agora vou criar vergonha na cara e ler o livro.
15 em 20
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