Eis um filme excelente para quem tem medo do escuro. Estou a brincar. É mesmo um filme para NÃO ver por quem tem medo do escuro.
Martin é um miúdo que vive aterrorizado pelo escuro e com boa razão. Sophie, a mãe, para além de psicótica é perseguida pelo fantasma de uma amiga de infância que só se manifesta no escuro. Mas esta não é uma assombração vulgar. Sophie e Diana (o nome da amiga) estiveram internadas juntas num hospital psiquiátrico quando eram crianças. Diana sofria de uma sensibilidade extrema ao sol. Numa tentativa de “cura”, os médicos submeteram-na a intensa radiação solar… e a miúda morreu. Sophie conseguiu controlar a psicose com medicação e viver uma vida mais ou menos normal, mas sem os remédios começa imediatamente a receber a visita do fantasma da amiga. Na verdade, Sophie sente-se imensamente culpada por ter esquecido Diana, não quer mandá-la embora e está convencida de que a amiga jamais faria mal à sua família.
Martin sabe que não é verdade e desiste de dormir de noite, o que faz com que adormeça durante as aulas. A escola tenta contactar a mãe, que não está disponível devido ao surto de psicose mais recente, e tem de recorrer a Rebecca, meia-irmã de Martin, uma jovem adulta e independente que não quer compromissos nem com o namorado.
Martin não julga que a irmã acredite nele mas mesmo assim fala-lhe de Diana e, para sua grande surpresa, Rebecca não apenas acredita nele como se recorda de Diana da sua própria infância e foi mesmo por isso que se afastou da mãe e do irmão. Rebecca também sabe que Diana ataca toda a gente que considera uma ameaça que a afaste de Sophie e a partir daí decide fazer tudo para salvar Martin, nem que tenha de o retirar à mãe.
Como filme de terror, penso que “Lights Out” peca em relação à vilã. Afinal, a miúda foi assassinada na infância. É-nos dito que mesmo antes disso Diana era “agressiva” mas esta agressividade nunca é explicada. Todavia, uma miúda que sofre de uma doença rara, que certamente é ostracizada pelas outras crianças a ponto de só ter uma única amiga, e que foi enfiada num hospital psiquiátrico, não é apenas normal que tenha ataques de raiva? E não é normal, como fantasma, que permaneça agarrada a essa única amiga e que se considere ameaçada por toda a gente que as tente separar? Diana só existe ainda, afinal, porque Sophie se lembra dela, e Diana quer sobreviver. É impossível não simpatizar. Logo, para mim o filme perdeu muito do elemento de terror porque tive pena da vilã. Uma vilã mais malvada teria tido mais impacto, pelo menos para mim. Desta forma, acabei por focar-me mais no drama do que no terror propriamente dito.
Mesmo assim, é um filme interessante com alguns momentos de tensão, se bem que me pareça dirigido a um público muito jovem.
12 em 20
terça-feira, 13 de maio de 2025
Lights Out / Terror na Escuridão (2016)
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