terça-feira, 1 de outubro de 2024

The Bye Bye Man / O Nome do Medo (2017)


Esta é daquelas histórias tipo “Candyman” em que não se pode pronunciar o nome da entidade senão ela aparece. Infelizmente o filme é tão mau que decidiu pôr o spoiler logo no título.
Mas não é a falta de originalidade que torna “The Bye Bye Man” um filme mau. Muito pior do que isso, é por não nos conseguir convencer do poder da entidade (cujo nome eu não vou dizer mas está no título).
O princípio promete. No passado (anos 60, 70) um homem de aparência pacata sente-se na obrigação de matar família e vizinhos por eles terem divulgado o nome maldito (que eu não vou dizer mas está no título) e de se suicidar de seguida. Leva-nos a pensar que esta Entidade deve ser muito má, mas não sabemos porquê. Isto assusta-nos e cria tensão.
No presente, um casal de namorados, Elliot e Sasha e o amigo deles, John, decidem trocar o dormitório da universidade por uma casa alugada pelos três. Elliot encontra o nome maldito talhado dentro da gaveta da mesinha de cabeceira, e a partir daí começa a ouvir coisas e a ter visões. Por exemplo, uma noite alguém arranha profundamente as paredes exteriores da casa (para nos lembrar de Freddy Krueger). Por esta altura pensamos que o filme vai ser isto: uma espécie qualquer de Freddy Krueger/Candyman ia aparecer e retalhar os miúdos, mas o filme decide ser mais inteligente. Antes não fosse.
O que o Bye Bye Man faz (ooops, já disse) é enlouquecer as pessoas, causar-lhes alucinações, torná-las paranóicas, virá-las umas contra as outras e, ultimamente, levá-las a cometer homicídio. Admito que não estava à espera disto. Mas a questão aqui é outra: como é que o filme nos convence de que o Bye Bye Man (ooops, já disse outra vez, e basta dizer uma vez para o chamar porque ele não se faz caro) consegue entrar na cabeça das pessoas e endoidecê-las? Krueger, por exemplo, controlava as pessoas enquanto dormiam. “The Bye Bye Man” não consegue fazer isto de maneira nenhuma. Aliás, acabamos o filme sem saber quem é, ou quem foi, este vilão que se apresenta de capuz e acompanhado por um cão enorme que parece um mastim do inferno esfolado vivo (talvez a parte mais eficiente do filme), mas tudo nos leva a crer que esta Entidade já foi humana, algures. Como é que ele se tornou quem é, como é que tem tantos poderes, o que é que ele realmente quer, nada disso é dito ou mostrado, logo, não acreditamos neste vilão. Não se consegue ter medo daquilo em que não se acredita, mesmo num filme de terror em que já vamos para lá a fingir que acreditamos. Isto já é metade do efeito. A outra metade tem de ser o filme a fazer, e este não faz. Por isso é que é mau.
Espero que isto não signifique a conclusão mais aterradora com que saímos daqui: que se preparava a prequela a contar a história do vilão. Se calhar era mesmo isto que estava programado.
Muito mau. Ver apenas para passar tempo.

11 em 20

Sem comentários: