Quando estava a escrever recentemente sobre “Godzilla” (2014), li algumas críticas de ódio sobre a versão de 1998. Sinceramente, não me lembrava de o filme ser assim tão mau, e, como por acaso este anda a passar novamente num dos canais que frequento, decidi ver outra vez.
De facto, tendo em conta os efeitos especiais à época, o filme não é assim tão mau. É verdade que mete muitas cenas à “Aliens” e à “Jurassic Park” (na altura toda a gente queria mostrar que sabia fazer dinossauros), e que tem muito de “o herói salva-se sempre”, mas comparando este último cliché com o verdadeiro abuso do filme de 2014, o de 1998 até escapa melhor.
No filme de 1998, Godzilla, ou melhor, Gojra (o seu nome japonês), é uma espécie de dinossauro gigante e assexuado que pode pôr ovos sem precisar de parceiro. Eu acho que Godzilla é uma fêmea. Porque só pode ser uma fêmea! É tão óbvio.
Continuo a dizer que o bichinho não tem culpa de ser grande e pisar arranha-céus. Qual é a reacção das pessoas quando descobrem este primeiro exemplar de uma espécie nova? Matar, matar, matar! Nem sequer há uma tentativa de compreender. Incomoda-nos, mata-se. O filme de 2014 é igual. Nos dois, estou a torcer pelo bichinho. Não é que não compreenda que Godzilla seria de facto uma ameaça considerável à segurança das pessoas. É que Godzilla representa ela própria a consequência dos ataques egoístas à Natureza (neste caso, os testes nucleares) e, ao mesmo tempo, todas as espécies vítimas da arrogância humana perante o planeta.
“Godzilla” de 1998 ainda se vê muito bem e não é tão mau como o pintaram.
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domingo, 27 de março de 2022
Godzilla (1998)
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